segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Parque Estação Urbana

Após a postagem sobre a ferroviária de Rio Grande (veja), a arquiteta Gabriela Castro enviou-me mais informações sobre seu projeto de conclusão de curso, que pela criatividade, complexidade e relevância tem características de uma tese de doutorado.

Junto à defesa do trabalho, ela produziu e apresentou um vídeo, cujas imagens falam ainda com mais força sobre a importância e o interesse do assunto. O mesmo audiovisual foi levado à Câmara de Vereadores de Rio Grande, numa homenagem ao dia do urbanismo em novembro de 2008, mas naquele dia só havia três no plenário! Aqui vemos que eles não perderam um simples filme, mas uma proposta de desenvolvimento para toda uma cidade e, se enxergarmos além das aparências, para toda a Zona Sul.

No texto abaixo, Gabriela resume o seu projeto "Parque Estação Urbana" para o Concurso Opera Prima, no qual ganhou menção honrosa.
Realidade da Estação

O antigo Complexo Ferroviário da Cidade do Rio Grande é, no Estado do Rio Grande do Sul, o único cujas principais características ainda não foram apagadas pela cidade contemporânea.

Após a última concessionária do complexo ter mostrado desinteresse por seu uso, entusiastas de ferrovias e Prefeitura Municipal uniram esforços para o usufruto do valorizado espaço da antiga Estação, evitando que a área ficasse à mercê da especulação imobiliária ou da ocupação irregular.

Apesar de estar sendo utilizada, a área encontra-se hoje desconexa do seu entorno, isolada por muros e conjuntos de residências, e com seu imenso potencial subutilizado. Numa posição central e estratégica dentro do contexto urbano, o complexo possui amplos pavilhões industriais e infraestrutura versátil para a reconversão de usos. O Parque Estação Urbana

O plano geral deste projeto busca reabilitar o complexo ferroviário, abrindo-o ao uso público, para que seja usufruído por toda a cidade e solucione, pelo menos em parte, a carência de espaços para o lazer e a cultura dos rio-grandinos.

A proposta baseia-se na mistura e diversidade, integrando os edifícios já existentes a um novo sistema urbano de praças e passeios, preservando as funções que se adequaram ao novo contexto da Estação e sugerindo novos usos e pontos de vista para o mesmo espaço.

O parque fica composto por subprojetos: sistema de passarelas elevadas, mirante, bar e restaurante, praças, mobiliário urbano próprio, rua interna, palco e pista de skate.

Buscando resgatar a identidade do lugar, o projeto reinterpreta o complexo museológico - formado pelos antigos prédios de tipologia industrial - e propõe elementos urbanos de desenho contemporâneo inspirados na plástica industrial e portuária, características marcantes da cidade. Este trabalho também pretende desafogar as ruas de acesso e inserir a gleba em uma nova dinâmica urbana, dando ao lugar uma maior unidade.

Imagens: Gabriela Castro


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