sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Potenciais do Calçadão

Michel Constantino Figueira, quando estudante de Turismo na UFPel, mostrava preocupação pelo desenvolvimento de Pelotas, e redigiu ideias para melhorar os passeios públicos do centro. A matéria saiu no Diário Popular (leia), mas parece não ter tido repercussão. Aqueles trechos para pedestres das ruas Andrade Neves, Sete de Setembro e Quinze de Novembro ficaram parados no tempo, sem melhorias e até em deterioração.

Os pelotenses parecem ver o chamado Calçadão como um espaço a ser usado e exaurido, para um dia talvez ser refeito, e não como um recurso da cidade. Como se vê nas reações das pessoas - a protestar ou lamentar-se - quando se anunciam reformas e mudanças, faltam os conceitos de reciclagem e aperfeiçoamento.

O artigo, cujas ideias sintetizei abaixo, é de janeiro de 2005. Hoje, o autor faz mestrado na mesma área, e o conteúdo segue vigente. Todas as fotos foram tomadas no calçadão recentemente (referências no final).



Calçadão de Pelotas: atrativo ou repulsivo?

A vocação turística de Pelotas não se esgota nos campos da cultura e da ecologia. O município é o maior polo de atração geoeconômica do Sul do Estado.

Fundado no início dos anos 80 pelo prefeito Irajá, o calçadão da cidade tem um valioso potencial estratégico para o comércio e a integração regional, dando posição competitiva à cidade no que tange a produtividade mercadológica e o intercâmbio cultural.

O calçadão é espaço de lazer, encontros, cidadania e expressões artísticas, neste encontro cotidiano de diferentes tribos e vidas. Na Quinze, temos o quiosque Pelotas Memória projetado em molde francês. Na Sete com Andrade, o Chafariz das Três Meninas, vindo da França em 1874.

No entanto, por deficiências de planejamento urbano, o Calçadão sofre com problemas como: lixo exposto, cães à solta, poluição visual, becos perigosos, bicicletas escoradas em árvores, calçamento precário, ausência de proteção policial, afetando vários locais do centro. [Inclusive há uma galeria comercial abandonada, defronte ao shopping Calçadão].


Como o turismo gera empregos e divisas, e sendo o Calçadão uma das primeiras imagens que o turista tem da cidade, é necessário um comprometimento de todos.

Autoridades, políticos, empresários e comunidade, com o auxílio de arquitetos, urbanistas, geógrafos e turismólogos, devem traçar um plano de ação eficiente para revitalizar este espaço e fortalecer seu potencial turístico.

Algumas estratégias para diminuir os problemas do Calçadão seriam:

  • destino sustentável para o lixo,

  • um quiosque de informações turísticas,

  • telefones públicos em formato de doces (projeto conjunto com a Brasil Telecom),

  • melhorias no calçamento,

  • redução de poluição,

  • um espaço exclusivo, fora do Calçadão, para ambulantes,

  • treinamento especializado para o atendimento do comércio, o qual é precário, e

  • um painel ante o chafariz, com informações sobre o histórico do mesmo.
São estratégias integradoras que melhorarão a qualidade dos produtos e serviços do centro de Pelotas, gerando mais oportunidades, maior conscientização patrimonial e uma infraestrutura mais eficiente para o bem receber, devolvendo orgulho ao povo pelotense, que assim não mais verá o calçadão como uma via-crúcis cotidiana.

Os leitores têm mais sugestões?

1. Parar e passar, Sete de Setembro, maio 2009.
2. Coleta informal de lixo, esquina do Aquários, novembro 2009.
3. Poluição visual extrema, Andrade Neves, setembro 2009.
4. Calçadão arborizado, Sete de Setembro, novembro 2009.
5. Dúzia de árvores artificiais lembra o Natal, novembro 2009.
Fotos de F. A. Vidal

2 comentários:

basiko disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Francisco Antônio Vidal disse...

O comentário acima estava mal colocado. Agora se encontra no post "Infância e trapiche", de 10-12-09.