sábado, 5 de setembro de 2009

Gravuristas conversando

A Galeria de Arte da UCPel albergou a exposição "Conversas gravadas", conjunto de 18 obras de seis artistas gaúchos especializados na arte da gravura.

Esta amostra, produzida pela Fundação ECARTA, se encontra em turnê por sete cidades gaúchas, de maio a dezembro: Porto Alegre, Camaquã, Novo Hamburgo, Pelotas, Santo Ângelo, Bento Gonçalves e Bagé.

A entidade rio-grandense tem muitas iniciativas culturais, até este ano totalmente centradas na Capital, sendo que ela depende do SinPro-RS (Sindicato de Professores do Ensino Privado). Foi criada no seu 6º congresso, em 2003, com a sigla ECARTA: Educação, Cultura, Arte, Recreação, Tecnologia e Assistência. É em 2009 que ela começa uma "interiorização" de suas produções com o projeto Cultura Itinerante, levando 80 atividades artísticas a 21 cidades gaúchas.

Esta exposição itinerante tem a curadoria de Anico Herskovits, artista uruguaia radicada no Brasil. Com uma visão crítica e histórica, ela escolheu gravuristas de diversas gerações, colegas e alunos seus, e os apresenta aqui num diálogo, referido a épocas e a uma diversidade de técnicas e de estilos, como se um grupo conversasse com outro.

No grupo dos "antigos" (imagens acima), Vera Chaves Barcellos (Porto Alegre, 1938) apresenta 3 xilogravuras, Maria Inês Rodrigues (Porto Alegre, 1948), 3 gravuras em metal e Danúbio Gonçalves (Bagé, 1925), 3 litografias. As obras são dos anos 60 e 80. Os três têm em comum o início na gravura, e ampliarem sua ação com o tempo. A própria Anico (Montevidéu, 1948) faz parte deste grupo de mestres.

Conversando com eles estão as xilogravuras de Mara de Carli Santos (Caxias do Sul, 1954), as litografias de Miriam Tolpolar (Porto Alegre, 1960) e as gravuras em metal de Marcos Sesterhein Sanches (Porto Alegre, 1949).

Além de serem mais jovens, eles começaram em áreas diferentes e foram especializando-se na gravura. As obras trazidas foram feitas entre 2004 e 2006.

Vemos, assim, uma série de cruzamentos quanto a vários fatores, além do sentido de cada obra em si mesma.

Estas conversas dão o que pensar ao espectador, que também sai enriquecido com uma aula de História da Arte.

Imagens da web (1 e 3-5) e F. A. Vidal (2)
1. Abstração de paisagem, xilogravura de Vera Chaves Barcellos, 1964.
2. Gravura em metal de Maria Inês Rodrigues, 1964.
3. Ele, elas e eu, litografia de Danúbio Gonçalves, 1986.
4. Pedaços de mim (detalhe), litografia de Miriam Tolpolar, 2005.
5. Gravura em metal de Mara de Carli Santos, 2006.

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