quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A Praça da Alegria

Entre a legalidade e a informalidade, a sabedoria popular coloca elementos positivos onde eles contrastam com a realidade dura e triste.

Na zona da Várzea, os braços do arroio Pepino servem como esgoto de toda a cidade, o que gera transtornos públicos quanto a saúde, segurança e higiene, historicamente sem solução. Todo esse setor baixo da cidade (Umuarama, Navegantes, Balsa, Porto), que a legislação municipal agora denomina como o grande bairro São Gonçalo, tem ainda características rurais e suburbanas.
Além de assaltos, cães de rua e o império criminoso de traficantes, a população ainda convive com os riscos do arroio: total desproteção nas beiras, escuridão à noite, mau cheiro, lixo de todos os tipos, risco de inundação...até um jacaré já apareceu naquela zona, assustando os moradores.
Para compensar a feiura e o perigo sanitário que o Pepino representa - problemas que até a própria comunidade ajuda a aumentar - há vizinhos que põem ali um toque de beleza e humanidade. Em alguns pontos à beira do arroio, encontram-se adornos e bancos, como tentativas de estruturar uma pracinha, para um descanso no caminho, para admirar a paisagem, conversar, ler, brincar ou estudar.
Na Avenida Juscelino Kubitschek, entre a Bento Gonçalves e o pontilhão da Cassiano, deparei-me com a Praça da Alegria, com dois bancos, um tronco, um pneu a modo de jardim, e até sua placa de identificação, posta bem alto na árvore.
O idealismo e a fantasia nos fazem esquecer dos riscos e desagrados e nos põem num oásis de pureza, tranquilidade e otimismo.
Afinal, se a alegria nasce do espírito humano, ela também é parte da nossa realidade, e não temos por que negá-la.
Fotos de F. A. Vidal.

Um comentário:

Anônimo disse...

É um cenário simples mas "idílico" para uma romântica como eu, eh, eh!
No entanto, a ausência de segurança pública nesses pequenos recantos de "tranquilidade" podem prejudicar àqueles que almejam deles usufruir ... Pena!
Bj! Tê!