quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Tempos modernos na fila do banco

Terça passada (8) foi quinto dia útil e primeiro após feriadão, e precisei entrar numa fila de banco. Como se sabe, uma lei municipal exige rapidez nos atendimentos bancários e cada estabelecimento tem usado diversos métodos para que cada cliente não esteja mais de 20 minutos na espera do tipo "fila de caixa", seja sentado ou de pé.
No salão subterrâneo do Banco do Brasil da Lobo da Costa, foram instaladas há dois meses 28 cadeiras (à esquerda, na foto acima) e depois chegaram mais nove (lado direito). Mesmo assim, ontem havia dez pessoas de pé, algumas das quais não quiseram sentar-se. Na entrada da agência, um funcionário dava fichas para distribuir os clientes a um atendimento imediato (ou seja, sem agendar horário), em Prioritário, Rápido ou Convencional.
O panorama dá a falsa impressão de que o sistema está cada vez mais lento ou até desordenado, mas ocorre o contrário. Mesmo com 5 vezes mais público (hoje, havia umas 45 pessoas antes de mim), a espera foi menor que de outras vezes (hoje, 20 minutos). Há uns dias, estive numa fila no Correio da Quinze de Novembro por 40 minutos, e havia só 28 pessoas na frente.
Mesmo assim, as pessoas se sentiam frustradas pela espera, ou pelas mudanças... ou será pela excessiva rapidez? Nossa cidade tem um ritmo lento em tudo e não gosta da impessoalidade no atendimento.
O BB está testando um programa computacional em 300 agências (são umas 5 mil no país), entre as quais se encontra Pelotas. O sistema registra as esperas máximas em cada sala, para cada "fila virtual" (P, R e C) e o ritmo de cada caixeiro. O supervisor Deoclécio Rocha, que estava observando o desempenho do software e dos cinco caixas (normalmente há dois ou três), explicou-me aspectos desse controle, que a população não conhece e a imprensa não divulga.
O Banco do Brasil tem uma área de Cultura, com centros culturais em Rio, SP e Brasília. Na sobreloja desta agência em Pelotas, já houve exposições de quadros, mas não continuaram.
A mecanização do trabalho humano foi ironizada por Chaplin no filme "Tempos Modernos", de 1936 (no vídeo abaixo, onde diz 401 deve ler-se "a 41").
Fotos de F. A. Vidal

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