domingo, 12 de junho de 2011

Ensinamentos do Professor Pascoal

Esta sexta (10 de junho), o Amigos de Pelotas noticiou o falecimento do professor Paschoal Armando Laurino Müller (leia o post). É o senhor de óculos na foto à esquerda, creditada a Rubens R. Freitas.

Mesmo tendo fumado em excesso, o estimado Professor Pascoal ― como era conhecido ― viveu mais de oitenta anos, vindo a morrer de pneumonia, num dos dias mais frios deste ano de 2011.

Cavalheiro à moda antiga, o professor  lecionou História por várias décadas, no Colégio Municipal Pelotense e em outros estabelecimentos da cidade. Quem foi seu aluno lembra que ele passava a matéria devagar, com clareza, precisão e impecável ordem no discurso, sem faltar o humor elegante para comentar personagens e fatos históricos.

A juventude dos estudantes do Ensino Médio nem sempre permitia entender o significado de algumas ironias. Uma delas era a explicação humorística da palavra ultimato: o general comunicava ao inimigo "Se tu não cumprires estas condições, eu te mato".

Aos 15 anos de idade, um colega meu no 2º A, bom desenhista e também capaz de ironias, caricaturizou o mestre (dir.), corpo magro, bigode fino, grossos óculos, dentes amarelados pela nicotina. A irreverência mais genial foi mostrar, nas letras SP, a contradição entre a fragilidade física do homem e o seu grande poder de conhecimento.

Veja abaixo alguns ensinamentos do Professor Pascoal em 1976, das minhas notas do Segundo Grau no Pelotense:

Absolutismo Real
  • O clero era isento do pagamento de impostos, mas tinha a responsabilidade da assistência social (hospitais, escolas, asilos), pois o rei não se interessava.
  • Os reis eram responsáveis por seus atos apenas perante Deus; ante o povo, eram irresponsáveis.
  • A burguesia tinha influência econômica mas não política; como eram mais ricos, pagavam mais impostos. Sem influir no governo e só pagando imposto, a burguesia sentia-se tolhida.
  • A nobreza não pagava impostos, nem trabalhava, a não ser que fosse em ajuda do rei, no governo ou na guerra.
  • As famílias nobres com muitos filhos pré-determinavam: ao primogênito, maior parcela no patrimônio; o segundo, ao Exército ou Marinha; o terceiro, ao clero; às mulheres, a família buscava esposo (se não, ao convento).
Imagens: Blogue Garanhão de Pelotas (1) e F. A. Vidal (2)

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