segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A árvore em busca do céu

A árvore que parece abraçar os viajantes celestes com sua característica forma de ferradura encontra-se num ponto importante do centro de Pelotas. O leitor que primeiro disser onde ela se localiza ganhará um adesivo com o banner deste blogue (20x8cm); a mensagem ou comentário deve trazer um nome e um endereço eletrônico para o retorno.

sábado, 29 de outubro de 2011

Momento de trevas e solidão

Esta tarde de sábado, a melancolia se apossou da praça Coronel Pedro Osório. O céu nublado não queria fazer chuva nem iluminar nada. Os bancos estavam vazios, mais pela umidade do que pelo ameno ar de primavera; na verdade, nem uma brisa soprava. Zumbis cadavéricos se dirigiam a alguma festa de Halloween, ou talvez andassem realmente perdidos entre a vida e a morte.
Justo na hora dos autógrafos na 39ª Feira do Livro, um corte de eletricidade deixou o centro da cidade à mercê do lusco-fusco e devolveu os escritores ao passado remoto, quando se redigia à luz de velas. O clima romântico ficou por conta da semipenumbra do café, cortada somente por fluorescentes.
Defronte ao Casarão nº 2, um casal de meia idade (acima) caminhava, a passo lento, em direção às bancas. Mas não parou para comprar pipocas (abaixo). A eletricidade chegou quando os autógrafos já haviam terminado.
Fotos: F. A. Vidal

Mosaicos de Janice Doerr

Em julho passado, Janice Doerr expôs 18 obras na Galeria de Arte da UCPel (acima). A artista especializa-se na técnica de mosaico, e confecciona quadros, relógios, espelhos, mesas e outros utilitários (veja fotos em seu sítio).

O título da mostra ("Mosaico e Vida") foi escolhido pela artista para referir-se a si mesma, seus sentimentos e experiências. Mesmo trabalhando na UCPel de manhã, Janice dedica as tardes ao trabalho em seu atelier. Já confeccionou cerca de 600 obras, usando pastilhas de vidro, granito e mármore, sendo algumas delas releituras de Van Gogh, Monet e outros pintores famosos, e o mosaico afixado na fachada da Católica pela rua Dom Pedro II, feito em homenagem ao cinquentenário da Instituição (veja notícia).

Um dos quadros que chamava a atenção era um Jesus Cristo desenhado com pequenas peças na técnica de mosaico (detalhe à direita).

A habilidade para fazer retratos humanos que representem expressividade já é um talento pouco comum, e muito mais meritório quando se usam técnicas como esta, que dispõem de materiais menos flexíveis e mais fragmentários. A palavra mosaico neste sentido provém de "Musa" e não de "Moisés" (veja uma definição).

Janice Andréia Meurer Doerr nasceu em Dois Irmãos, mudou-se em 1994 para Pelotas, e aqui aprofundou os estudos artesanais e técnicos. No curso de Edificações, do antigo CEFET, desenvolveu projetos usando o mosaico, e assim se identificou com a técnica e se consolidou como mosaicista.
Fotos: F. A. Vidal

A invasão das letras

Uma semana antes da inauguração da Feira do Livro, a vida habitual da praça é invadida, primeiro, pela organização dos stands. Durante o ano, o clima de relaxamento é respeitado pelos passantes, que ignoram crianças, estudantes, aposentados, moradores de rua, pedintes, desocupados, prostitutas, pombos, peixes, tartarugas e outras espécies deste habitat.

Por 20 dias, porém, as letras (entenda-se: os comerciantes, os intelectuais e o público leitor) ocupam pela força o espaço dessa fauna, aparentemente inofensiva por seu analfabetismo e sua naturalidade. O escritor Manoel Magalhães registrou em fotos essa incomodidade (veja a postagem).

Como essa perturbação da vida paradisíaca é passageira, não se poderia considerar propriamente uma confrontação entre o natural e o civilizado, mas somente um acidente de percurso, uma crise estacional.

O maravilhoso seria que esses dois mundos, em vez de invadir-se como bárbaros, pudessem conviver durante o ano todo de diversas formas positivas, sem ignorar-se, mas aproximando seus saberes: o da razão idealista e o da vida como ela é. Algum dia, os pombos aprenderiam a ler, e os humanos poderiam voar.
Foto: M. Magalhães (Cultiveler.com)

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

UFPel tem sua primeira turma de Psicologia

Neste segundo semestre de 2011, começou a funcionar o esperado curso de Psicologia da UFPel. Anunciado pela Faculdade de Educação em 2009 (leia nota), o assunto foi protelado para o ano seguinte (veja o anúncio). O projeto original dava ao curso um perfil cognitivista e comunitário, em contraste com o elitismo que se observava na UCPel, que há 35 anos vem formando psicólogos na Zona Sul.
Prédio principal da Medicina da UFPel há 50 anos
Há cerca de um ano, o novo projeto da UFPel passou às mãos da Medicina, e há dois meses sua primeira turma de 50 alunos tem aulas no campus da Av. Duque de Caxias nº 250. A tradicional e bem-afamada Leiga contém um dos melhores cursos de pós-graduação da América Latina, o doutorado em Epidemiologia (com inscrições abertas até 17 de novembro).
A Psicologia da UFPel vem a ser o terceiro curso em Pelotas (junto ao da Católica e o da Anhanguera) e o quinto na região (também é oferecido pela Anhanguera de Rio Grande e pela FURG).
A nova escola, tão nova que ainda não está anunciada no portal da Universidade, agora anuncia sua Primeira Semana Acadêmica, com duas palestras e três mesas de debate, desde hoje até sexta (28). A programação inclui, cada noite, uma apresentação artística às 19h, uma atividade expositiva até 20h30, intervalo e debate final até 22h (veja detalhes no blogue do evento).
O auditório da FAMED tem espaço para 200 pessoas, mas, como era previsível, só estão presentes os estudantes, que com o tempo aumentarão, a partir da atual base de interesse e da crescente mística de grupo. O encontro serve para a motivação interna dos alunos e para a divulgação do curso na comunidade local.
O encontro, aberto a todos os interessados, começou hoje com a mesa-redonda "Psicologia/anti-loucura?", com as participações da psicóloga Suzana Curi Jorge (professora do curso) e do formando Cláudio Drews, da Anhanguera de Pelotas.
Terça (25), o tema "As interfaces da Psicologia na prática" será tratado pelos psicólogos Fanny Martins Salles e Augusto Duarte. Quarta (26), a mesa "Mentalidade caótica na contemporaneidade" terá as opiniões do psicanalista José Francisco Rotta Pereira, da psicóloga Maria Luiza Rivoire Montenegro e do doutor em Filosofia Clademir Luís Araldi.

Quinta e sexta, haverá palestras: "Relações de poder da Psicologia na saúde", com Maria Luiza Montenegro, e "As três Ecologias: subjetividade humana, meio ambiente e relações sociais", com o professor de Filosofia Augusto Amaral.

POST DATA
A segunda Semana Acadêmica da Psicologia da UFPel foi realizada em julho de 2013 (v. programa).
A terceira Semana Acadêmica da Psicologia está programada de 17 a 21 de novembro de 2014.

domingo, 23 de outubro de 2011

Corte da FENADOCE 2012

Esta sexta (21) foi coroada a Corte Real da 20ª FENADOCE. Na internet, a notícia foi divulgada pelo Diário Popular (leia a matéria) mas até hoje à noite (23) nem a RBS nem o Amigos de Pelotas mencionaram o acontecimento, e o portal da FENADOCE está com a informação atualizada somente até terça (18).

Além de emprestar solenidade e beleza aos eventos da Capital do Doce, as três jovens escolhidas deverão também ajudar a presidir as celebrações dos 200 anos de Pelotas, ao longo de 2012. Se souberem capitalizar esta vantagem, poderão seguir contribuindo nos anos seguintes, de outras formas, ao desenvolvimento turístico da cidade.

A nova doce Rainha dos pelotenses é Melissa Diana Cezar da Silva (dir.), que com o número 13 ganhou o seu primeiro concurso de beleza.

A esbelta morena tem 19 anos, segundo sua apresentação no vídeo de candidata (veja). No Facebook ela se identifica como Melissa Cezar, natural de Rio Grande, ex-aluna do Colégio São José e estudante de Direito na UFPel.

A Princesa Jéssica Hammes Barz (esq.) é pelotense, estuda Jornalismo e tem 17 anos, segundo declara no vídeo de apresentação (veja). Ela é atualmente a rainha da Sociedade Recreativa 15 de Julho, que cultiva tradições alemãs.

A Princesa Cibele Carina de Souza (abaixo) tem 23 anos e havia sido candidata em 2008, tentando ser a segunda rainha da FENADOCE de raça negra (em 2006, Francine Dias havia sido a primeira, veja notícia). Hoje Cibele é Miss Beleza Negra Pelotas.


De acordo ao regulamento (leia), as candidatas devem ter mais de 16 anos, cursar ensino médio ou superior, ser solteiras sem filhos, e residir em Pelotas há mais de 10 anos. Sua candidatura deve ser apresentada por uma entidade legalmente constituída, e a inscrição inclui, entre outros requisitos, a colocação de um vídeo de 1 minuto no YouTube.

Em 2012, a corte precisará esclarecer a turistas e interessados que a FENADOCE tem 25 anos, pois foi criada em 1986 como uma Feira bienal, pelo Governo Bernardo. Foi feita a cada dois anos até 2000 (8ª), e desde então é anual (em 2001 foi a 9ª, e assim por diante).

Portanto, hoje estamos na 20ª edição (mas não no 20º aniversário). Veja histórico no portal oficial. No Facebook do evento ("Escolha da Corte 20ª Fenadoce") podem ser vistas algumas fotografias das cortes anteriores.

Outra dúvida frequente dos visitantes e dos pelotenses pode ser sobre o que o bicentenário comemora. Pelotas foi fundada como município independente em 1832, mas João Simões Lopes Neto propôs que o centenário da cidade fosse celebrado em 1912, lembrando a fundação da Freguesia de São Francisco de Paula em 1812.

Desde então ficamos programados para festejar os 200 anos em 2012; no entanto, para que esta FENADOCE esteja à altura, a comunidade terá que se motivar especialmente: com um sítio oficial mais dinâmico, uma corte com atitudes e posturas mais brilhantes e uma imprensa mais participante e incentivadora.

Leia uma entrevista de 9 perguntas com a 20ª Corte da FENADOCE.
Veja a nota Corte da FENADOCE 2011.
Fotos: Focco, Facebook, Cortefenadoce e Moda Mais

POST DATA 
12-10-12
Veja a postagem Corte da FENADOCE 2013.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Vilmar Tavares, fotografado em 2010 (post nº 900)

Em 1 de julho de 2010, o fotógrafo Paulo Rossi improvisou um retrato do colega Vilmar Tavares, enquanto esperavam uma entrevista coletiva no Exército. O jogo de sombras na parede projeta o personagem a um plano superior, como se o víssemos no céu (Vilmar faleceria em 2011; veja nota).

Paulo Rossi postou a foto no Flickr e, na época, o próprio "modelo" ainda comentou:

— A sombra com a luz... atividade e descanso, como a noite e o dia... estrelas refletem nesta bela imagem.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Eudóxia de Barros: Escorregando (Ernesto Nazareth)


A pianista Eudóxia de Barros apresentará nesta quinta (20) às 20h um recital de homenagem aos 200 anos do nascimento de Franz Liszt e aos 50 anos do reconhecimento federal dos cursos superiores de Canto e Piano do Conservatório de Música de Pelotas.

Natural da cidade de São Paulo, Eudóxia tem praticamente 60 anos de dedicação ao piano e uma de suas maiores devoções é pela música brasileira. Ela com 74 anos e o Conservatório de Música de Pelotas com 93 fazem aniversário no mesmo dia: 18 de setembro.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Visconde da Graça em nova fase

O artigo abaixo, publicado no Diário Popular há uma semana, agradece pelos 40 anos em que o Conjunto Agrotécnico Visconde da Graça foi administrado pela Universidade Federal de Pelotas.

Inaugurado em 12 de outubro de 1923 como Patronato Agrícola Visconde da Graça, a instituição foi mudando de prenome (Aprendizado Agrícola; Escola Agrotécnica), sempre mantendo como sobrenome o título de João Simões Lopes (Filho), barão e visconde pelotense (1817-1893), dono da antiga Estância da Graça.

A sigla que foi adotada pelo ouvido popular - e ainda durará por muitíssimo tempo - foi a do Conjunto Agrotécnico Visconde da Graça (nome oficial desde 1975): CAVG.

O novo nome "Campus Pelotas/Visconde da Graça do IF-Sul" mantém por força o patrono consagrado, mas somente ficará nos documentos oficiais, sem nunca poder ser pronunciado por quem viveu a mística do popular cavegê.

Durante 40 anos, o então Colégio Agrícola Visconde da Graça foi vinculado à Universidade Federal de Pelotas (UFPel), tendo como base o decreto nº 62.178 de 25/1/1968, que estabelecia a transferência das escolas de ensino técnico para as universidades.

O CAVG [e outras escolas e faculdades] deram alicerce à UFPel como as primeiras unidades acadêmicas da Instituição [veja detalhes no Projeto Político-Pedagógico de 2009].

Neste período [1969-2009], já havia o termo de Cooperação Técnica entre Brasil e República Federal da Alemanha, assinado em 1963, e ratificado pelo convênio entre a UFPel e o governo alemão, em maio de 1968, que ampliou e modernizou as instalações e os setores produtivos/pedagógicos da escola.

O CAVG, que neste mês completa 88 anos , passou por todas as reitorias da UFPel. Foram inúmeras as ações e os projetos conjuntos, durante quatro décadas, nas áreas de gestão, ensino, pesquisa, extensão e assistência estudantil, envolvendo direção, estudantes, servidores técnicos-administrativos e docentes.

Em outubro de 2009, a comunidade do CAVG, por maioria, entendeu aderir ao modelo dos institutos federais, que estabelece um novo formato ao ensino técnico e tecnológico.

Dessa feita, o CAVG migra da UFPel para o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense (IF-Sul) passando a se denominar Campus Pelotas-Visconde da Graça [veja o sítio web].

Em que pese o CAVG ter saído da UFPel, entendo que essa parceria deva ser destacada. Assim, expresso a enorme gratidão que sinto pela UFPel e agradeço, indistintamente, aos servidores docentes e técnicos-administrativos e dirigentes da UFPel que, nesses 40 anos, apoiaram e auxiliaram o CAVG a ocupar um importante espaço no cenário educacional brasileiro.

José Leonel da Luz Antunez
ex-diretor do CAVG/UFPel
hoje professor do IF-Sul, campus Pelotas Visconde da Graça

sábado, 15 de outubro de 2011

Quadros inspirados no graffiti

O Bar João Gilberto está expondo desde ontem (14) nove quadros de Guilherme Ges com inspiração no graffiti, a forma de pintura de rua que cobre de cores os muros e postes das cidades.

O grafiteiro, cujo nome completo é Guilherme Endres Soares, assina os trabalhos como GES. As obras apresentadas têm dimensões entre 50 cm e 1 metro, em formato único ou díptico, e custam entre 125 e 375 reais.

O cartaz de divulgação (dir.) anunciou a abertura (quinta 13), mas não mencionou que a mostra segue até a quarta-feira 16 de novembro (pós-feriadão).

Segundo o portal de jornalismo e crítica cultural CultiveLer, Guilherme participa do Núcleo de Grafite do Centro de Artes da UFPel, que recentemente pintou os tapumes das obras do Casarão nº 8. O artista também participou como convidado na Mostra de Graffiti do 5º Encontro das Ruas, em Joinville (SC), em 2010 (veja nota de 14-7-10).

Os trabalhos expostos nas paredes do Bar lembram o grafite de rua pela técnica (spray sobre madeira), mas não pela forma de expor (quadros no interior do prédio e com plena autorização), nem pelo conteúdo (neste caso, animais com ares humanizados, como os que se veem nos desenhos animados e quadrinhos infantis).

O tema dos animais de comics não é comum no graffiti, que tende mais às ações clandestinas e rebeldes, aos conteúdos de traços humanos ou abstratos, e ao protesto de cunho social, com o objetivo de alfinetar as mentalidades vigentes.

Poderíamos fazer uma leitura política, mais indireta, como no gorila (esq.), espécie de humanoide não pensante, ou no pouco amistoso buldogue, figura agressiva e bloqueadora da criatividade. Mesmo assim, o estilo geral desta mostra parece ser mais ingênuo e divertido do que crítico ou perturbador.
Imagens: Facebook (1) e F. A. Vidal (2)

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Alessandro Ferreira na Bienal de Música Contemporânea

O compositor pelotense Alessandro Goularte Ferreira, de 35 anos, foi selecionado para participar na XIX Bienal de Música Brasileira Contemporânea, realizada no Rio de Janeiro de 10 a 19 de outubro (veja a programação). Sua obra Cordamadeira (2008), para violão e sons eletroacústicos quadrafônicos, foi apresentada no recital de terça (11). A notícia foi divulgada somente pelo Diário Popular (edição impressa de 11-10-11, Caderno Zoom, p. 6).

Alessandro é graduado em Violão na UFPel (2004) e mestre em Teoria e Criação Musical, com a dissertação Aspectos de referencialidade na composição de música eletroacústica (Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010).

Com duração de uns 7 minutos, Cordamadeira foi interpretada, nesta Bienal, por Mario di Silva na parte do violão; os sons pré-gravados foram difundidos por Marcelo Carneiro de Lima. Em 2010, a peça foi destacada com o Prêmio Funarte de Composição Clássica. No sítio web de Alessandro Ferreira há acesso ao áudio de algumas composições, partituras em pdf, biografia do autor, fotos e textos.

Segundo anotado na reportagem citada, Cordamadeira representa a imagem sonora da derrubada de uma árvore, com três gestos musicais: golpe do machado, corte da madeira e caída do tronco. O nome da obra também alude a três elementos do violão: a corda (onde nasce o som), a madeira (material de suporte) e a cor da madeira (timbre sonoro, imaterial).

O compositor se inspirou no artigo Timbral praxis: when a tree falls in the forest is it music?, de Paul Rudy, publicado pela revista Organised Sound (veja resumo).

Segundo a definição clássica de som, uma árvore na floresta cairia em silêncio, pois ninguém estaria ali para ouvi-la; a nova polêmica é se esse som poderia ser considerado musical ou não, já que a madeira rachando pode ter notas melódicas e uma organização rítmica. Outra discussão poderia versar sobre um paralelo entre o violão, a árvore e os diversos instrumentos musicais.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Marília e o amor, no Laranjal


A banda pelotense Johnny's Joy, formada há dois anos, tem vídeos na internet mas ainda não publicou discos nem produziu shows. Seu estilo se inspira no pop-rock mais simples, dos anos 60, 70 e 80. Os integrantes atuais (foto abaixo) são: Clayton Chiesa (teclados e voz), Jonas Burkle (bateria), Leandro Reihner (guitarra), Rafa Goz (voz e guitarra) e Tiago Burkle (baixo).

Em junho passado, a estudante Natália Meggiato Cabral (do curso de Cinema e Animação, UFPel) precisou fazer um trabalho de curta-metragem, e optou pelo formato do videoclipe.

Contando só com um mês de prazo, decidiu fazer um concurso relâmpago: em 24h, todas as bandas pelotenses interessadas em fazer um videoclipe deviam inscrever-se por e-mail. A notícia saiu no e-Cult (leia o anúncio) e se espalhou pelas redes; a escolhida foi a última a mandar o material: a Johnny's Joy.

Natália (dir.) escolheu a música "Marília" (veja a letra) e, em mais 24h, fez um roteiro simples, com cenas da banda e história ambientada no Laranjal, com os personagens de Marília e o namorado (no clipe, Marina Heineck e Laurí Bernardes). A gravação foi na semana seguinte. Ela mesma assumiu a direção (geral e de arte) e — com apoio de sua irmã, Camila Cabral, estudante de Turismo — a produção, o roteiro, filmagem e edição. Maurício Sá foi o segundo assistente de produção. O colega de aula Robin Corrêa ficou como cinegrafista e diretor de fotografia. O clipe estreou na internet na quinta 29 de setembro.

Como se fosse pouco, o vídeo ainda ganhou um curta de divulgação. Lucas Arizaga, outro estudante de Cinema, ficou sabendo do trabalho de Natália e lhe pediu para fazer - sobre o videoclipe de "Marília" - o seu próprio trabalho final da disciplina "Trailer e Making Of" (veja o vídeo de Lucas: Making of de Marília).

Em 2010, Natália já havia atuado no elenco do curta-metragem em stop motion Cuando te ví, com história muito parecida, dirigida pela colega Thaís Medeiros, também com locações no Laranjal.
Fotos: palcomp3 (1) e Facebook (2)

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Blitz do Doce

A Blitz do Doce é uma parceria entre o curso de Turismo da UCPel (veja notícia) e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo (nota da Prefeitura). Em vez de ser detidos por algum motivo relacionado ao trânsito, os motoristas recebem um doce de presente, desta vez por alusão à Semana do Turismo.
Foto: Nauro Jr

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Pimenta Buena continua "Nada Original"

A banda Pimenta Buena apresenta em turnê pela região o show Nada Original, lançado há um ano em Pelotas (veja nota neste blogue e a crítica de Max Cirne para o portal Noite&Cia).

A letra de Vicente Botti parece autoaludir-se como "nada original", mas o que diz literalmente é o oposto: que não tem ideias originais, exceto fazer canções de amor.

O estilo desta música imita o pop-rock argentino dos anos 80. O título já foi usado com graça pela banda mineira Pato Fu, há dez anos (veja a letra com o vídeo Nada Original).

Próximos shows da Pimenta Buena em Pelotas:

Domingo 9-10: calçadão do Guarani.
Sexta 14-10: boate MOA.
Sexta 21-10: Parque Tênis Clube.
Quarta 2-11: Bar João Gilberto.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Teoria do "te vira"

“Teoria do Te Vira” é o segundo livro de Nathanael Anasttacio, designer gráfico e estudante de Cinema e Animação na UFPel. A obra, ainda não publicada, é uma coletânea de 50 textos poéticos de conteúdo social, escritos com alto sentido da síntese e da crítica.

O livro denuncia abertamente – sem muitos enfeites nem metáforas – o abandono e a dor causada pelas hipocrisias cotidianas de nossa sociedade (leia o poema Infiltração), sem esquecer a virtude do humor, aquela capacidade de ver o lado engraçado de si mesmo e da própria tragédia.

Os recursos de Nathanael Anasttacio são, principalmente, a ironia aguda e a elegância sonora e musical das palavras, que não são exclusivos da poesia, mas que aqui se combinam, em prosa e verso, para entregar com gentileza mensagens bastante duras à consciência e ao coração. Sua arte verbal se nota no ritmo adequado à respiração do leitor, como se o texto fosse para ser declamado ou cantado.

O lançamento será na Feira do Livro de Pelotas, na sexta-feira 11-11-11, com sessão de autógrafos às 18 horas, e terá uma campanha especial de divulgação, com apoio da organização não governamental Gesto, à qual serão destinados os ingressos pela venda dos livros, por doação expressa do autor.

No poema que dá título ao livro (abaixo), aparece o desamor sentido e ressentido pelo ser humano, talvez o mais necessitado de estima e proteção e o mais desestimado e desprotegido.


Teoria do “Te Vira”
Era você quem dizia
Aos cordeiros feno
Aos infiéis veneno
E aos ignorantes poesia

Divertir-se vendo-os pôr no ralo
Algo tão caro
Apenas por desconhecer sua valia

Era você quem dizia tantas outras merdas
Até eu achar meu momento e quebrar a métrica

E quebrei as metas
E quebrei as estrofes todas

Era você quem dizia “te vira”
E eu me virava do avesso procurando sair

Mas meu querer estava preso a mim
Estava preso ao que sabia e fazia
E como eu queria dizer “me revira”

Mas a ira da tua pregação e da tua soberba
Impediam que a minha verdade houvesse

Então eu desisti de você
Então eu desisti de te ouvir
E assinei lá para ter o direito de calar
E então calei

Não era você quem dizia?

domingo, 2 de outubro de 2011

Instituto Histórico e Geográfico de Pelotas

O Instituto Histórico e Geográfico de Pelotas (IHGPel) busca preservar a história do município e levar o conhecimento à comunidade. Seus principais objetivos são conservar a memória étnico-cultural da Zona Sul e desenvolver pesquisas genealógicas e geográficas que revelem fatos marcantes no desenvolvimento da cidade.

Maria Roselaine Santos, atual presidente, informa que o IHGPel foi criado em julho de 1982 por um grupo de pessoas que identificou a necessidade de preservar a documentação da história de Pelotas. O instituto recebe o material por doações e o orçamento provém de 60 associados.

O local (esq.) abriga 80 anos da história de Pelotas, em 4 tipos de acervo: biblioteca, hemeroteca, arquivo histórico e núcleo de genealogia. Há 1500 documentos originais da Câmara Municipal e cinco mil livros que retratam a história da cidade, alguns da época imperial (1822-1889), quando o município investia no patrimônio arquitetônico e na expansão das artes.

A sede do IHGPel recebe visitas de pesquisadores, com agendamento de segunda a sexta (13:30 -17:30), fone (53) 3227 9009 ou na Casa dos Conselhos, Rua Três de Maio, 1060.
Texto tomado da nota IHGPel resgata memória da cidade (17-5-11)
Foto de Marcel Ávila (DP)