quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Serra passa por Pelotas

O candidato presidencial José Serra não tinha vindo a nossa região este ano, e apareceu esta noite, vindo de Rio Grande. Ao parecer, somente seus partidários mais comprometidos se entusiasmaram, e sua rápida passagem não gerou fenômenos especiais como desfiles ou comícios.
É o que deduzo, pois quando passei pelo Café Aquários vi um grande ajuntamento (esq.), sem gritos nem movimentação: era o representante único de oposição à continuidade de Lula (veja nota da RBS).
José Serra, o bem-educado e anódino economista paulistano, já havia perdido contra o mesmo Lula em 2002 e agora repete o prato. Quem diria, este é o mesmo líder estudantil considerado "perigoso demais" pelo ministro Costa e Silva em 1964 (leia histórico). Hoje ele é um bem-comportado "opositor".
Cerca de uma centena de partidários, mas nem ânimo de vitória, nem fúria pelas políticas do governo petista, nada ouvi de anormal. Não era o tratamento para uma celebridade nacional.
Para os parâmetros de alterações no Aquários, parecia que era o nosso prefeito (que aliás andava bem junto a Serra) a chamar a atenção daquele povo, ele que pouco aparece em lugares abertos. Mas não se tratava disso, como as fotos mostram: a estrela era Serra, Fetter sempre do lado ou atrás (dir.). Tinham sido colegas em 1990 (veja nota da Prefeitura).
Tão pouca gente havia que até pude tomar fotos, mesmo não tendo eu a compleição de um cinegrafista típico. A pesar dessa boa sorte, minha percepção subjetiva e minha máquina me levaram a fotografar aspectos secundários desta reunião informal, onde o lado humano se manifesta livremente.
Pela Sete de Setembro, os políticos estavam sendo entrevistados, fotógrafos miravam com cuidado, celulares amadores clicavam (abaixo).
O que se via desde poucos metros de distância era a pequena multidão silenciosa, com uma pessoa no meio falando em voz baixa (Serra), como um técnico afônico fazendo um relatório (eu cheguei perto e mal pude ouvir o tom de voz da "estrela").
À sua volta, o povo inerte, uma bandeira solitária se movia inexpressiva, uma cara feminina parecia dizer: "E agora, para onde vamos"?
Finalmente, o candidato entrou no edifício da Associação Comercial, enquanto uns sete ou oito veículos esperavam pela Quinze de Novembro, para a qualquer momento dissipar aquele episódio insignificante e rapidamente levar para longe aqueles jornalistas e aqueles políticos.
Fotos de F. A. Vidal

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