terça-feira, 31 de maio de 2011

11º Sarau Poético-Musical

Dançaterapia no aniversário do Ágape

Com este mês de junho, o Ágape Espaço de Arte inicia seu segundo ano de criativa existência. Foi em 31 de maio de 2010 que a Galeria JM Moraes foi inaugurada, com a exposição Em torno do mundo, ao redor de si.
A programação deste primeiro aniversário inclui: um coquetel para convidados (31 de maio), uma exposição de artes plásticas (mês de junho) e duas atividades de formação com a dançaterapeuta argentina Sonia López.

Na inauguração do Centro, há um ano, a bailarina e especialista em dançaterapia ministrou - por terceira vez em Pelotas - o Seminário de Capacitação Profissional em Dançaterapia (as fotos desta nota foram tomadas naquela ocasião; clique para ampliar).
Em 2011, o Ágape reedita essa atividade teórico-prática (12h de duração) no primeiro fim de semana de junho: sábado (4) e domingo (5), das 9h às 12h e das 14h às 17h. O custo é de R$ 150 por pessoa (180 após o dia 1 de junho). O participante receberá um certificado internacional com carga horária de 12horas.
Na sexta (3), Sonia López conduz uma Oficina de Dançaterapia, atividade de extensão dirigida a professores e estudantes do Centro de Artes da UFPel e para interessados em geral. Como ingresso, solicita-se a doação de um agasalho (a ser entregue no início da atividade, às 19h, na A.A.B.B.).

A dançaterapia é uma disciplina arteterapêutica que, mediante os movimentos corporais, trabalha o ritmo individual, o autoconhecimento, a expressão e a conscientização do próprio corpo, as potencialidades, a criatividade e o respeito ao outro. Tem-se mostrado útil na reabilitação de idosos, mulheres, crianças, e pessoas com deficiência física ou mental. Sonia López vem difundindo este trabalho mediante a Fundación Sonia López de Dança e Dançaterapia (disponível nas redes Facebook e YouTube).
A exposição Instáveis, com o grupo Superfície, pode ser visitada no Centro Ágape (Anchieta 4480) desde esta quarta-feira (01) até a sexta 1 de julho, pela manhã (das 8h30min às 12h) e pela tarde (das 14h às 18h30min). Informações: 3028 4480, 8416 6762, agape4480@hotmail.com e no blogue do Ágape.

Helena Badia e suas séries criativas

Helena Badia comemora 15 anos como artista plástica com uma retrospectiva de 17 trabalhos no Corredor Arte do Hospital-Escola da UFPel/FAU. A mostra pode ser visitada até esta quinta (2).

A maioria destas obras representa as diversas etapas da trajetória artística de Helena, que começou a pintar quando se esboçou em sua vida a fase do "ninho vazio". A criação artística permite uma aproximação às partes da própria identidade, em novos aspectos, e elaborar as perdas e as dores vividas em cada fase da vida.

Estes seus novos filhos espirituais foram organizando-se em séries, como os nus da Masculino Singularis (2004-2007) e os autorretratos fragmentados "Dos meus muitos eus" (2008-2009). Por outro lado, alguns trabalhos são independentes, não pertencendo a um tema de pesquisa.

Por exemplo, o Cristo de perfil levando a cruz (dir.), desenho em carvão sobre papel kraft, surgiu em 2003 e não se inseriu em nenhuma das séries criativas da artista. Nesta exposição, ele ficou como um filho único, olhando para a entrada da U.T.I., como um emblema para o consolo dos que sofrem.

Em próximas notas, poderemos ver outras obras que ilustram estas etapas criativas de Helena. Veja também o seu blogue pessoal, Ainda em Troia.
Imagem: Agência Completa

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Atuações teatrais no centro de Pelotas

Esta semana, o Núcleo de Teatro da UFPel programou desempenhos na rua, como atividade da Oficina de Formação Livre denominada "Poéticas Teatrais Contemporâneas e Teatro de Grupo". A informação foi dada ontem por Rejane Botelho, no blogue Agência da Arte - Cultura.

Segunda-feira 30 de maio, 18h
Cantinho do Faustão, de Elias Pintanel
No centro da cidade, uma exposição de arte contemporânea está aberta para todos. Um detalhe: aqui as pessoas podem ser obras de arte e virar parte da exposição.
Local: Marechal Floriano esquina General Osório (em frente à loja Hercílio).

Terça-feira 31 de maio
A Reunião, de Jandira de Souza Brito
O grande grupo se sentará em círculo, nos rituais típicos do tomar café e coisinhas gostosas. As conversas começarão por meio de perguntas, retiradas de uma caixa por cada participante e debatidas uma a uma. Ante um grito, todos se moverão numa dança esquisita, e logo voltarão ao debate. O desempenho busca representar as cansativas reuniões que devemos tolerar pelo simples cumprimento de convenções. Também alude à vontade de jogar tudo pro alto e ter uns segundos de “loucura”, fugir do padrão de "normalidade "para uma "anormalidade".
Local: Café Aquários.

Quarta-feira 1 de junho, 18h
Um ruído ao bom senso!, de Mauricio Rosa
Um grupo de pessoas terá seus celulares tocando, seja com músicas em mp3 ou toques de telefone. É uma crítica à poluição sonora a que somos expostos diariamente em lugares públicos como filas, ônibus, praças, praias, seja de carros com som alto, tocando músicas de massa, ou dos próprios aparelhos telefônicos. Mais precisamente, esta performance é um apelo ao bom senso.
Local: Supermercado Nacional do Calçadão de Pelotas, setor Frutas.

Quinta-feira 2 de junho, 15h
Família vai às compras, de Nailê Machado
Uma família do interior vai às compras, mas as pessoas não se entendem. Os filhos querem tudo que veem, pois nunca viram tanta novidade.
Local: Camelódromo da Marechal Floriano.

Sexta-feira 3 de junho, 18h15min
Vamos assistir à aula?!, de Vanessa Martins
Uma jovem professora tenta iniciar a sua aula, mas seus alunos não prestam atenção. Ficam de conversas paralelas e jogando bolinhas de papel. A docente tenta resgatar a aula, mas não consegue e abandona a sala.
Local: Largo do Mercado.

Sábado 4 de junho, 11h30min
Aniversário da minha mãe!, de Laerte Sancho
1ª Etapa: Cada um responde para si mesmo a pergunta: Qual é a primeira coisa (ação) que me vem à cabeça quando penso em minha mãe?
2ª Etapa: Realizar essa ação vestido de "mãe".
3ª Etapa: Gravar um vídeo de todos cantando parabéns, vestidos de mãe, no mesmo local, e enviá-lo à minha mãe via internet. Espero vocês lá.
Local: Calçadão de Pelotas.

Domingo 5 de junho, 16h
O Bom Pastor, de Mauricio Mezzomo
O dono da palavra recita as bem-aventuranças, enquanto seu rebanho é puxado por cordas. Verifica-se a relação entre opressor e oprimido.
Local: Parque Dom Antônio Zattera.

Pérolas de vestibular de música (obras)

O Bolero de Ravel foi composto pelo Ravel.

"Carmen" é uma ópera e "Carminha Burana" é sua filha.

Há uma espécie de Corais feitas por Bach, que se chamam Florais e são usados como remédios milagrosos. [Edward Bach]

"Messias" é uma missa de Handel cuja originalidade é ter muitos aleluias.

As Fugas de Bach são famosas porque ele não queria ficar preso em nenhum sistema.

A importância de Tristão e Isolda reside no fato de que é uma música muito triste. Mais triste que a Tristesse de Schoping.

A mais bela sinfonia é a Ódio à Alegria de Beethoven. [Hino à Alegria]
A ópera mais Romântica é a Paixão de Mateus por Bach. [Paixão segundo São Mateus, de Bach]
Tem dois tipos de Cantatas de Bach: as Cantatas religiosas e as Cantadas di profanação, que ele usou no palácio. [cantatas profanas]
"As 4 Estações" é o CD mais vendido da banda do Vivaldi, depois que fez sucesso num comercial de sabonete, que não me lembro o nome agora. (o nome é Vinólia; v. abaixo Gisele Bündchen em 1997)

domingo, 29 de maio de 2011

Latinamente, Lyber

O músico uruguaio Lyber Bermúdez acaba de reeditar o seu CD Latinamente, lançado originalmente em 2004, numa produção de Negrinho Martins.

O disco está à venda na loja Stúdio CDs, no restaurante Rincão Nativo e na banca de jornais do calçadão da Andrade Neves. Também pode ser pedido ao músico pelo seu blogue Canciones Latinoamericanas e pelas diversas redes sociais a que ele pertence.

O CD contém canções dele, como "Un son para tu consuelo" (escute aqui), com arranjos de Negrinho Martins. Dedicada ao cubano Compay Segundo (1907-2003), a música foi uma das finalistas no 20º Musicanto Sul-Americano de Nativismo, em Santa Rosa (RS), novembro de 2004. Acompanharam o cantor: Marcolino Rosa e Silva (violão e vocal), Gilberto Oliveira (violão), Miguel Tejera (baixo) e André Rass (bongôs).

Outra novidade é que Lyber foi selecionado para participar no 27º Reponte da Canção, que será realizado na próxima semana, de 2 a 5 de junho em São Lourenço do Sul (veja os classificados na Linha Livre). Ele participa com sua recente composição "Mi nuevo arrabal", tango em que ele conta sua história (veja uma biografia) e homenageia Pelotas, cidade que o acolhe desde 1999. Acompanham-no neste festival: Maykell Paiva e Fabrício Moura, no violão, e Hélio Mandeco no contrabaixo.

POST DATA
13-04-13
Lyber publicou ontem o áudio da música "Si abres la ventana", do disco Latinamente.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Nu e vitral de Carmen Araújo, no CIAB

Dois gaúchos expõem no XVI Circuito Internacional de Arte Brasileira: Eduardo Dévens, representando nossa cidade com uma fotografia (veja nota) e Carmen Araújo, médica e pintora pelotense, radicada em Porto Alegre.
Tendo já participado de várias edições do CIAB, nesta ocasião Carmen leva um quadro da série "Vitrais" (dir.), inspirada em imagens de casarões antigos.
A artista se valeu da sensualidade da nudez feminina (alusão direta ao corpo materno) e a "revestiu" com elementos visuais dos vitraux (cores, brilhos e formas curvilíneas), tradicionalmente encontrados em igrejas e casarões, com a aberta intenção de homenagear Pelotas.
A sutil mensagem é que a mulher sensível se integra ao "corpo" da sociedade, vista como um ser orgânico e acolhedor. A nudez elabora a sã vaidade, ainda na falta do elemento masculino. Assim, o encontro amoroso sugerido é entre a menina e a adulta, os afetos e a pele, a cidadã e a cidade. Veja mais sobre a artista no post Lembranças.
Imagem: C. Araújo

terça-feira, 24 de maio de 2011

Dormir para Mecenas (crônica)

Na Antiga Roma já conheciam o paradoxo psicológico de se fechar os olhos para uma situação de conveniência e, ao mesmo tempo, mantê-los abertos para o resto da realidade. O cronista Rubens Amador nos mostra como esse princípio é aplicado no Brasil de hoje.

Certa vez, conversando em Brasília com o conhecido jornalista Ricardo Noblat, então diretor do Correio Braziliense, eu lhe disse:
— Acho fascinante a profissão e a missão social do Jornalista: denunciar, dar nomes, descrever certos fatos nefandos. Mas o que tenho observado, nos últimos anos, é que geralmente tudo acaba em nada!
Noblat concordou comigo e contou-me várias denúncias que fizera, todas muito bem embasadas, mas, como os denunciados eram pessoas ligadas diretamente ao poder, mesmo os fatos e as fotos, reforçando suas acusações, de nada adiantaram. Postergaram, postergaram, até as coisas acabarem no esquecimento, e ficou o dito pelo não dito. Mas ninguém o processou pelas denúncias, o que Noblat achou curioso.

O Sr. Paulo Maluf depositou muitos milhões em paraísos fiscais, em seu nome e de seu filho (leia), mas valeu e prevaleceu a palavra do ex-prefeito paulistano, que sempre repetiu, como um metrônomo, com aquele seu sotaque inigualável: "Eu não tenho dinheiro lá fora!" De nada valeram as documentações e as denúncias.
Agora este escândalo do ex-ministro Palocci, que, segundo denúncia da Folha de São Paulo, em 4 anos de mandato como deputado federal multiplicou seu patrimônio em 20 vezes (leia notícia). Ele comprou uma propriedade de 6,6 milhões, sendo que somente havia declarado patrimônio de R$ 974 mil nesse período.
O mencionado não negou tal matematicamente curiosa operação, mas justificou a surpreendente compra, alegando que o dinheiro resultara de negócios feitos por seus escritórios de assistência técnica.

A mídia se esbalda no assunto. O Dr. Pertence, ex-ministro do Supremo, agora a serviço do PT, já disse que o negócio é limpo (veja notícia), e que Palocci, em conversa reservada com ele, lhe perguntara se não estava ofendendo a ética, o que o Dr. Pertence dissera-lhe que não! Segundo o próprio. E que considerava o assunto, bom e encerrado.

Agora: pai pobre e desempregado que não paga pensão, vai direto para a cadeia! Chamar moreno de “negão”, dá cadeia! Passador do conto do bilhete, vai logo em cana. A autoridade não brinca em serviço. É o peso da Lei!

Disso tudo, me ocorreu contar-lhes a narrativa de Plutarco: que Galba tendo oferecido um lauto jantar para Mecenas, durante o ágape, observou sua mulher e o romano ilustre trocando olhares e sinais, de forma tão inequívoca que o anfitrião resolveu fingir ter sido dominado pelo sono, a fim de deixar o ilustre convidado namorar com sua mulher, inteiramente à vontade.
Foi tão convincente na sua representação, que um criado resolveu roubar algumas vasilhas de prata. Quando, porém, escondia as peças, gritou-lhe Galba, indignado:

— Não estás vendo, patife, que durmo somente para Mecenas?

Os que dormem para Mecenas são os que tudo permitem aos poderosos e tudo negam aos humildes.
Rubens Amador

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Futebol, Sociedade Anônima (o filme)



Em 2009 a Moviola Filmes produziu "Futebol, Sociedade Anônima", uma história universal ambientada no bairro Simões Lopes. Em fevereiro de 2010, o filme foi exibido no programa da RBS Curtas Gaúchos, e desde esta semana tem acesso disponibilizado na internet. Aqui no blogue já havíamos mostrado o clipe musical Passa a Bola, Mané, de Edu DaMatta, e o making of.

domingo, 22 de maio de 2011

Luar sobre Pelotas, no CIAB

Com a fotografia "Luar sobre Pelotas", Eduardo Dévens é o artista que representa nossa cidade no XVI Circuito Internacional de Arte Brasileira.

De 3 de maio a 28 de agosto, o CIAB apresentará 160 artistas de todo o Brasil, com uma obra de cada um, em exposições nas cidades de Viena (Austria), Montemor (Portugal), Madri (Espanha) e Belo Horizonte (Brasil).

Este circuito, que é organizado pelo grupo mineiro Colege Arte, já levou artistas de Pelotas a diversos países. Esta é a terceira participação de Dévens, fotógrafo já destacado aqui no blogue, e que há um ano também dirige o departamento cultural da Sociedade Sigmund Freud.

As participações anteriores de Eduardo ocorreram junto a outros artistas de Pelotas: em 2009, no ciclo que esteve no Chile, e em 2010 na série que visitou Berlim e Praga.
Imagem: E. Dévens

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Jules e Jim: uma para dois, três para três

No ciclo “Nouvelle Vague de Godard e Truffaut”, abordado pelo cineclube Zero 3 neste mês de maio, a segunda sessão mostrará o clássico Jules et Jim (1962), de François Truffaut. Neste sábado 21, às 15h, no Auditório do Centro de Artes da UFPel (Alberto Rosa 62).

O portal IMDB resume assim a história de Jules e Jim – Uma Mulher Para Dois (se preferir surpreender-se vendo o filme antes, não leia esta descrição): Em Paris, antes da Primeira Guerra, dois amigos — Jules, austríaco, e Jim, francês — se apaixonam pela mesma mulher: Catherine. Ela prefere Jules e se casa com ele. Terminada a guerra, eles se reencontram na Alemanha e Catherine muda de ideia. O amor não afeta a amizade entre os três, mas o relacionamento tem uma evolução. Veja abaixo o trailer original.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Epigramas de Rubens Amador

Em janeiro passado, o cronista Rubens Amador abriu uma nova seção neste blogue, no gênero literário mais atual de todos: as frases de microblogue, ultrassíntese de informação, sentido crítico e bom humor.

Nos anos 70, o poeta gaúcho Mario Quintana resgatou para suas frases satíricas a denominação de epigramas, que se dava na Antiga Grécia aos minipoemas inscritos em objetos (os epitáfios eram epigramas escritos em túmulos). Quintana preferiu os epigramas em prosa, carregando-os de conteúdo poético e mordaz (veja uma seleção).

Já conhecido por suas crônicas, reportagens e relatos breves, nosso colaborador apresenta agora, por primeira vez em 40 anos de escrita jornalística, esta faceta paradoxalmente não desenvolvida pelos jornais impressos. Neste post acrescentaremos, domingo a domingo, os epigramas de Rubens Amador.


Mais vale uma modesta palavra de solidariedade que mil silêncios eloquentes.

Estou sempre pronto para virar saudade!

O coração é um órgão nobre, porque quase sempre consegue desalojar o ódio; enquanto a saudade ele é capaz de guardar para sempre.

O homem, com toda a tecnologia que possui, não é capaz de se ver livre de seus detritos.

Nesta vida ninguém escapa de sua agonia particular.

A superstição é a metafísica do ignorante.

Embora nada traga de volta as horas de esplendor na relva ou a glória dos campos floridos, não devemos nos afligir, mas sim procurar forças em nossas lembranças.

Na Democracia é imprescindível o diálogo; logo, é a convivência dos contrários.

Burrice erudita é aquela que não tem um mínimo de inventividade.

A gente pode comprar a lisonja, mas a inveja tem que ser conquistada.

Sempre tive restrições para com os sábios de subúrbio.

O que fazer contra o pensamento, se sobre ele não prevalecem os mais fortes ferrolhos?

Amigos não são os que atiram flores, mas os que tiram os espinhos.

Para muitas pessoas, a gratidão é um fardo pesado demais para carregar.

Mais ciumenta que mulher velha casada com marido novo, simplesmente não existe!

Em certos momentos costumo assumir o sorriso de um chinês cínico.

A mediocridade, costumo definir com a expressão: "a um passo além do nada"!

A uma sombra não se pode jamais pedir luz.


Por mais obscuro que você seja, sempre tem alguém que o inveja. É desse que é preciso cuidar-se.

Infelizmente, as pessoas se inclinam mais para acreditarem no mal do que no bem.

Coitados dos que têm a segurança dos sonâmbulos. É preciso temer-se. Só não teme quem não pode enxergar o perigo.

Tenho sempre procurado ser realista nas atitudes e pensamentos. Jamais desejei ser profeta do acontecido.

Neste mundo tudo sempre tem um preço. Nada é de graça. Só a Graça de Deus.

Nunca se deita uma árvore ao primeiro golpe.

O tempo não transforma o homem. Só o amor consegue.

Acho que das desventuras humanas, a mais difícil é a de carregar, junto com a velhice, uma pobreza extrema.

O ideal é que um homem tenha autoridade sem ser autoritário.

Em matéria de sexo, entrara na fase de só obter bons resultados com sua Secretária Eletrônica.

O maledicente é coerente com seu caráter e seu sentimento. Despreza a honra alheia porque não a possui.

Sempre temas a um homem sofrido, porque ele sabe como sobreviver.

Só não são doces as pessoas que não se acostumaram com o amargo.

Vaidoso e longevo, confidenciava aos íntimos: "Já tenho vergonha de fazer anos!"

O caráter não tem preço, por isso por ele deve-se pagar sempre.

Qualquer ser humano é passível de erro, mas só os especiais são capazes de consertá-lo.

A vida é assim: quando se começa a aprender bem sobre ela, já é hora de morrer.

Ninguém pode erguer a felicidade pessoal, sobre a infelicidade alheia.

A cirurgia disfarça as rugas. A tinta cobre os fios brancos. O Espírito, porém, se não for alimentado pela Esperança, morre rapidamente.


Nunca cometa injustiças conscientemente. Seu superego vai lhe cobrar um preço muito alto por isto.

Não existe destino além do que construímos para nós.

Confesso, meio envergonhado, que às vezes penso em ficar só deitado, olhando para as estrelas.

O amor é sol. Por isso uma simples nuvem jamais pode fazê-lo escurecer por completo.

Só creio na Justiça Divina. Na comum, tenho visto causídicos de cara verbosidade livrarem da justa culpa a baratos criminosos.

Cada amanhecer é um preâmbulo da Esperança.

A sabedoria de certas criaturas, na mór parte das vezes, assemelha-se à dos espelhos: tem uma profundidade enganosa.

Quem perdoa se aproxima dos deuses. Se fores te sentir melhor perdoando, perdoa! Se com o teu perdão irás rasgar um sorriso em face arrependida, perdoa! Regateia sempre pela tua honra, mas nunca pelo teu perdão.

Há sempre portas abertas, mas é preciso saber o momento certo de transpô-las.

A lágrima triste é a secreção do sofrimento. Só há dois tipos de lágrimas que confortam: a da alegria e a da satisfação.

Ao palmilharmos nossos caminhos encontramos muitas essências. Uma só, porém, é a inquestionável síntese das essências da vida: o Amor.

Mesmo para os que detestam viajar, sempre há um dia em que precisamos partir.

Em questões de saúde ainda sem solução, nunca devemos perder a Esperança... enquanto houver prêmios Nobel.

São dois os tipos de corrupção. Em um você se corrompe, com sua consciência e vontade; no outro é corrompido, com sua cegueira e passividade.

Eu vi. Foi rápido. Os guardas chegaram correndo. Revistaram dois marginais, algemaram-nos e os jogaram no camburão. Fiquei pensando: Não deve ter sido por irem a missa duas vezes, no domingo!

O remédio mais eficaz que existe é a vontade de viver!

Não é por estar no ocaso que tenho Fé. Com ela aprendi, desde cedo, que se consegue vencer o medo do fracasso, com que a maioria se defronta, vez por outra, na sua peregrinação por aqui.

A despeito de Kleist, Nietzsche e Hölderlin, para mim o suicídio é o linguajar das almas analfabetas.

Por mais sincero e profundo que seja o arrependimento de um homicida, seu crime jamais será apagado.

Já observei um eficaz meio para causar sofrimento, digno do Marquês de Sade: mostrar-se solícito a ouvir pedidos, só para ter o prazer de negá-los.

O riso é o exultamento do espírito, por isso devemos cultivá-lo. Só é condenável nos sardônicos e cínicos, que o transformam de bálsamo em ofensa.

Ser feliz é ter estendido a mão a esmo, e encontrado lá o que não estaria ausente.

A saudade é a cenestesia deixada no coração por uma situação vivida, ou por alguém que se afastou para sempre.

Ser criança é viver-se a única época em que a incoerência é tolerável.

Para tudo há remédio na vida! As grandes tragédias nascem da dificuldade que os indivíduos têm de remediarem os próprios males.

Diálogo: "Sou muito rico. Tenho tudo... Bem, só não tenho família". Retrucou o outro, com sabedoria: "Então não tens nada!

Não há nada mais livre que o sentimento do Amor. Só se o dá, a quem se quer!

Não trate mal aos seus velhos, provavelmente você virá a ser um.


O que fica de forma indelével são os valores espirituais. As coisas materiais que juntamos, da mais modesta à mais suntuosa, de nada nos valem no fim da vida. Chegamos e saímos nus!

Todos podemos cair, mas só alguns conseguem reerguer-se logo.

As verdades nunca são eternas porque o mundo e as idéias são mutantes.

A cada dia que passa, mais nos aproximamos da Grande Chegada! Demos, pois, valor e sabor à Vida, até o nosso último dia aqui.

Nossa vida é como uma vela acesa em noite procelosa. Pode resistir à ventania, ou pode apagar-se com a brisa".

O dinheiro muitas vezes revela caracteres. Eleva os bons e condena os maus.

No declive é preciso caminhar lento e cuidadoso com o piso, até que Alguém apague a luz!

Tanto o céu quanto o inferno são estados da alma que nós próprios elegemos no nosso dia-a-dia.

Sempre mantenha os amigos perto. Mas os inimigos mais perto ainda.

A vida é um imprevisto, contrário aos destinos pensados.

Desde que o mundo é mundo, o sofrimento desafia o ser humano a encontrar um sentido para a sua existência. Mas como cada passo é doloroso poucos persistem na busca.

Uma das coisas que nos deixam felizes é quando um sonho bom se torna realidade.

O medo se instalou na vida do ser humano - não o medo como mero instinto de fuga - quando descobriu que não era eterno.

O sorriso se abre para muitos; para alguns outros, porém, ele somente mostra os dentes!

Só a inteligência nos faz pessoas úteis e de valor.

O efeito das coisas ao redor depende de nosso estado de espírito.

O perigo do choque de gerações é que podem se distanciar tanto a ponto de acabar não se tocando mais.

Não acredito em regimes políticos perfeitos, pela simples razão de que os homens são imperfeitos.

Tudo na vida passa...inclusive nós!

Do meu saltério particular: "Aqueles que incluem serão incluídos; os que abandonam ficarão sós... até acolherem a Mão de Deus" - Salmos segundo Rubens 7, 24.
Fotos de Cristiane Neves

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Carla Menezes, um olhar amoroso sobre a natureza

Carla Poggetti Menezes expôs nove de seus óleos na recente homenagem ao Dia Internacional da Mulher organizada pela UVEL Pelotas (leia o post). Com essa mostra, ela foi a primeira artista a apresentar-se nesse evento, que em 2011 teve sua terceira edição.

Carla é gaúcha, profissional da área da publicidade, e chegou a Pelotas há poucos meses, proveniente dos Estados Unidos, onde morava com seu esposo, o paulista Norberto Ikeda.
As borboletas estão na maioria da produção desta artista, por inspiração que nasceu no Estado da Flórida, onde ela morou alguns anos. Em Coconut Creek, cidade conhecida como a "capital mundial das borboletas", encontra-se o Butterfly World, aviário com 5 mil borboletas vivas, de 80 espécies.
A motivação começou há uns seis anos, ao receber materiais de pintura deixados por sua avó ao falecer. Nunca antes disso havia tomado pincéis e tintas. Bisnagas e espátula herdadas catalisaram a força genética, e pareceram fluir os talentos.
Sem qualquer professor externo nem métodos formais, foi absorvendo dicas esparsas, como o uso preferente das cores primárias. Nesse primeiro impulso, a artista autodidata optou por reproduzir ideias alheias e fotografias tomadas de livros e da internet. Uma das primeiras imagens foi o Gato Azul (dir.).
Carla passou a trabalhar a múltipla riqueza das borboletas, deixando-se levar pelo autoexigente desejo de copiar o detalhismo fotográfico. Aproveitou a simplicidade e popularidade do tema tendo em vista também a divulgação científica e a educação sobre a natureza, linhas muito apreciadas por professores em geral e pelas crianças.
Hoje ela tem esta primeira exposição em seu incipiente currículo, após ter pintado várias dezenas de obras, que foram presenteadas aos familiares.

Algumas delas estão no seu orkut (Carla Menezes - Minhas Telas) e em sua página do Flickr.
No primeiro desses quadros, guardado com especial carinho, a inspiração foi assumidamente romântica. No início de namoro com seu atual marido, os dois celebraram com vinho tinto e guardaram o rótulo. Para eternizar o momento, ela fez uma pintura que mostra a garrafa e os copos do vinho, um vazio e outro meio cheio (dir.).
O rótulo foi incluído na pintura e ali segue até hoje, intacto, num entorno vermelho que a paixão e o líquido parecem ter inundado. Tal é o olhar amoroso de Carla Menezes sobre a natureza que circunda o ser humano, olhar que também inunda o espectador de suas pinturas.
Fotos de de C. Menezes (2) e F. A. Vidal (1, 3)

domingo, 15 de maio de 2011

Professora Loiva Hartmann está no Dicionário de Mulheres

Esta terça-feira (17), a escritora gaúcha Hilda Agnes Hübner Flores apresenta na Capital do Estado o seu "Dicionário de Mulheres", com centenas de verbetes que identificam autoras brasileiras (veja alguns dos nomes). A cerimônia será às 17h, no Memorial do Rio Grande do Sul, entidade dirigida por Voltaire Schilling e que pertence à Secretaria de Cultura do governo estadual.

Entre as gaúchas destacadas, encontra-se a professora pelotense Loiva Hartmann, autora de livros de poesia e de reflexões, escritora integrante da Academia Sul-Brasileira de Letras, mentora da Jornada Cultural de Pelotas e assídua leitora de nosso blogue. Leia o seu artigo A Gauchesca Simoneana e Platina: alicerce comum, construção diversa.

Post Data (20-05-11): Em comentário, a Professora Loiva especifica a quais entidades pertence (é Personalidade Cultural da ASBL, não integrante de número).

Paisagens no bar (post nº 800)

Até 8 de junho o Bar João Gilberto expõe pinturas de Leda André, Maria Cecília Rosa, Neiva Nogueira, Neli Marques, Neusa Jaekel e Sirlei Xavier. Elas são alunas de Maria Zilá Battipaglia, professora do Atelier Zilah Costa.

Os trabalhos são onze telas em tinta acrílica, representando paisagens e flores, um tipo de conteúdo muito socorrido na área do ensino, a modo de exercício técnico. O público também aprecia figuras naturais, que muitas vezes funcionam como tranquilizante, e vendem bem.

Neste conjunto, uma das paisagens mais chamativas é a de Leda André, que apresenta elementos interessantes na forma (jogo de cores, efeitos de luminosidade e sentido de profundidade) e a introdução de um simbolismo: um muro com porta fechada.

Tanto estímulo visual consegue prender o espectador para que olhe e pense, o que reflete a existência de uma artista com capacidade de pensar e de elaborar o que sente.
Foto de F. A. Vidal

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Ecologia no Pontal da Barra

Estudantes do curso de Ecologia da UCPel lutam pela preservação do Pontal da Barra, área de nosso município composta por: banhados, fragmentos de mata de restinga e uma grande biodiversidade. Eles fazem o programa de TV Rastro Selvagem, e dedicaram o vídeo abaixo a esse assunto.

Segundo a denúncia deles, autoridades, empresários e a população em geral permitem que ocorram danos a esse ecossistema, verdadeiro berço da vida que diminui dia a dia. Em outros locais de Pelotas, foi feito um episódio também educativo sobre a Importância dos Banhados.


quarta-feira, 11 de maio de 2011

Telas de Eva Fuentes

Eva Greque Fuentes apresenta telas de paisagens e flores no Corredor Arte, até esta quarta-feira (11). Em outras ocasiões, neste mesmo local, ela expôs trabalhos como professora de pintura para grupos da ASUFPel e SINASEFE.

Formada em Artes Plásticas em 1982, lecionou na então chamada Escola Técnica Federal, depois CEFET, hoje IF-Sul.
Mas foi só em 1998 que ela começou a pintar, após tantos anos desenvolvendo o sentido artístico e a criatividade nos alunos. Numa primeira fase, seu professor foi Eribaldo Ramos; posteriormente, teve aulas com Maria Zilá Batipaglia.
Além do uso preferente da tinta acrílica, ela pesquisa materiais para chegar a formas alternativas de expressão, que possam valorizar a personalidade e as novas experiências de cada aluno, seu lado sensível e imaginativo mais pessoal.
Nas palavras dela:
— Toda atividade expressiva é geradora de prazer e a utilização de diferentes materiais propicia e estimula a criação.

A informação e as fotografias desta nota provêm de um release da Agência Completa Comunicação.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sítio RBS-Pelotas substitui jornalista

Depois de um ano e 4 meses como curadora do sítio ClicRBS-Pelotas, a jornalista Bianca Zanella Ribeiro se mudou para Porto Alegre, onde será redatora do sítio do jornal ZH, também do Grupo RBS. A informação provém da própria Bianca, que comunicou o fato por email, na quinta-feira (5), aos membros do Conselho de Colaboradores e pôs uma frase sugestiva no seu twitter pessoal: "vou me embora, vou me embora, prenda minha, tenho muito que fazer". A empresa ainda não informou nem explicou esta mudança.

No segundo semestre de 2009, ela havia deixado o Diário Popular, onde trabalhara ainda como estudante, para assumir o novo projeto de webjornalismo da RBS, inaugurado em 14 de dezembro daquele ano. Na época, escrevi a nota Mais Bianca, Mais Pelotas.

No seu lugar fica Paula Blaas Marini (à esq. na foto), jornalista de 22 anos, formada em 2010 na UCPel. Nesse ano, colaborou com o sítio web e estagiou na RBS TV Pelotas. Em seu aniversário, mereceu um longo artigo de Nauro Júnior em seu blogue Retratos da Vida.

Em 2011 estava na RBS TV Caxias e agora volta a sua amada Pelotas, como ela escreveu em seu blogue Eu e meu Coração. Na função de curadora do sítio e da comunidade virtual, ela deverá coordenar os conteúdos enviados pelos leitores pelotenses, além de se comunicar com o Conselho, que tem 1 ano e 3 meses de existência.

domingo, 8 de maio de 2011

O portão de Vila Noêmia, 90 anos depois


A imagem acima, tomada por mim em abril de 2009, seria uma possível participante na Mostra Fotográfica Pelotas satoleP, anunciada para julho próximo (veja a nota), com a intenção de revisitar os lugares da cidade fotografados por Brisolara em 1920 e utilizados na ficção histórica "Satolep", de Vitor Ramil. No entanto, a foto não cumpre os requisitos da convocação, e fica aqui como estímulo aos possíveis participantes.
Trata-se da "Villa D. Noemia", casa construída em 1919 por Jorge Campello Duarte, ficando popularmente conhecida como Castelinho Duarte. Jorge era filho de Plotino Amaro Duarte, diretor e principal acionista do Banco Pelotense, que existiu entre 1906 e 1931.
Assim como o registro de Brisolara da casa recém construída (esq.), a foto mais recente também se reveste de valor histórico, pois o prédio em ruínas não existe mais (veja a nota Sumiço de um casarão). A nossa riqueza econômica e a aristocracia local se pulverizaram, restando alguns prédios restaurados para contar a história.
Ao longo do tempo, a decadência econômica de Pelotas foi deixando lembranças esparsas, mediante documentos, prédios e ligações familiares, e hoje ainda restam traços das glórias passadas.
Um século tem sido pouco para a sociedade pelotense aprender a aceitar as perdas gradualmente sofridas. Somente com o reconhecimento e a tolerância das próprias limitações poderemos utilizar nossas capacidades reais e ressurgir como um foco de riqueza humana.

A Mãe Saudade (crônica)

Crônica de Rubens Amador, escrita e publicada na década de 90, mas de valor perene e atemporal.
Embora a figura materna seja única, por sua condição física e espiritual, há diversas denominações para esta criatura inigualável.
Há a mãe rica, a pobre, a feliz, a infeliz, e a Mãe Saudade! É dessa que quero falar um pouco nesta data.
Quase todos nós, filhos, nunca tivemos a capacidade de retribuir o amor e o cuidado que esse Ser Especial teve para conosco.
Achávamo-las repetitivas e protetoras, às vezes – quando éramos jovens – ao nos lembrarem, por exemplo, para não esquecermos do cachecol em noite fria. Se chovia, era a capa. E a sua eterna advertência:
— Te cuida, meu filho, não bebe muita coisa gelada!
A gente respondia com enfado:
— Tá, mãe, não te preocupes, não vou beber nada gelado.
Mas dávamos de ombros, fazíamos um muxoxo, e lá íamos, lampeiros, para a “brincadeira”, o aniversário ou o baile. No outro dia, era ela quem vinha com a aspirina, o chá de limão e o mel, porque havíamos feito, na festa que participáramos, exatamente o contrário do que ela nos tinha advertido.
E nos cuidava; nos agasalhava com o cobertor e ficava ao nosso lado sem nenhum queixume, porque nós representávamos um pedaço dela, embora insistíssemos em não nos lembrar disso.
Quantas oportunidades perdemos – os da minha geração – de curtir a nossa mãe com a intensidade que ela merecia.
Nós a queríamos com displicência em casa; porém, se na rua alguém a ofendesse com palavras, partíamos logo para a briga, que esse era o único desaforo que não aceitávamos levar para casa. Cobrávamos destemidamente o respeito de outrem para com alguém que era sagrada para nós. Só que ela nunca vinha a saber do ocorrido e do quanto, reconditamente, nós lhe amávamos.
Nosso único pecado foi que a maioria, tal como eu, não soube expressar o seu bem querer por aquela criatura que nos gerou, talvez porque acreditávamos que ela jamais nos deixaria, e não faltaria tempo para dizermos-lhe, agradecidos, o quanto a queríamos bem. Esse dia, creio, foi sempre adiado pela maioria.
Deus fez todas as mães com a mesma massa, dando-lhes uma sabedoria instintiva, com a certeza de que o seu amor para com seus filhos a faria um ser diferenciado na face da terra. É uma pena que descobrimos, quase sempre, tarde demais esta verdade: Nossas mães eram dotadas da capacidade de saber o que era melhor para sua cria!
Hoje, passados tantos anos sem a minha Mãe, no seu dia, confesso que sinto um pouco de remorso por não ter sido mais cordato nas pequenas coisas para com ela.
Desejo daqui homenagear a minha, e às demais Mães Saudade, que com sua sempre sentida ausência justificam este título, com a mesma intensidade, para muitos dos que me lêem, tenho certeza.
Rubens Amador
Imagens da web

Terceiro cabeçalho

Em março de 2010, inauguramos nova fase no blogue (leia o post de anúncio), introduzindo a primeira Agenda Cultural, novos gadgets e o segundo cabeçalho de identificação (veja no fim desta nota). O primeiro deles apareceu em julho de 2009 (veja).
Desde o passado domingo de Páscoa, 24 de abril, marcando nosso terceiro ano de trabalho, o blogue apresenta o cabeçalho atual, que foi desenhado por Nathanael Anasttacio, autor dos dois anteriores.
A imagem reúne os dois principais conceitos deste projeto: o de mapeamento local, representado pelas ruas de Pelotas, e o de patrimônio simbólico, identificado por uma flor cultural. As imagens ali contidas sugerem a riqueza territorial desse patrimônio afetivo e criativo, distribuído em artes musicais, corporais, verbais (fachada do Teatro Sete de Abril) e visuais (detalhe de um quadro de Carmen Garrez). Nathanael Anasttacio compôs esse conjunto e a artista Carmen Garrez, que autorizou o uso de sua obra para este fim, batizou-o "Trevo das Artes".
No texto a seguir, o designer se refere à concepção deste cabeçalho (abaixo, o modelo de teste, que esteve visível até 1 de maio passado).

O ruído causado no lançamento de uma nova identidade visual lembra em muito o ruído do trânsito, a voz das ruas. Há várias estradas. Vários gostos. Opiniões distintas que ora trafegam em harmonia, ora divergem, causando choques. Todas as estradas, neste caso, convergem a uma discussão que, sem dúvida, é benéfica.
O ruído advém do retorno do que foi lançado à apreciação pública. Todo esse ruído lembra também a própria cultura, repetindo-se para manter-se viva. Todo esse ruído lembra a anáfora poética do sol do novo dia, sol que é sempre o mesmo a cada novo amanhecer.
A nova identidade visual deveria mapear esse ruído, esse pulsar da cidade e de sua produção diária; seja na fotografia, na internet, na dança, na música, na paisagem urbana, no graffiti, na pintura, na figura humana, no paisagismo, nos museus, nas ruínas e na sujeira, no que está às sombras, no que está às margens, no lugar-comum, na originalidade de buscar a origem desse lugar-comum.
Na simplicidade dessa busca por algo que representasse esse mosaico de intenções e leituras possíveis, chega-se a um padrão: o blog tem o caráter do próprio mosaico, fragmentado e sem postura fechada. Ao invés disso, um caráter aberto, que concatena, imbrica e fomenta a cultura de várias áreas.
Na simplicidade dessa colcha de sensações que nos cobre após um dia expostos à nossa cultura visual,
Na simplicidade de olhar para a cultura da nossa cidade e ver um pouco de uma cultura maior presente ali,
Na simplicidade de questão tão complexa, o passo determinante foi traduzir todos esses valores e visões em uma identidade que não privilegiasse e não excluísse nenhuma de suas bases.

sábado, 7 de maio de 2011

Professora e aluna no Corredor Arte


No mês de abril passado, Doroti de Ávila Zanuncio e Graciele Souza (esq.) expuseram obras suas no Corredor Arte do Hospital da FAU-UFPel. Elas são professora e aluna, e se conheceram num ateliê realizado na Igreja Santa Tecla, no município do Capão do Leão.

O trabalho desse grupo de pintura tem um sentido comunitário, pois pelo pagamento dos alunos gera benefícios para famílias carentes, e também tem um efeito terapêutico sobre os aprendizes, mediante a expressão e a criatividade. Neste caso, é a primeira vez que as obras são expostas num espaço público de arte.

Hoje com 78 anos, Dona Doroti vem dedicando-se à pintura há uns quinze anos, desde que se aposentou como pedagoga; ela iniciou na arte uma nova carreira que primeiro a transformou em aluna, e novamente em professora dos mais jovens.

Por outro lado, Graciele pinta há apenas um ano e meio, e veio a descobrir o talento nestas aulas. Um espectador desavisado não poderia distinguir facilmente as 13 obras da aluna, colocadas entre as 16 da professora, nesta mostra do Corredor.

A julgar pelos quadros em exposição, poderia dizer-se que elas têm interesses semelhantes e talentos de nível parecido; não é difícil ver que elas dialogam em aprendizagem mútua e amistosa, apoiando-se em comentários, elogios e críticas construtivas.

Ambas pintam figurativos, e temos como exemplo: "O Crepúsculo" (esq.) e o quadro que representa uma casa à beira do lago e seu reflexo (sem título, abaixo).

Os dois são exercícios técnicos que mostram o esforço de cada artista, exercido para obter efeitos especiais como a profundidade e o sombreado. Um se concentra no detalhismo intelectual do preto-e-branco; o outro se revela mais emotivo e até ingênuo, mas sua qualidade criativa maior está na busca de um reflexo com distorções de forma e de cor. O da aluna é este último, é preciso especificar.

As duas também se aproximam ao abstrato, em exemplos que podem apreciar-se nas primeiras imagens deste post: Doroti mostra grande capacidade de síntese em "O Veleiro", enquanto Graciele usa novamente a força passional do vermelho em formas que sugerem organicidade, num jogo vivo entre geometria e espontaneidade, rigidez e movimento, ordem e desordem, saúde e doença.
Imagens: Completa Comunicação (1-2-5) e F. A. Vidal (3-4)

Acossados, no Cineclube

O Cineclube Zero3 reinicia as atividades hoje (7) com sessões de debate sobre a Nouvelle Vague, filmes franceses da década de 1960 ("nova onda" tem em francês o sentido que no Brasil se deu a "jovem guarda"). A temporada 2011 terá como local o Auditório do Centro de Artes (Alberto Rosa 62) e o horário de matinê (15h) passou para o sábado. Junho trará filmes americanos dos anos 70.
O primeiro filme será "Acossado", escrito e dirigido por Jean-Luc Godard, sobre uma ideia de François Truffaut (veja o trailer original abaixo).
Os atores principais são Jean Seberg e Jean-Paul Belmondo (dir.): uma das mulheres mais belas da história do cinema e um dos homens menos "belos" fazem um casal fugitivo e resfolegante, numa metáfora do sexo com culpa, coisa cotidiana numa sociedade cheia de medos e repressões.
O título original, À bout de souffle, traduziu-se mais corretamente em inglês como Breathless e em espanhol como Sin Aliento (leia-se o duplo sentido da falta de fôlego).
As demais sessões de maio debaterão os filmes "Banda à parte" (sábado 14), "Jules e Jim" (sábado 21) e "Fahrenheit 451" (sábado 28).

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Tu és a minha boa estrela


Luísa Kurtz canta Tu la mia stella sei, da ópera "Júlio César no Egito", composta em italiano por Georg Friedrich Händel. O recital realizou-se em Porto Alegre, no domingo 5 de dezembro de 2010, com a Orquestra de Câmara da ULBRA, dirigida por Tiago Flores. O cravista foi Carlos Morejano.

Nesta ária do primeiro ato, uma apaixonada Cleópatra espera ganhar o trono do Egito se tiver o amor de Júlio César. Em tradução aproximada: "Tu és a minha boa estrela, doce esperança, que dá a meus desejos um agradável prazer. Minha fidelidade é constante no coração, e veremos em breve o que o amor pode fazer".

Tu la mia stella sei, amabile speranza,
e porgi ai desir' miei un grato e bel piacer.

Qual sia di questo core la stabile costanza,
e quanto possa amore, s'ha in breve da veder.

Vídeo: produção de Estúdio Móvel

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Teatro Guarani 90 anos

Clique na imagem para ver a programação de 90 anos do Teatro Guarani.

Pimenta Buena e convidados, sábado (7)


Aberto em 30 de abril de 1921, o Teatro Guarani criou há poucos meses um blogue para difusão de suas atividades teatrais, especialmente em referência aos 90 anos.

Veja nota sobre o grupo Pimenta Buena e seu recente trabalho, "Nada Original".
Vídeo com trilha sonora de Starstudio e edição de André Chiesa.

domingo, 1 de maio de 2011

Clube de leitura virtual: Caio Fernando Abreu

Simone Xavier Moreira, professora especializada em Letras na UFPel, estuda a obra do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu (1948-1996), um ícone dos anos 70 no Brasil (leia o verbete na Wikipédia). Ela também é mestranda em História da Literatura na FURG e criou um espaço virtual de discussão literária: o Clube de Leitura Caio Fernando Abreu.

Trata-se de um blogue em que as postagens são trechos publicados pelo autor, e os interessados discutem seus pontos de vista sobre cada texto. Até dia 5 de maio o texto em pauta será Dois ou três almoços, uns silêncios. Fragmentos disso que chamamos de "minha vida".

O convite de Simone é aberto a todos que gostam de literatura: ler o conto proposto, acompanhar as discussões e postar um comentário com as impressões pessoais.

A jovem professora guarda referências de pesquisa em outro blogue: Arquivo Caio F. Existem outros blogues com a obra deste autor: Caio-Fernando-Abreu é um dos primeiros a aparecer no Google. Outro sítio de referência é o blogue Salve a Casa do Caio Fernando Abreu.

O blogue é um formato de mídia que permite construir diários de vida, noticiários, registros históricos, publicação de livros, novelas, imagens e vídeos, e até mesmo grupos de discussão virtuais. No entanto, para quem gosta de ler e de discutir suas leituras, costuma ser mais emocionante participar de um grupo ao vivo (veja como criar um clube de leitura real): as pessoas fazem a leitura individual e logo após se reúnem num lugar apropriado para o debate, como uma livraria ou um café.

Em Pelotas, as duas opções (real e virtual) são bem-vindas, assim como é bem-vinda esta iniciativa pioneira de Simone. Imagens: Blogue dos Poetas, e cartão de Denise Rosiska