quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Trio Novitango no Bazar

O grupo da Feirinha de Natal produz, durante o ano, crochê, bordados e artesanato, que expõe em dezembro num Bazar. Há três anos este vem realizando-se no Casarão 2, atual sede da Secretaria de Cultura.

No Bistrô localizam-se as bancas das 23 participantes da Feirinha e no jardim apresentam-se artistas (cantores, instrumentistas, um coral, um CTG, integrantes do Tholl).

A programação deste ano começou terça (1) e concluiu hoje quinta, sempre das 14h às 19h. Um dos artistas anunciados hoje era Jonas Klug. Na verdade, quem se apresentava era o Trio Novitango: o barítono Jonas Klug, a pianista Laira Campos e Possidônio Tavares no bandoneón (dir.).

O grupo é de recente formação, mas seus integrantes são experimentados e talentosos e têm estudos formais em música. O nome se inspira em outro grupo que existiu em Pelotas, onde também participaram Laira e Possidônio: o Quinteto Libertango, por sua vez baseado no neologismo criado por Piazzolla.

O Trio apresenta-se em feiras e restaurantes, mais do que em recitais próprios. Somente interpreta tangos clássicos, como "El Choclo" e "Por una cabeza". Por sua soltura, unidade e pronúncia perfeita, dão a impressão inicial de serem músicos recém chegados de Buenos Aires.

Como se vê nas fotos, músicos e público estiveram totalmente dispostos a um feliz encontro, mas uma defeituosa aparelhagem de som não deu o apoio necessário, a tal ponto que o cantor brincou com essa dependência elétrica, mais própria da televisão: "Estamos fora do ar por problemas técnicos. Logo voltaremos com nossa programação normal". Só por esse incrível sentido do humor, a apresentação se bastou a si mesma.
Fotos de F. A. Vidal

POST DATA - 6 dezembro
Nos comentários, Jonas Klug faz uma correção e conta a história do grupo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Caro Vidal, obrigado pela crítica bem humorada. Somente gostaria de corrigir um ponto: o grupo não faz somente tangos clássicos (em sentido estrito), posto que a segunda das duas peças vocais que interpretamos foi "Vuelvo al sur", que é de Piazzolla, como anunciei previamente - "nuevo tango", portanto.
Aproveito para expor um pouco do histórico da formação. O primeiro grupo foi uma iniciativa do colega violonista Gahuer Carrasco, com o nome "Libertango", em alusão à peça que dá nome à suite da qual "Novitango" é um dos movimentos. A formação inicial era Possidonio, Laira, Gahuer, Leonardo Oxley no violino e Paulo Lima no contrabaixo acústico, com a proposta de executar apenas Piazzolla. Por essa razão, na segunda apresentação do grupo, eu fui convidado a fazer participação especial com a "Balada para un loco", o que se repetiu numa terceira apresentação (sempre no Sete de Abril), onde as duas cordas foram substituídas por percussão, com Jucá de León e Enio Sieburger, sendo que o espetáculo se intitulou "Flamentango" - impropriamente, uma vez que o que se acrescentou eram, na verdade, obras eruditas (nacionalistas) e populares (cuplés) espanholas "arranjadas à flamenca", incluindo peças vocais.
Após isso, Gahuer passou a assumir espetáculos com seu proprio nome à frente (atualmente, também como cantor) com músicos convidados; mais adiante, por sua vez, Possidonio e Laira retomaram um repertório de tango tradicional, somando-se ao grupo, no violão, Pedro di Ázz. Começaram, como disseste, apresentando-se em restaurantes, com o cantor uruguaio Edgar Nicola. Tendo eu retornado de Porto Alegre, fui convidado a participar do espetáculo apresentado no Conservatório, que foi o único de maior produção, quando se criou o nome "Camerata Novitango". Desde então, além da Feira do livro do ano passado, não participei mais, porém adianto que temos um projeto para o próximo ano, de obras menos popularescas e mais elaboradas, incluindo mais Piazzolla vocal, e retomando as cordas na formação, para o Sete de Abril. O tango é um gênero que agrada muito em Pelotas e região, e sempre há público para um trabalho que tenta ser criterioso em todos os aspectos.

Quanto à malograda apresentação da última quinta-feira, aconteceu a um pedido inegável da minha amiga e mestra Therezinha Röhrig, contando com aparelhagem emprestada, dentro do costumeiro amadorismo que, infelizmente, ainda pesa sobre alguns eventos beneficentes em Pelotas, e que somente terá fim com o empenho de todas as forças envolvidas. Paciência, Roma não se fez num dia. Mais uma vez, grato. Jonas Klug.

Francisco Antônio Vidal disse...

Obrigado pela correção e o completo histórico. Não ficou bem claro se "Camerata" permanece no nome ou se reutilizam "Trio".

Para quem não esteve no show: o artista diz que interpretou "duas peças" porque foi assim mesmo: depois de várias falhas e tentativas no início, a aparelhagem não funcionou mais. Esperamos que voltem, como na TV, "em breves instantes".