terça-feira, 25 de agosto de 2009

Tempo de vírus, tempo de amar

O Corredor Arte do Hospital da FAU/UFPel está expondo, até 2 de setembro, quadros de duas pintoras: Eneida Martí e Rita Westendorff.

A duplicidade do espaço, inevitavelmente contido entre duas paredes, se presta para as contraposições, e sua forma labiríntica também permite o encontro de opostos e a reestruturação de caminhos.

O que pode chamar a atenção é que os visitantes usem máscaras brancas (dir.), mais comuns neste tempo de vírus perigosos. Mas, junto às barreiras que freiam os micróbios, a arte funciona como uma prevenção psíquica, que faz bem ao espírito e contribui à cura. Este é um espaço de saúde que faz parte de um projeto permanente do Hospital-Escola, integrando o físico e o mental.

As duas artistas abordam o mesmo tema: o amor de casal.
Eneida tem uma visão mais cotidiana e natural do romantismo, mostrando características reais e bem diferenciadas de homem e mulher, destinados a um compromisso e a uma complementação.
Ela fala da carência de amor hoje em dia, entre os seres humanos, e pretende "ajudar a distribuir a semente do amor". Suas telas são amostras de paixão e suavidade, sedução e ingenuidade.
A fé no amor está contida, implicitamente, nas imagens de casais ou de pessoas sós. Geralmente são gordinhas em vestidos e gordinhos em bombachas (dir.); elas em contemplação, eles em ação. O observador do quadro pode até identificar-se, mas ante a falta total de expressão facial a percepção se baseia mais nos comportamentos ou em signos superficiais.
A tal confiança no amor romântico fica bem mais explícita na multidão de indivíduos aparentemente sós (esq.). Dois são exceção: homem e mulher, lado a lado. Suas emoções, representadas por cores, já estão dispostas ao encontro, faltando somente eles se darem conta e assumirem a relação.
Rita traz um colorido mais exagerado e ideal, com personagens fictícios, longe do realismo do amor de casal. Esta visão parece superficial, mas aponta aos simbolismos ocultos na mente de homens e mulheres. Branca de Neve e um arlequim (esq.) poderão encontrar-se e amar-se? De olhos fechados? Costuma haver casais assim.
A pintora reedita o estilo do artista plástico Romero Britto, aplicando-o neste caso à temática do amor.
Diz Rita ao Corredor Arte que o traço quase infantil e as cores vibrantes do criativo pernambucano, em combinação, a motivaram a fazer as releituras. “As obras de Romero retratam amor, vida e muita alegria. É o que precisamos neste mundo conturbado”, destaca.
Fotos de F. A. Vidal (1-3)

2 comentários:

Anônimo disse...

O Sr.Romero trabalha muito bem com policromia. Sua arte não é de todo desprezível. Mas é um péssimo retratista. Acho-o um cara que tem o valor de "meter a cara", e aparecer como papagaio de pirata. Nao acredito que qualquer das pessoas importantes que o cercam tenho algo para dialogar com ele.Há muitos grandes pintores espaçhados a[í pelo mundo com uma temática e profundidade que embasbacariuam qualquer das personalidades e que comprariam seus quadros. Acho este moço, Romero um oportunista que sabe criar oportunidades e sabe se vender. O retrato da nosa preseidenta, só saindo como matéira paga, mesmo. Daí o topete do artista que, para mim tem pouco a dizer à arte!. Rubens Amador.

Francisco Antônio Vidal disse...

O sr. Rubens se refere a esta notícia, publicada ontem no Correio do Povo:
www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=116&Numero=138&Caderno=0&Noticia=257773