domingo, 31 de outubro de 2010

Livro sobre arte portuguesa em Pelotas

A artista pelotense Rejane Botelho idealizou um livro que registra parte do legado português em Pelotas, mediante uma centena de fotografias (todas em cores) de azulejos, esculturas e detalhes arquitetônicos encontrados em nossa cidade. Os objetos são ilustrativos da arte lusitana dos séculos XIX e XX, e representam a influência cultural portuguesa não política, posterior à independência brasileira.

O texto é de autoria da pesquisadora portuguesa Ana Margarida Portela Domingues, com apoio de José Francisco Queiroz, especialista em arquitetura portuguesa do século XIX (veja seu currículo). Os estudiosos foram contatados por Rejane através da internet e a comunicação deu como resultado este pequeno tratado internacional de história da arte.

A imagem de capa do livro (abaixo) é descrita como um painel de azulejos de alegoria à amizade luso-brasileira; encontra-se na fachada de uma casa em Pelotas. Na Rua Barão de Santa Tecla, proximidades da Avenida Bento Gonçalves, algumas residências apresentam adornos especiais nas fachadas (veja nota).

Duas meninas em fraterno abraço envolvem-se nas bandeiras de cada país. Atrás da portuguesa, vê-se a Torre de Belém, situada em Lisboa, e do outro lado aparece o Pão de Açúcar, símbolo brasileiro. Segundo a pesquisadora portuguesa, o painel foi fabricado em Aveiro ao redor de 1950, mas não lhe parece claro o motivo de que as meninas apareçam identificadas como enfermeiras. O título do livro é "Fotos contam uma história de Portugal em Pelotas" (Botelho e Portela, 2010). A ficha catalográfica contém dois pequenos erros: o ano de nascimento da primeira autora (que é 1961) e o número de páginas (178).

A obra foi lançada em abril deste ano, ante a comunidade portuguesa em Pelotas. Em julho seguinte, na semana de aniversário da cidade, apresentou-se uma exposição de fotos pertencentes ao livro.

No primeiro dia de autógrafos da Feira do Livro 2010, sábado (30), Rejane (esq.) deu nova divulgação a este material, editado pela UFPel (R$ 30).

Rejane Botelho Portela é pelotense, formada como técnico contábil e artista autodidata. Trabalha como fotógrafa publicitária (veja galeria no Flickr) e dirige o ateliê Agência da Arte. Como pesquisadora, já publicou - além da obra aqui comentada - postais fotográficos de Pelotas (2008), o livro “Detalhes de uma Princesa” (2009) e um Catálogo Fotográfico da cidade de Rio Grande (2010). Imagens: A. Portela, R. Botelho e F. A. Vidal

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Pelotas foi citada na Globo como ponto turístico

Quadro Tô de Folga da TV Globo mostrou, dia 22 passado, nota sobre Pelotas e seus pontos turísticos. O título da matéria é Pelotas guarda tesouros da história do Brasil (veja no sítio do Jornal Hoje).

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Conselho de Cultura se renova: todo cidadão pode votar

Nesta quarta (27), a sociedade civil escolherá os representantes setoriais para a composição do Conselho Municipal de Cultura de Pelotas (CONCULT), biênio 2010/2012. Os setores representados atualmente são seis: Artes Cênicas, Artes Visuais e Audiovisuais, Literatura, Manifestações Populares, Memória e Patrimônio, e Música.

Qualquer cidadão com título eleitoral de Pelotas poderá votar, mesmo que não atue no setor cultural. Deverá apenas apresentar o título eleitoral e documento de identidade com foto. O local de votação é a Casa dos Conselhos, rua Três de Maio, quase esquina com General Osório.

O ex-presidente do Concult Vítor Azúbel (professor e artista) declarou o seguinte:
É importante que todos que atuam sob qualquer forma na área cultural prestigiem e compareçam à votação, pela simples razão de que somente em torno de objetivos comuns a área cultural pode ganhar força e chegar aonde merece. Mormente em nossa cidade, onde - apesar de contribuir sobremaneira para o desenvolvimento do município e principal difusor do nome de Pelotas no Estado e no país - ainda a Cultura não foi devidamente reconhecida e apoiada, nem na esfera pública nem na esfera privada. 
Ainda que muitos questionem, dada a ausência de uma instituição catalisadora, o Concult pode representar o elo que o setor precisa para continuar a caminhada pela valorização. Desde que assumamos conjuntamente a postura de reunir as pessoas, os segmentos e opiniões, com todas as suas diferenças, debatendo propostas e soluções. Certamente é pela união de cidadãos comprometidos com objetivos que poderemos atingi-los.

Schlee lançando "Don Frutos"

A RBS indicou 4 escritores para o Prêmio Fato Literário 2010 na categoria "Personalidade": Aldyr G. Schlee (jaguarense radicado em Pelotas), Kathrin Rosenfield (austríaca residente em Porto Alegre), Lya Luft (natural de Santa Cruz do Sul) e Verônica Stigger (porto-alegrense residente em São Paulo).
Existente desde 2003, o prêmio será entregue no próximo 15 de novembro, dia final da Feira do Livro de Porto Alegre. Antes, dia 3, Schlee autografará, na mesma Feira, uma nova obra,
Don Frutos. Zero Hora enviou a ele 3 perguntas e ele respondeu o seguinte (texto no Caderno Cultura deste sábado 23, versão impressa).

1– Os Limites do Impossível – Contos Gardelianos é um romance. Você o vê assim ou prefere classificá-lo como um livro de contos? E em algum momento pensa em escrever um texto ficcional longo?

Aldyr Schlee – Chamei Os Limites do Impossível subsidiariamente de Contos Gardelianos porque como tais os imaginei e os construí; mas sempre percebendo que podia (e até devia) levar o leitor a admitir que a trama ficcional urdida em cada história imbricava-se na de outra história e na de outra e outra... De modo que, tendo a ver todas as histórias entre si, resultava tudo numa só. Sempre estive consciente de que não queria estruturar um romance convencional. Estava apenas no exercício de meu ofício, que é duro e sério – de dizer, redizer, desdizer, contradizer o que seja, sempre bem e da melhor maneira; mas é também ofício divertido – de fazer de conta, imaginar, admitir que tudo é verdade e que não se está mentindo nem inventando; e que é, enfim, um ofício mágico – de recriar o mundo, ordenar e desordenar vidas, interferir na realidade e irrealidade.

A propósito: antes de Os Limites do Impossível, eu havia escrito um romance – que será lançado agora, na Feira. Ele se chama Don Frutos e é uma longa narrativa ficcional de 500 páginas a partir da vida de Don Fructuoso Rivera, caudilho pampeano e primeiro presidente constitucional do Uruguai, que passou os últimos meses de sua vida em Jaguarão (RS).

2– A formação de artista gráfico o ajuda no processo de escrita, especialmente na construção de cenas literárias?

Schlee – Não exatamente: o cinema me ajuda mais. Sempre, entretanto, com a certeza de que o texto, como forma de concretização da criação literária, deve se impor entre a invenção do autor e a imaginação do leitor – entre aquilo que talvez pudesse ter sido e aquilo que bem poderia ser. Aí, sobressaindo a palavra: a palavra precisa ser posta a
serviço do texto como mediadora entre o inventar e o imaginar, impondo-se e valorizando-se também pela sonoridade que oferece e pela imagem que ajuda a construir.

3– Você se considera mais brasileiro, uruguaio ou gaúcho?

Schlee – Eu sou um brasileiro sul-rio-grandense que, como escritor fronteiriço, sente-se quase uruguaio. Aqui, sobre a fronteira uruguaio-brasileira, tenho a gostosa e permanente ilusão de estar com meus leitores e personagens dentro de um particularíssimo mundo ficcional – fiel a mim mesmo e a eles –, com a sempre renovada certeza de que assim posso
melhor me dedicar honesta e autenticamente à execução de meu projeto literário.
Foto: Blog Alpialdelapalabra

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Livro fotográfico sobre o Rio Grande do Sul

Zé Paiva é fotógrafo profissional gaúcho, radicado em Santa Catarina. Esta quarta-feira (26) às 19h, ele apresenta o livro de fotografias "Expedição Natureza Gaúcha", sua terceira obra, no Instituto João Simões Lopes Neto. Veja uma autobiografia de Zé Paiva.

sábado, 23 de outubro de 2010

Capivaras em pintura

A artista santa-vitoriense Donatilde Corrêa Pereira apresenta duas obras plásticas no Salão Nobre da Biblioteca Pública Pelotense.

Ali se realiza até 14 de novembro a exposição "Imagens de fronteira", com banners turísticos e outra série de fotografias de Jaguarão (registros de Luís Vaz com texto de Aldyr Schlee).

Donatilde pintou com tinta acrílica sobre juta um grupo de dinâmicas capivaras em seu meio natural, os banhados rodeados de vegetação. Os roedores aparentam traços de sociabilidade por seus sugestivos movimentos e proximidade uns dos outros. Por outro lado, o próprio chão habitacional ganha o aspecto de uma capivara-mãe em relação a seus filhotes.

As duas ideias têm muito a ver, especialmente se nos situarmos como humanos e parte do sistema ecológico. A tela funciona como uma bonita proclamação da vida e da necessidade de valorizarmos nosso habitat como uma verdadeira casa, onde nascemos, vivemos e morreremos.

A segunda obra é de um pica-pau, em texturas vegetais (cascas e folhas) sobre juta. Com dinamismo diferente das capivaras, mais agressivo e ruidoso, o pássaro vem satirizar nosso próprio comportamento destrutivo ante a natureza e a sociedade. Achamos divertido bater e perfurar, sem perceber os danos causados à comunidade.

O mesmo pica-pau nos diz, mais seriamente, que ele somente tira as lascas necessárias para confeccionar seu artesanato; ele é um trabalhador que devolve à natureza o que esta lhe fornece. É formiga e cigarra, mas não um maltratador de seu ambiente.
Imagens: F. A. Vidal

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Vocal sem batuta, o coral das sete mulheres

Neste sábado (23) poderemos ouvir o coral caxiense "Vocal Sem Batuta", formado por sete cantoras e quatro instrumentistas.

As vocalistas são Maria Cleuza Gobetti e Marisa Schaefer (sopranos), Cibele Tedesco, Luiza Virgínia Caon e Tadiane Tronca (mezzosopranos) e Beatriz Saretta e Jane Zanonato (contraltos).

O Vocal Sem Batuta se apresenta sem regente, mas tem maestrina: Cibele Tedesco, formada em Piano e regência. Ela é a batuta titular do Coral Municipal de Caxias do Sul, e de outros.

De acordo à informação de 2009, os músicos Daniel Seimetz (acordeon/teclados), Tiago Andreola (baixo), Caio Busetti Oliveira (percussão) e Luiz Ortiz Oliveira Filho (violão) acompanham as apresentações.

O repertório do grupo inclui canções de Chico Buarque, Lupicínio Rodrigues, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e outros.

POST DATA (21 fev 2011).
Leitor sugere consultar o perfil
sembatuta no MySpace.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Imagens sonoras

Até 28 de outubro, o saguão do Centro de Integração do MercoSul expõe cerca de vinte banners sobre uma pesquisa musicológica realizada no Rio Grande do Sul.

Somente com recursos visuais, o trabalho relata como a população gaúcha, especialmente a de ascendência teutônica, fazia e ouvia música, desde o século XIX até meados do século XX. O título da exposição: "Imagens sonoras: Iconografia e transações musicais na cultura imigrantista teuto-brasileira" (veja notícia).

Os elementos reproduzidos em grande tamanho (mais de 2 metros de altura) são: fotografias desde 1871 até 1950, partituras impressas, manuscritos e até um disco antigo (de 78 rotações por minuto).

Na foto superior à esquerda, dois registros de como se fazia música em casa, e à direita: homens tomando mate enquanto ouvem o gramofone e um grupo de músicos jovens em São Leopoldo. Outro exemplo é uma página manuscrita do Hino Nacional Brasileiro, publicado num livro alemão (dir.).

Cada figura tem um texto explicativo, feito por um professor do Conservatório de Música da UFPel e dois estudantes. Visitação das 8h às 22h.
Foto de F. A. Vidal

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Segunda fase de desocupação do Mercado

Começou há uma semana a mudança dos comerciantes externos do Mercado Público para o térreo do inacabado Shopping Praça XV, que pretendeu ser um dos maiores prédios da cidade e grande empreendimento comercial.
O sítio da prefeitura sugere que o primeiro transplantado teria sido o salão de barbeiro Damasceno (veja nota). De acordo a outra matéria (leia) na sexta (15) já se encontrava uma dúzia de bancas funcionando (sendo uns oito destes, salões de barbearia, e com movimento normal, pelo que observei).
O primeiro à direita, para quem entra, é a tradicional loja de especiarias "A Deliciosa", reporteada no Amigos de Pelotas em 2008 (leia nota), quando ainda não se sonhava com uma reestruturação do Mercado. Agora o espaço é muito menor (dir.), mas os clientes (de 60 anos de história da banca) não perderão de vista as ofertas. Seu dono, Nataniel, me contou que a mudança dele começou domingo (17), e os pontos foram sorteados, cabendo-lhe a sorte de ficar mais perto da rua.
A entrada pela Andrade Neves tem um lamentável e nada convidativo aspecto (esq.). Ninguém diria que ali funciona um centro comercial. No projeto de shopping, o imenso portão teve que ser tapado, deixando uma pequena abertura, que hoje evoca um mercado em ruínas.
Com o que se chama popularmente de "vontade política" e vendo que não haveria mais tempo nem dinheiro para a restauração, o prefeito Fetter enfrentou todos os ventos contrários (comerciais, estéticos, pessoais, sindicais), mudou os comerciantes internos para a Travessa Conde de Piratini e agora os demais para o edifício abandonado que envergonha a cidade.
A meta é devolver a Pelotas um Mercado Público digno de ser visitado e, por isso mesmo, que se autofinancie. Em 2011 deverão ser informadas as exigências para funcionar nele, e em 2012 se espera vê-lo funcionando, no aniversário de 200 anos de Pelotas.
Fotos de F. A. Vidal

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Festival de Flores no pátio da igreja

Até hoje (19) às 19h o público pelotense pode visitar o 14º Festival de Flores na Catedral do Redentor, da Igreja Anglicana (veja nota de 2009). A entrada é a normalmente usada, e a saída indicada é pela porta lateral. Tanto o interior do templo como o pátio podem ser visitados e é possível sentar-se nos bancos do Jardim Quieto São Francisco de Assis (acima) e meditar.

A exposição de flores é um costume anual da comunidade anglicana pelotense, e tem sido elogiada e solicitada por fiéis e turistas. Há venda de produtos dentro do templo, como orações, artesanato, flores e doces.
Foto de F. A. Vidal

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Futebol, Sociedade Anônima

Curta-metragem da Moviola Filmes (2009), dirigido por Cíntia Langie e Rafael Andreazza.

O barulho do trem que se ouve em off (sem imagem), nos primeiros segundos, é pão-de-cada-dia no bairro Simões Lopes. Ou melhor, de dia e noite, pois os horários dos trens não respeitam o horário da população. Os apitos inundam também o silêncio do centro da cidade. Interrupções do trânsito e atropelamentos geraram tal desordem e insegurança que o prefeito Fetter optou por retirar a linha férrea do perímetro urbano.

"Futebol, Sociedade Anônima" estreou no Projeto Sete Imagens, em 17 de setembro de 2009. O Teatro Sete de Abril lotado participou num debate com Cíntia, atores e equipe de produção, de acordo ao formato do projeto.

No saguão de entrada, a decoração alusiva eram um televisor mostrando imagens de futebol, e camisetas de times (o 7 é da Moviola, time novo mas talentoso e que vai subindo degraus).

Um detalhe que enriquece o trabalho é ter registrado como era o Mercado Público antes de seu fechamento e restauração (veja do minuto 4:35 até 4:47). O filme foi projetado em outros lugares, inclusive na TV aberta (RBS) para todo o Estado.

Veja também o making of no final deste post e o saboroso vídeo-clip da última música da trilha sonora, Passa a bola, de Edu DaMatta.
Foto de F. A. Vidal

sábado, 16 de outubro de 2010

Yolanda Pereira, cem anos hoje

Yolanda Pereira tinha 19 anos quando obteve o maior título de beleza brasileiro e mundial, em setembro de 1930 (veja nota). Voltou a Pelotas como celebridade heroica, poucos anos depois casou-se com um oficial de aviação e foi morar no Rio de Janeiro, só aparecendo em sua cidade natal em algumas ocasiões.

Hoje (16) ela completaria cem anos de idade. Setenta anos depois da façanha que nos deslumbrou, os concursos seguem existindo mas os conceitos de beleza feminina mudaram, e já não saberíamos dizer se - hoje - seu "perfil grego" e sua delicadeza de alma contariam pontos para ganhar um título.

As brasileiras de 19 anos pensam mais em si mesmas do que em servir à família e à pátria, e Yolanda não é mais lembrada como uma referência social ou política.
Imagens da web

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Cardápio da Quinzena traz 29 ofertas

A Quinzena Gastronômica 2010 (7ª edição) reduziu as atividades paralelas mas manteve a oferta quanto ao número de restaurantes, ampliando-se inclusive a 3 casas rio-grandinas (Larus, República e Sushi Bah!). Como sempre, será difícil escolher quais destes 29 pratos provar em duas semanas, até 24 de outubro. Após essa data, os restaurantes podem ou não manter sua oferta da Quinzena.

Na segunda-feira, dia de menos movimento, somente abrem 14: Batuva, Choperia Cruz de Malta, Las Leñas, Nella Pietra, República Garden Grill, Taberna Otto (estes 6, somente jantar), Bavária, Paiol, Rincão Nativo (estes 3, somente almoço), Cruz de Malta Restaurante, Lo de Lê, Lobão, Mamma Pizza, Tourist (almoço e jantar). Mais detalhes no sítio da Quinzena.

Aki na Praia - Filé de linguado à castelhana (para 2), R$ 55.
Jantar, de 3ª-f. a domingo; almoço somente domingo.
Av. Dr. Antônio A. de Assumpção 8081 (Laranjal), 3226.1210.

Amor Amora - Trio amoroso (salada, filé, sobremesa, para 1 pessoa), R$ 35 (foto à esquerda).
Jantar, de 4ª-f. a sábado.
Dom Pedro II 458 (Pelotas), 3027.5490 e 9123.4575.

Anchovittas - Linguado ao molho Anchovittas (1), R$ 18.
Jantar, de 3ª-f. a sábado; almoço somente domingo.
Quinze de Novembro 907 (Pelotas), 3305.5333.

Batuva - Entrecot Rodolf´s (2), R$ 34.
Jantar, de 2ª-f. a sábado; almoço somente domingo.
General Osório 454 (Pelotas), 3222.0101.

Bavária - Kassler Tirolês (2), R$ 29.
Almoço todos os dias; jantar, de 3ª-f. a sábado.
Sete de Setembro 306 (Pelotas), 3225.6037.

Buena Vida - Pizza de cordeiro com salada (2), R$ 28.
Jantar, de 3ª-f. a sábado.
Gonçalves Chaves 308 (Pelotas), 3321.4749.

Cantina de Mamma Pizza - Risoto de filé aos quatro queijos com salada (2), R$ 32.
Almoço e jantar todos os dias.
General Osório 720 (Pelotas), 3225.2423.

Carecão - Linguado à Primavera (2), R$ 30.
Jantar, de 3ª-f. a domingo; almoço sábado e domingo.
Gonçalves Chaves 3873 (Pelotas), 3305.6980.

Choperia Cruz de Malta - Filé mignon com tomate e mussarela + batatas fritas e pão mineiro recheado com mussarela, provolone e alho (1), R$ 19 (foto à direita).
Jantar, de segunda a sábado, até 2h.
Andrade Neves 4183, esquina Dom Joaquim (Pelotas), 3283.7702.

Churrascaria Lobão - Filé mignon ao creme de mirtilo e purê de maçã + espeto corrido e bugget de saladas (1), R$ 36. Oferta somente à noite.
Almoço todos os dias; jantar, de segunda a sábado.
Av. Bento Gonçalves 3460 (Pelotas), 3225.6197.

Cruz de Malta Restaurante e Churrascaria - Bacalhau à Zé do Pipo (2), R$ 52.
Jantar e almoço, todos os dias.
Pq. Dom Antônio Záttera 143, pela Bento Gonçalves (Pelotas), 3222.6835.

Crêperie Française - Crepe de camarão com shitake (1), R$ 14,90. Oferta somente à noite.
Jantar, de terça a domingo.
Av. Bento Gonçalves 3274 (Pelotas), 3229.2029.

João Gilberto - Filé Panqueque + arroz com brócolis (2), R$ 28.
Jantar, de terça a sábado, até 1h.
Gonçalves Chaves 430 (Pelotas), 3026.2140.

Larus Bar e Restaurante - Namorado da Primavera (1), R$ 28.
Jantar, de terça a domingo, até 1h.
Av. Rio Grande 498 (Cassino), 3236.4924.

Las Leñas - Linguado do Chef (2), R$ 46.
Jantar, de segunda a sábado; almoço sábado e domingo.
Gonçalves Chaves 2986 (Pelotas), 3227.1113.

Lo de Lê - Truta na manteiga + arroz e salada (2), R$ 38.
Todos os dias, das 11h às 23h.
Barão de Azevedo Machado 311 (Pelotas), 8406.6949.

Luna Inti - Filé de peixe Belle Meuniére + arroz e batatas noisette (2), R$ 40.
Jantar, de terça a domingo; almoço somente domingo.
Gonçalves Chaves 454 (Pelotas), 3028.8405.

Mercado del Puerto - Entrecot a la salsa de hierbas com arroz + entrada e sobremesa (2), R$ 37,90 (foto à esquerda).
Jantar, de terça a sábado.
Rafael Pinto Bandeira 1889 (Pelotas), 3222.0686.

Nella Pietra - Pizza Thai (com camarões, tamanho médio), R$ 30.
Jantar, todos os dias.
General Telles 521, esquina Santa Cruz (Pelotas), 3222.0021.

Paiol Restaurante - Filé de frango + risoto de champignon e brócolis + buffet de saladas (2), R$ 27.
Almoço, de segunda a sábado.
Av. Bento Gonçalves 3249, esquina Santa Cruz (Pelotas), 3227.3904.

Parrillada El Paisano - Entrecot ao molho chutney + arroz e salada de maionese (1),R$ 16.
Jantar, de terça a domingo; almoço somente domingo.
Marechal Deodoro 1093C (Pelotas), 3227.1507.

República Garden Grill - Filé mignon acebolado (2), R$ 32,40.
Jantar, de segunda a sábado.
Benjamin Constant 460 (Rio Grande), 3232.6883.

Rincão Nativo - Costela de cordeiro campeira, salada, arroz e feijão (2), R$ 24.
Almoço, de segunda a sábado; jantar, todos os dias (até 2h).
Félix da Cunha 859 (Pelotas), 3227.8699.

Shangay Sushi Lounge - Maguro ao tataki (sashimi de atum grelhado, para uma pessoa), R$ 30 mulheres, R$ 35 homens (foto à direita).
Jantar, de terça a domingo.
Andrade Neves 2227 (Pelotas), 3228.7601.

Sushi Bah! - Combinado Costa Doce (1), R$ 38,50.
Jantar, de terça a domingo.
Zalony 455 (Rio Grande), 3035 3510.

Taberna Otto - Escalope na chapa à moda do chef (2), R$ 46.
Jantar, de segunda a sábado.
Anchieta 3178 (Pelotas), 3028 2789

Tourist Parque Hotel - Medalhões de filé ao molho gorgonzola com cebolas carameladas + batatas bravas e arroz selvagem (1), R$ 23.
Almoço e jantar, de segunda a sábado.
BR 116, km 523 – ao lado da barragem Santa Bárbara (Pelotas), 3271 9144.

Vesúvio - Lasanha de frango ao molho vesuviano + entrada de raviólis fritos (2), R$ 30.
Almoço e jantar, de terça a domingo.
Marcílio Dias 1090 (Pelotas), 3222 6708.

Vineria San José - Entrecot da diretoria (2), R$ 36.
Jantar, de terça a sábado; almoço somente domingo.
General Osório 1161 (Pelotas), 3227 9436.
Imagens: QG

Marcovaldo encheu o Guarani

"Marcovaldo", o mais recente curta-metragem da Moviola Filmes encheu, nesta quinta (14), o Teatro Guarani com estudantes de cinema, atores, produtores, jornalistas e moradores do Pontal da Barra, uma das locações principais.

O filme foi rodado em diversos pontos de Pelotas, com atores e com celebridades locais, como o grupo Canastra Suja e o deputado Catarina.

Crianças que moram na Barra do Laranjal (e deverão mudar-se para um bairro suburbano por força de uma lei municipal) vieram ao centro da cidade para entrar num cinema por primeira vez na vida.

O que viram no palco do Guarani (que se fez cinema por uma noite) foi uma cena parecida à entrega do Oscar: Cíntia e Rafael iam contando ao público detalhes sobre a produção - como o clipe principal de divulgação - e sobre o espetáculo de estreia, até anunciar o início do filme, com aquele típico suspense do Oscar. Veja detalhes da estreia no blog Moviola Filmes.

Os dois diretores sabem falar com palavras simples, e são bons educadores também, o que ficou claro quando, antes de começar a projeção, pediram que o público não se levantasse no final e esperasse terminarem os créditos, para que víssemos pelo menos quanta gente havia trabalhado no filme.

O cinema comercial nos acostumou a sair correndo, ignorando a música e os nomes dos artistas e técnicos. Mas o cinema artístico requer alguma sensibilidade no espectador, que valorize o que se vê na tela e o que se sente no coração. Sobre isso a Moviola tem muito a nos ensinar e esperamos que essa aprendizagem não acabe nunca. Nova sessão na sexta-feira 20, na SeCult.
Fotos de F. A. Vidal

10 anos do Corredor Arte: duas mulheres

Corredor Arte em setembro de 2010
O Corredor Arte do Hospital-Escola completou, em setembro passado, dez anos de atividades sem interrupção, e a amostra comemorativa trouxe uma coleção de 27 telas, de autoria de 27 artistas, entre aqueles que participaram em alguma das 219 exposições deste período (2000-2010).

Estas obras foram especialmente pensadas e pintadas para esta ocasião, e seus autores doarão parte das vendas para melhorias do projeto de arte no hospital.

O comentário desta nota, abaixo do histórico, se refere a somente dois destes trabalhos, neste caso de mulheres que pintam mulheres.

Histórico do Corredor Arte

Em setembro de 2000, o Hospital-Escola UFPel/FAU e o então Instituto de Letras e Artes (ILA), atualmente Instituto de Artes e Design, estabeleceram uma parceria com o projeto de extensão “Arte e Saúde”. Desde dezembro de 2008, o Corredor Arte seguiu as atividades como um projeto de Humanização do Hospital-Escola.

Como uma galeria, o corredor de entrada expõe trabalhos artísticos em geral, tais como pintura, desenho, gravura, fotografia e artesanato e outras formas de arte adaptáveis ao espaço.

Os artistas se inscrevem vários meses antes, tendo as mais diversas origens, de Pelotas e região (alunos universitários, artistas emergentes ou reconhecidos, ateliês, grupos de saúde mental).

Duas mulheres

Graça Antunes e Deborah Blank Mirenda trazem suas conhecidas mulheres, cada uma com um estilo tão próprio que quase não parecem ter uma natureza em comum. Os dois quadros foram expostos lado a lado (acima), talvez pelas dimensões análogas ou pela temática próxima.

As gordas de Graça (dir.) têm um ar latino-americano (tropical e popular), aparecem ao ar livre e chamam a atenção pela sensualidade e liberdade. Seu grande volume corporal se relaciona mais com a generosidade amorosa do que com o sobrepeso.

O convite é a uma interação erótica, o que inclui comer, caminhar, conversar, dançar, tocar-se. A artista expôs recentemente uma série de mulheres em homenagem a Pelotas (veja nota).

Já as mulheres de Deborah (esq.) são longilíneas e melancólicas; parecem refletir sobre algum "pesado" assunto, com seus grandes e sensíveis olhos. É dentro deles que se devem buscar os horizontes.

A emotividade efusiva fica projetada em flores e a visceralidade, reduzida a uma pequena boca, que deve comer, beijar e falar pouco. Grandes ouvidos sugerem receptividade para conhecer coisas, curiosidade para recolher histórias, escutar com atenção segredos não contados, talvez dolorosos.

O comportamento é recatado; o erotismo, sublimado. Para quem se aproximar, o convite é a conversar somente, o que permitirá explorar com calma os mistérios da vida.
Imagens: Corredor Arte

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Museu Carlos Ritter reabriu

Há cerca de dez dias, o Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter reabriu suas portas em novo endereço: rua Barão de Santa Tecla, 576 (v. foto inferior). O único museu de ciências naturais de Pelotas precisava sair de uma casa estreita e com danos estruturais, e achou este espaço, três vezes mais amplo.

A notícia não foi dada por jornais de Pelotas, nem sequer pelo portal da UFPel, instituição à qual pertence o museu, mas pelo Correio do Povo (leia o texto), acessível somente para assinantes. A fotografia de Carlos Queiroz (acima) foi tomada especialmente para essa reportagem.

A parte mais antiga do acervo tem cerca de 120 anos.
Em janeiro passado, a casa fechou as portas e ficou cerca de seis meses, na sede antiga, à espera da burocracia. Definido o novo local em maio (leia notícia), a mudança foi feita e o material ficou sendo montado  sem abrir as portas do museu  durante mais três meses, e ainda não tem todo seu acervo exposto: parte está guardada, parte está jogada no chão, à espera dos móveis (dir.).

O acervo vem sendo formado desde as últimas décadas do século XIX, quando Carlos Ritter (1851-1926), empresário gaúcho radicado em Pelotas, se dedicava à taxidermia de pássaros e ao estudo dos insetos (veja histórico).

Ritter criou verdadeiros quadros entomológicos que ainda se conservam neste museu (são 3 mosaicos cujas peças são insetos). Em 1979, o Museu adotou o nome que tem hoje, funcionando na Escola de Agronomia até 1988, quando ganhou casa própria (na verdade, alugada), a da Marechal Deodoro 823.

Coleção de aves empalhadas é a maior do Estado, com 450 peças.
Os 4500 insetos conservados constituem uma das maiores coleções entomológicas no Brasil; há quem a tenha como a maior (leia nota), mas uma pesquisa no Google mostra pelo menos as seguintes: o Museu Fritz Plaumann (SC), a Coleção Entomológica da UNISC (RS) e a Coleção Padre Jesus Santiago Moure (PR). Esta coleção foi formada pelo professor Ceslau Maria Biezanko (1895-1985), cientista polonês que viveu em Pelotas.

Além dos insetos e das 450 aves empalhadas, o Museu Carlos Ritter também tem as seguintes coleções (leia detalhes do acervo): Ictiológica (peixes), Herpetológica (répteis), Mastozoológica (mamíferos), Osteológica (esqueletos) e Paleontológica (fósseis).

Museu não sai na mídia, mas é famoso nas escolas.
Definido como um departamento do Instituto de Biologia da UFPel, o Museu atende pouco mais de uma centena de visitantes por dia, uns 20 mil por ano, provenientes de cem escolas da região. Não aparece na imprensa nem em folhetos turísticos, a não ser em momentos como este, mas é velho conhecido de professores e estudantes de todas as idades.

Seus funcionários o consideram "o primo pobre" da Universidade, por sentir uma demora burocrática e uma escassez de verbas que outras unidades não parecem sofrer. Uma visão realista de toda a UFPel mostrará um panorama contraditório: vários primos pobres e alguns favorecidos.

Na verdade, o Museu é uma plataforma de divulgação científica de Pelotas e da UFPel, além dos serviços educativos que presta à comunidade. Não há razões lógicas  somente políticas  para desfavorecê-lo.

Após 20 anos na antiga sede, Museu ficou parado um ano à espera da mudança.
Fotos: CP (1) e F. A. Vidal (2-5)

POST DATA
15.10.10
Veja a reportagem no portal da UFPel e nota histórica sobre o Museu na página do Instituto de Biologia.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Serra passa por Pelotas

O candidato presidencial José Serra não tinha vindo a nossa região este ano, e apareceu esta noite, vindo de Rio Grande. Ao parecer, somente seus partidários mais comprometidos se entusiasmaram, e sua rápida passagem não gerou fenômenos especiais como desfiles ou comícios.
É o que deduzo, pois quando passei pelo Café Aquários vi um grande ajuntamento (esq.), sem gritos nem movimentação: era o representante único de oposição à continuidade de Lula (veja nota da RBS).
José Serra, o bem-educado e anódino economista paulistano, já havia perdido contra o mesmo Lula em 2002 e agora repete o prato. Quem diria, este é o mesmo líder estudantil considerado "perigoso demais" pelo ministro Costa e Silva em 1964 (leia histórico). Hoje ele é um bem-comportado "opositor".
Cerca de uma centena de partidários, mas nem ânimo de vitória, nem fúria pelas políticas do governo petista, nada ouvi de anormal. Não era o tratamento para uma celebridade nacional.
Para os parâmetros de alterações no Aquários, parecia que era o nosso prefeito (que aliás andava bem junto a Serra) a chamar a atenção daquele povo, ele que pouco aparece em lugares abertos. Mas não se tratava disso, como as fotos mostram: a estrela era Serra, Fetter sempre do lado ou atrás (dir.). Tinham sido colegas em 1990 (veja nota da Prefeitura).
Tão pouca gente havia que até pude tomar fotos, mesmo não tendo eu a compleição de um cinegrafista típico. A pesar dessa boa sorte, minha percepção subjetiva e minha máquina me levaram a fotografar aspectos secundários desta reunião informal, onde o lado humano se manifesta livremente.
Pela Sete de Setembro, os políticos estavam sendo entrevistados, fotógrafos miravam com cuidado, celulares amadores clicavam (abaixo).
O que se via desde poucos metros de distância era a pequena multidão silenciosa, com uma pessoa no meio falando em voz baixa (Serra), como um técnico afônico fazendo um relatório (eu cheguei perto e mal pude ouvir o tom de voz da "estrela").
À sua volta, o povo inerte, uma bandeira solitária se movia inexpressiva, uma cara feminina parecia dizer: "E agora, para onde vamos"?
Finalmente, o candidato entrou no edifício da Associação Comercial, enquanto uns sete ou oito veículos esperavam pela Quinze de Novembro, para a qualquer momento dissipar aquele episódio insignificante e rapidamente levar para longe aqueles jornalistas e aqueles políticos.
Fotos de F. A. Vidal

Exposição de telas de Gustavo Bicca

O pelotense Gustavo Lucas de Oliveira Bicca tem 30 anos. Como portador da Síndrome de Down, não tem um currículo rico em titulações, mas certamente cheio de desafios, sacrifícios e alegrias. Com o apoio de outros e uma grande vontade de crescer, foi tomando rumos de superação, aperfeiçoando-se gradualmente como um artista plástico.
Terminou o Ensino Fundamental na Escola Estadual Santa Rita, e fez o Curso Técnico de Agroindústria na Escola Agrícola Federal de Pelotas. Com notórias aptidões e interesses para as artes manuais, estudou desde o ano 2000 no Atelier Giane Casaretto, desenvolvendo diversas técnicas de pintura, como tinta acrílica, pastel seco e oleoso, bastões de cera, colagens e outros.
Seus trabalhos mostram que a criatividade foi sendo incentivada, especialmente no que se refere aos traços e à composição plástica. Atualmente frequenta aulas no Atelier de Olga Halfen, onde se nota a maior liberdade de expressão.
Os traços inseguros deram origem a quadros mais futuristas (esq.), mais e mais embasados nas técnicas ensinadas. Ali trabalha com madeira e composições de diferentes texturas sobre os quadros.

Gustavo está filiado ao Movimento de Artistas Plásticos de Pelotas (MAPP). Em 2002, ganhou destaque ao ser classificado para a fase Regional do Projeto SESI Descobrindo Talentos, com a obra “Sob o sol do deserto”.
Até 10 de novembro, está expondo individualmente uma seleção de trabalhos dos últimos dez anos, sob o título "Trajetória". A mostra pode ser visitada no Espaço Arte Chico Madrid, da Sociedade Sigmund Freud.
A casa espera que esta divulgação também sirva de estímulo a todos aqueles que têm necessidades especiais, pois o esforço e o crescimento de Gustavo mostram que a arte não tem barreiras, pois é uma expressão do espírito.
Fotos: E. Devens (1) e F. A. Vidal (2-4)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Carne para consumo na Feira de Animais

Quem andava com máquina fotográfica na Expofeira, sábado (9) pôde apreciar a estética de cores e luzes de um fogo aceso para assar churrasco. Gaúcho comemora com os amigos à base de carne, e não considera a correção política, ecológica ou nutricional.
Em outro setor do Parque Ildefonso Simões Lopes, um remate de gado não conseguia muitas ofertas, pelo pouco público do entardecer. O leilão era de bovinos de reprodução e corte, o que significa abate e destinação ao consumo humano. Os animais eram empurrados numa arena para serem vistos de perto pelos possíveis compradores. As arquibancadas meio vazias continham poucos analistas profissionais e mais curiosos, daqueles que cansados de TV querem a proximidade dos bichos vivos, como num zoológico, ou dos que gostam de pensar nestes animais como candidatos a um prato comestível, como seria num circo romano.
Mesmo gostando de churrasco, sou daqueles que não conseguem conciliar duas tendências contrapostas colocadas num mesmo objeto: ou se degustam com agrado os tipos de carne, ou se trata dos animais vivos com cuidado científico. Para gostar das duas coisas se requer uma grande tolerância da violência interna. É uma realidade instintiva inevitável, mas que às vezes se consegue educar e canalizar, com maior ou menos consciência, ou eficiência, ou benemerência.
Por isso é que as duas imagens deste post se encontram o mais longe possível uma da outra, tentando afastar duas cenas que na Feira Agro-Pecuária de Pelotas se encontravam, num mesmo momento, a poucos metros de distância.
Fotos de F. A. Vidal

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Paula Battipaglia leva Beatles a Porto Alegre

Até dia 20 de outubro próximo, a pelotense Paula da Costa Battipaglia expõe em Porto Alegre sua série de pinturas "Yellow Submarine", que estreou em 2009 no Bar João Gilberto (veja nota). Paula herdou habilidades artísticas e as desenvolve desde criança, ganhando gradualmente asas próprias.
Agora a mostra é apresentada no Café do Porto (Rua Padre Chagas 293, bairro Moinhos de Vento), um verdadeiro ponto de encontro dos intelectuais porto-alegrenses, que está aberto todos os dias, das 8h até a meia-noite (domingos a partir das 10h).

Em 2009, buscando um tema concreto para sua primeira série individual, Paula encontrou-se com a encomenda de pintar uma tela com a imagem Sea of Holes (esq.); essa foi sua primeira pintura desta coleção (dir.).
Para melhor inspirar-se, a artista decidiu ver o filme inteiro, e gostou tanto que a criatividade apaixonada gerou mais e mais quadros, todos reproduzindo cenas do filme inglês de animação. É o caso da imagem "O Quarteto" (acima), alusiva aos próprios Beatles como músicos e/ou à trilha sonora instrumental do filme.
Em 1968, também os Beatles aceitaram participar no filme como encomenda, mas simplesmente emprestando as músicas (todas as vozes dos personagens eram de dubladores ingleses). Mas, quando viram o desenho animado pronto, quiseram aparecer no segmento final com suas caras e vozes reais. Daí saiu o videoclip (sem a graça típica do quarteto) com metade da música All Together Now, criada para The Yellow Submarine.

domingo, 10 de outubro de 2010

Uma cornucópia de leite feita em casa

Uma fonte de leite foi concebida por um funcionário da Cosulati e montada para o seu estande de vendas na 84ª Expofeira. A tecnologia é a normalmente usada em nossa região: um motor que bombeia o líquido de um balde, passando por um tubo de volta ao mesmo balde.

A imagem de movimento contínuo atrai os sentidos da visão e da audição, sugerindo a abundância infinita do produto, cheio de conotações: comerciais, biológicas, emocionais e até bíblicas (Êxodo 3, 8).

A pesar do bom tempo primaveral e do longo feriadão, a Feira não teve abundância de público pelotense, que não faz seu o interesse pelo trabalho rural e veterinário, pelas gineteadas ou pela música nativista.

O evento do Diário Popular, instalado esta vez dentro do Parque Ildefonso Simões Lopes, se viu prejudicado por afastar-se uns 2 km de seu habitat natural - a Avenida Dom Joaquim - e pela cobrança de entrada (R$ 5), fatores minúsculos mas que afetam o comportamento da classe média-alta.

Como se vê, a abundância não conta sempre com os seus destinatários e o leite sobrante promete ficar coalhado, como a profecia bíblica também ironizou (Isaías 7, 22). A nossa riqueza econômica e humana jorra sem ser desfrutada nem frutificar, uma metáfora de nossa estagnação local e nacional.
Foto de F. A. Vidal

sábado, 9 de outubro de 2010

Marcovaldo estreia quinta-feira

Marcovaldo é o mais novo filme da produtora Moviola, dirigido por Cíntia Langie e Rafael Andreazza. Estreia às 20h desta quinta (14) no Guarani, com entrada grátis. Aceitam-se doações de alimentos não perecíveis.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Câmara abriu espaço artístico

Segundo o portal da Câmara Municipal, será aberto este mês de outubro um "Espaço Arte", que poderá ser usado pela comunidade artística para eventos como exposições e reuniões.

O Legislativo pelotense funciona há alguns meses num antigo casarão da Rua Quinze de Novembro nº 207 (veja fotos), pagando um altíssimo aluguel. O estímulo às artes não tem sido parte da política da casa, que não tem uma divisão cultural, mas é bem-vinda e deverá ser abraçada pelos artistas.

A nota de imprensa, publicada em 30 de setembro passado, informa que a área disposta tem cerca de 48 metros quadrados, na parte superior do prédio. Os interessados podem comunicar-se com o Chefe de Gabinete da Presidência, Paulo Souza (telefone 3225 1776), das 8h30min às 14h, de segunda a sexta-feira.
Foto: F. A. Vidal

Juliana Spanevello, cantora nativista

Juliana Spanevello (veja seu blogue) é cantora nativista com experiência desde os 11 anos de idade, com passagem por diversos festivais e 250 músicas gravadas. Foi melhor intérprete por dois anos consecutivos da Califórnia de Uruguaiana; também foi premiada no Festival César Passarinho e no Minuano da Canção.

Em julho de 2010 gravou o CD Pampa e Flor (ainda não lançado), com a participação especial de Luiz Marenco, Joca Martins, Aluísio Rockembach e Fabiano Bacchieri. Como divulgação, já foi publicado clip da música "Pela Querência" (sem identificação de autor).

Este fim de semana na 84ª Expofeira de Pelotas, Juliana participa com uma canção no Festival de Doma e Canto Tradição e Coragem, e no sábado 23 de outubro acompanha Joca Martins em show beneficente no Teatro Guarani.


quinta-feira, 7 de outubro de 2010

50 anos da UCPel

A Universidade Católica de Pelotas completou hoje 50 anos de fundação, e organizou diversas comemorações internas e com a comunidade. A sala de professores do campus I foi recentemente adornada com o número 50 (acima), formado por fotografias de alunos, professores e funcionários.

Por decreto de 7-10-1960, o presidente Juscelino Kubitschek criou a Universidade Católica Sul-Rio-Grandense de Pelotas. Em 1962, o Conselho Universitário simplificou o nome para Universidade Católica de Pelotas, o que foi aprovado por Parecer ministerial nº 180/63. Desde então se usa a sigla "UCPel" (u-cê-pél).

Quatro faculdades de Pelotas, Rio Grande e Bagé foram reunidas para formar uma universidade da Igreja (veja histórico). Até 1977, os reitores foram padres, mas a administração foi entregue a leigos após doze anos de gestão do próprio bispo Dom Antônio Zattera como 3º reitor.

Com toda sua trajetória de expansão, hoje a UCPel ainda é uma universidade pequena e não é administrada com critérios eclesiais (evangelização, amor a Deus e aos irmãos, cultivo da espiritualidade). O cinquentenário toma a instituição de ensino num momento de tensão financeira e organizativa, somada à existência de outras universidades em Pelotas.

Na foto do acervo do curso de Jornalismo (acima), vê-se a construção inicial do prédio C, o maior do hoje chamado campus I, com visão pela Rua Dom Pedro II. À direita, algumas das palmeiras sobreviventes.
Imagens de F. A. Vidal

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Esses bonés... (crônica)

O cronista Rubens Amador traz uma crítica de costumes escrita após as eleições de domingo, recordando valores que os tempos modernos nos fazem esquecer.

Confesso que não gosto desses bonés, copiados dos americanos - como os tênis, como a barriga de fora - entre vários outros hábitos que o cinema passa às demais sociedades, dado a sua força.

Até aprecio um jovem com o boné devidamente usado, com sua aba para a frente. A aba para trás, como o relógio na mão direita, para mim, sinalizam o desejo de seus usuários de chamarem atenção sobre si, entre os demais. Denota pessoa que não se adapta com serenidade aos bons costumes, ao stablishment.

De uns tempos para cá, passei a me sentir mal quando vejo certos rapazes que cobrem suas cabeças com esses bonés, dentro de igrejas, cultos, ambientes austeros, em salas de aula, e já vi: o neto de uma morta, à beira do caixão, trazendo em sua cabeça um desses bonés. Acho esses comportamentos sociais nesses ambientes uma completa falta de educação, de quem não aprendeu em casa, por quaisquer razões, que é um dever social tirar-se o chapéu ou quejandos, em lugares cobertos, especialmente os que merecem respeito, como os templos religiosos.

Vi, nesta última Semana da Pátria, vários jovens com bonés na cabeça durante o Hino Nacional, numa prova de falta de civismo, pela falha educação recebida de seus maiores. Parece mentira, mas esses pequenos maus comportamentos é que trouxeram a constante falta de respeito por tudo, inclusive contra os idosos e os professores. Assistir às aulas com a cabeça coberta é um desrespeito pelo mestre e pela Instituição que lhe prodigaliza ensinamentos. Parece que os diretores e diretoras de escola temem aos alunos, por sua agressividade, e deixam de corrigir esses despautérios.

Os da minha geração se chocam, num restaurante, ao depararem com vários moços e até adultos fazendo suas refeições com os bonés de que falo. Aprendemos em casa que, à mesa, se devem respeitar regras mínimas, como lavar as mãos, cabeça descoberta e não palitar os dentes, numa segunda refeição aos olhos dos demais. A hora da refeição tem algo de sagrado. Infelizmente esses pequenos rituais sociais foram se embrutecendo.

Nesta última eleição (e já fui presidente de mesa por mais de uma vez), havia uma certa solenidade, onde tanto os votantes quanto os companheiros mesários primavam por um ambiente sadio, condizente com o momento solene da escolha dos nossos dirigentes. O destino da Pátria ali era escolhido. Mas algo que vi nessa eleição de domingo último me estarreceu, e espero que o Meritíssimo Sr. Juiz Eleitoral, para as próximas - talvez já para o segundo turno de 31 de outubro - nos poupe o quadro de mesários trabalhando com bonés na cabeça. E vi mais de um com a aba virada para trás, como se estivesse num bar, num ambiente descontraído entre amigos e não colaborando com uma eleição de seu País.

Aquele era um momento austero e importante e exigia inclusive vestimenta adequada, sem camisas coloridas com dizeres em idioma estrangeiro, na maior descontração, como a de quem está participando de uma quermesse. Gostaria que S. Excia o Sr. Juiz Eleitoral mandasse bem orientar a esses jovens, que deram contribuição bonita e importante ao ajudarem na eleição. Mas que, por favor, vistam-se com a dignidade daquele momento tão significativo para a brasilidade.

Rubens Amador

Imagens da web