terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O espírito que pousa sobre o que restou

A Claquete Filmes e o blogue Cultive Ler lançaram hoje (31) a série Espírito das Ruas, uma proposta cinematográfica, pioneira e exclusiva em Pelotas. O trabalho do escritor e artista plástico Manoel Soares Magalhães reúne imagem em movimento, poesia sem palavras e trilha musical (com um texto não explícito).
Este primeiro segmento (vídeo acima) mostra uma visão diferente de Pelotas, vazia de tudo, inesperadamente antiturística, quase apocalíptica. Vemos uma cidade fantasma, com suas ruínas, túmulos, ruas sem gente, somente cães parecem ser o que sobrou da Criação, num dia futuro que talvez já chegou e não nos demos conta. No fundo musical, o Magnificat de Arvo Pärt.

POST DATA 16-11-12 

Veja uma análise do Espírito das Ruas e entrevista com Manoel no blogue Terra Alternativa, de Fábio Garcez.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O banheiro que saiu andando e foi detido

Um banheiro químico estava sendo levado de charrete, no Laranjal, ontem. Segundo informação do Diário da Manhã de hoje (30), veranistas chamaram a Brigada Militar, que chegou rapidamente e autuou o charreteiro por furto. A foto foi publicada domingo (29) no Facebook.

Os banheiros químicos são colocados na praia somente no verão, e sua mobilidade foi por primeira vez demonstrada à vista de todos: é tão fácil retirá-los como devolvê-los. O que também fica claro é a baixa moralidade dos desonestos que só veem seu benefício e ignoram o bem comum.

Há um ano, a Prefeitura Municipal tentou instalar banheiros fixos na areia do Laranjal, mas houve séria oposição de veranistas e a construção ficou inconclusa. Este mês, moradores de rua se instalaram nessas obras abandonadas, pretendendo ganhar moedas como cuidadores de carros, e estavam usando os chuveiros públicos da praia (o cinismo nasceu assim, na Antiga Grécia).

Enquanto não houver uma alternativa permanente, os banheiros móveis serão manuseados como objeto útil para tirar do aperto a todos: gestores públicos, banhistas sem casa na praia, e os corruptos de plantão (e não só há corruptos na classe baixa). Somente os que têm casa e saneamento básico no Laranjal ficam tranquilos com a falta de banheiros.
Foto: Dany Ferraz

domingo, 29 de janeiro de 2012

Olhares e realidades; nuvens e pedras


A realidade não se constrói através de uma perspectiva. Aliás, nasce de múltiplos olhares. É um jogo de erros e acertos, luz, sombra, vácuo e textura.

Quem pode afirmar que o coelho está, realmente, dentro da cartola? Que o palhaço sorri enquanto chora?

Há quem prefira as sombras móveis, dançarinas.

Outros, pés fincados no chão, preferem a solidez do ferro, das pedras.

Pura ilusão. Afinal, sombra e rigidez são móveis, à mercê de peso molecular diferente.

Manoel Soares Magalhães

Texto e foto de M.S. Magalhães

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Orquestra de violões no Festival


O consagrado violonista argentino Eduardo Isaac, professor da Universidad Autónoma de Entre Ríos, foi um dos mestres estrangeiros que participaram no II Festival Internacional SESC de Música.

No auditório do Conservatório de Música da UFPel, ele dirigiu treze estudantes na execução da obra de Leo Brouwer (La Habana, 1939) "Acerca del cielo, el aire y la sonrisa" (1979), composta originalmente para orquestra de violões, em oito vozes instrumentais e duas peças: La ciudad de las mil cuerdas e Fantasía de los ecos.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Nuvens de tempestades de verão

Guilherme Touchtenhagen Schild caça fotografias de nuvens de tempestade e as publica no blogue Capincho Cumulus. O sítio pertence a quatro alunos de Meteorologia da UFPel, e foi aberto em abril de 2011.

Este domingo (22) Guilherme registrou, na orla do Laranjal, uma nuvem-arco (arcus cloud) do tipo rolo (abaixo) e segunda (23) uma nuvem-arco do tipo prateleira, na foto acima (veja a postagem). As tempestades são causadas pelo forte calor que entrou no Estado há uns dias (35ºC em Pelotas, no domingo; 33ºC hoje), e causarão uma diminuição das temperaturas, ficando entre 21 e 28 graus (veja notícia).

domingo, 22 de janeiro de 2012

Clayr Lobo Rochefort

Faleceu este domingo (22) Clayr Lobo Rochefort, ex-diretor do Diário Popular (veja a notícia no sítio do jornal). Nascido em 25 de maio de 1928, chegou de Piratini em 1941 para seguir os estudos médios (no Colégio Gonzaga) e superiores (Curso de Direito). Sua carreira começou como revisor de textos em 1948, época em que não existia o curso de jornalismo no Brasil.

Na década de 1930, o Diário Popular esteve fechado em dois períodos (1932 e 1937), em choque com o Estado Novo, reabrindo definitivamente em 1938, já sem a atuação político-partidária que tinha no início. Clayr veio conhecer o Diário Popular nessa segunda época, de ações sociais, anúncios comerciais, reportagens do cotidiano e colunas de opinião. Também foi redator-chefe do vespertino A Opinião Pública, de 1952 até 1961.

O jornalista entrou na vida político-partidária em 1963, como vereador pelo PSD, sendo, após o golpe militar, chefe de gabinete de Edmar Fetter, quando este foi prefeito em Pelotas (1966-68) e depois, em Porto Alegre, quando Fetter foi vice-governador (período Euclides Triches, 1971-75). Ainda no regime militar, Clayr fez a opção pelo jornalismo, deixando a função política, e radicado em Pelotas. Desde então, passou a conduzir o Diário, em sua terceira fase, de modernização (pós 1977).

Foi sob sua direção que o Diário Popular se pôs em dia com os tempos, deixando atrás os linotipos em favor do off-set, adotando o formato tabloide e a impressão em cores. O jornalista da velha máquina de escrever adaptou-se aos computadores e levou o jornal que nascera no século XIX a um público mais amplo e menos ideologizado.

Em 2002, o redator de editoriais e reportagens tomou posse de uma cadeira na Academia Pelotense de Letras, tendo como patrono o jornalista Antônio Joaquim Dias (leia notícia).

Em 2008, completando 60 anos de atividade no Diário Popular, recebeu homenagens (leia a reportagem com testemunhos de amigos) e em 2010 despediu-se da vida jornalística com o que melhor sabia fazer: um artigo em forma de uma crônica autobiográfica sobre seus 62 anos de trabalho, Jornalismo, escola de vida.

No primeiro semestre de 2011, fragilizada sua saúde, retirou-se do trabalho silenciosamente, como era seu estilo. Em janeiro, contou-me um detalhe que o Diário jamais publicou: desde 1977 estão guardados, numa gaveta, os originais ainda inéditos do livro que o cronista Irajá Nunes havia terminado em vida. O texto foi digitado após sua morte, mas os arquivos digitais ficaram desatualizados e voltaram à estaca zero, ainda esperando edição e publicação.

Hoje (22) Manoel Soares Magalhães anunciou em seu blogue Cultive Ler o falecimento do ex-colega de jornal:
Natural de Piratini, Clayr tinha um jeito interiorano de ser, calmo e pacifico, afeito à diplomacia. Em noites de boêmia, décadas atrás, quieto a um canto, meio aos veteranos do Diário, mais de uma vez ouvi Clayr cantar e tocar violão na companhia de Irajá Nunes, Honório Sinot, Hernani Cavalheiros, entre outros jornalistas, de uma época em que fazer jornalismo confundia-se com romantismo, idealismo. Em sua passagem pela direção da Gráfica Diário Popular, o velho matutino engrenou uma "primeira" e entrou de vez na modernidade.
Leia O guardião da memória de Pelotas, de Clayton Rocha.

Fotos: Diário Popular (1-2), Facebook Rest Bavária (3)

POST DATA 
- 9 maio 2012
Leia o artigo Lição de Amor, da jornalista Iracema de Rochefort.

- 15 fevereiro 2013
Reminiscência de Ubirajara Timm num artigo sobre Clayr e os anos 50.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Cantando a imaginação de uma cidade

O tempo congelado numa foto da cidade
Calçadas e ruas que eu nunca pensei em passar
Eu sei, o tempo muda o valor das imagens
São visões do passado e da vida que eu nunca te dei

Os homens de chapéu cruzam ruas vazias
Que pensariam da imagem do dia que nunca verão?
Um carro [Uma mulher] se afasta ao longe, talvez no mês de setembro [dezembro]
Num preto-e-branco, o momento que apenas a imagem detém

E eu vou além,
tenho olhos coloridos de imagem azulada que a retina detém
E eu vou além,
quando cruzo apressado e me sinto isolado quando a imagem não vem

Imagem, de Sulimar Rass


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Função amorosa da arte gráfica

Quando as nuvens nos olhos não deixam ver a vida normalmente, precisamos de uma limpeza da alma, e esticamos a mão para pedir ajuda. Ela pode vir na forma de uma frase, de uma pintura, de um sorriso, um abraço, um terremoto; é imprevisível. Podemos até duvidar, mas ao abrirmos a porta damos o primeiro passo da mudança.

O artista enxergou a tristeza da alma, e entreviu a saída pela vinculação e pela troca social. A psicóloga Júlia Fujita percebeu a frase como mostra de ressignificação e transformação, e enviou a foto acima ao blogue. O fotojornalista viu o sentimento a partir dos olhos, no ângulo em close abaixo.

Grafitagem na Rua Sete de Setembro, passando a Gonçalves Chaves
Fotos: J. Fujita e M. Ávila

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A Orquestra de Sopros e o exemplo de Caxias

Apresentou-se no Teatro Guarani este domingo (15) a Orquestra Municipal de Sopros de Caxias do Sul, formada por 50 instrumentistas, incluindo sopros (madeiras e metais), percussão, um teclado e um contrabaixo. Dirigido desde 2008 pelo Maestro Gilberto Salvagni, o grupo completou, no ano recém passado, 25 anos de existência (leia nota), sempre ligado à Unidade de Música da Secretaria de Cultura de Caxias do Sul.

Neste concerto, a orquestra convidada apresentou um interessante programa: melodias de filmes (Midway March; The Good, The Bad and The Ugly), a peça Bayou Breakdown (ouça aqui), inspirada no folclore norte-americano (leia nota sobre a estreia na América do Sul por esta agrupação), a versão para orquestra do coral Cloudburst, de Eric Whiteacre, em que o público participa imitando ruído da chuva com os dedos, e uma transcrição de Alexandre Ostrovski Jr (presente na plateia), para Charqueada, de Paulo Ruschel.

No final, o regente Salvagni, que explicava cada trecho do concerto e apresentava músicos e colaboradores, convidou os pelotenses à Festa da Uva 2012. Na edição deste ano, por primeira vez a Orquestra Municipal de Sopros participará do desfile, fazendo a trilha sonora da Festa.

Mas na Pérola das Colônias não há somente esta orquestra. A Universidade de Caxias do Sul também investe na música como fator de desenvolvimento, educação e turismo: em 2001 a UCS assumiu a antiga Orquestra de Concertos da Sociedade de Cultura Musical, que hoje se denomina Orquestra Sinfônica da Universidade de Caxias do Sul.

Esses dois exemplos permitiriam uma comparação com nossa cidade? Pelotas e Caxias têm diferentes necessidades econômicas e sociais, mas ambas têm similar número de habitantes e declaram-se polos culturais do interior gaúcho. Aqui, a Sociedade Pelotense Música pela Música desenvolve com esforço um projeto sinfônico independente, enquanto a UFPel (que tem os profissionais) e a Prefeitura (que defende os interesses do município) se concentram em situações mais urgentes e lucrativas.

No vídeo abaixo, a Orquestra de Sopros de Caxias do Sul interpreta Africa: Cerimony, Song and Ritual, de Robert W. Smith, em concerto realizado em 13/04/2006, tendo como convidado o Maestro Marcelo Jardim (RJ).

Reciclando material escolar

A 4ª campanha Reciclando Materiais, promovida pelo Ágape Espaço de Arte, busca reaproveitar material escolar usado, a fim de estimular crianças, jovens e adultos a retornar aos bancos escolares. Como nem todos podem comprar materiais para estudar dignamente, a campanha pede a doação generosa de lápis, canetas, giz de cera, réguas, borrachas, estojos, cola, tesouras, pincéis, tintas, cadernos, blocos, mochilas, pastas e tudo que possa ser utilizado em sala de aula.

O material pode ser novo ou não, mas deve estar apto a ser reaproveitado. A equipe organizadora confecciona kits e os distribui a quem mais necessita. A campanha não recolhe material de biblioteca, como livros didáticos e agendas usadas (aconselha-se entregar diretamente às escolas).

Locais de entrega, até 2 de março: Anchieta 4480 (3028 4480) e Av. Dom Joaquim 779. Telefones: 8416 6762 (Daniela Meine) e 8402 8878 (Denise Viana).

domingo, 15 de janeiro de 2012

Dois séculos de uma cidade em crescimento

O atual prefeito de Pelotas, Fetter Júnior, traçou um histórico da cidade em poucas linhas, e o Diário Popular publicou terça-feira (10), com o título Bicentenário de Pelotas. Transcrevo-o abaixo, acrescentando subtítulos e ilustrações. Dado seu poder de síntese, o texto serve como referência para o estudo do passado e para a formulação de políticas de desenvolvimento.

Os 200 anos se referem à criação da Freguesia de São Francisco de Paula, antes da qual também existiu uma pré-história, aludida no artigo como a fase de "povoamento inicial". A história da cidade se estrutura com os primeiros passos de independência em relação a Rio Grande (1812 e 1832) e segue escrevendo-se até hoje, com alguns descendentes dos fundadores e com bom número de pelotenses adotivos. A comunidade toda pretende realizar a vocação de liderança que fez nascer e crescer a cidade.


Uma cidade é o resultado da ação de pessoas ao longo do tempo. O que foi por sucessivas gerações determina seu presente e projeta seu futuro. As rupturas e insucessos também deixam suas cicatrizes e estão presentes no inconsciente coletivo da comunidade, contribuindo para as expectativas e projeções. Pelotas é, assim, fruto de seus processos históricos e já viveu momentos de apogeu e de declínio.

Desde seu início, marcado pelos conflitos entre os impérios português e espanhol, abrigou diversificada população e acolheu variadas etnias. Por sua posição geográfica privilegiada à época (protegida pelo Canal São Gonçalo e com acesso ao Oceano), tornou-se importante centro industrial e comercial desde seu povoamento inicial, na segunda metade do século 18.

Século XIX

O reconhecimento se deu em 7 de julho de 1812, com a instalação da Freguesia, quando passou a sediar igreja e registrar nascimentos, casamentos e mortes. Em 1815 foi feita a primeira planta da ocupação urbana e seu crescimento a transformou em Vila em 1832, alcançando status de Cidade em 1835.

De lá para cá, viu sua economia expandir-se sensivelmente, tendo como motor a produção do charque, em longo ciclo que se prolongou até após a Primeira Guerra Mundial, quando os frigoríficos substituíram esta indústria.

A afluência gerada possibilitou enorme vitalidade cultural e política, bem como a diversificação econômica. A partir de 1850 foi palco de expressiva colonização de seu interior, com imigrações variadas (alemães, ingleses, franceses e italianos), que também dinamizaram sua produção agrícola e industrial. Estes empreendimentos foram, em sua maioria, feitos por particulares, com poucas colônias “oficiais” (cerca de 10% da área então partilhada).

Século XX

Também nas atividades urbanas foi palco de inúmeras migrações de profissionais, que lhe fortaleceram o comércio e a indústria, chegando até meados do século 20 como o grande polo da economia do interior do Estado.

Foi penalizada, após a década de 1930, com decisões geopolíticas que dificultaram a continuidade deste dinamismo, especialmente a Faixa de Fronteira. As últimas décadas do século 20 foram bastante difíceis e sua imagem desgastada por período de estagnação e perda de protagonismo.

Terceiro passo

O século 21 tem se revelado um Novo Momento, com boas perspectivas e retomada do desenvolvimento. A comunidade se engaja na celebração de seu bicentenário, cuja programação se iniciou nos 199 anos, em 2011, e se estenderá por 2012, com eventos dirigidos aos mais diversos segmentos.

Por isto, é hora de programar visitas a Pelotas onde, a cada mês, eventos significativos estarão ocorrendo e poderá ser conferida a bela história de nossa cidade, assim como desfrutados seus encantos do presente e suas otimistas expectativas quanto ao futuro.

Adolfo Antonio Fetter Júnior
Prefeito de Pelotas

Imagens: Wikipedia (aquarela de Herrmann Rudolf Wendroth), Skyscrapercity (2)

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Eufônios elevam as vozes


Além de aulas e concertos, o Festival SESC de Música tem projetos de inclusão social, que levam ao público mais distante dos teatros e auditórios a possibilidade de ouvir e mesmo de tocar música com professores especializados. Um desses projetos é o dos Concertos Didáticos, realizados em hospitais, asilos e escolas.

O primeiro espetáculo desta série foi ontem quinta (12), com apresentações informais de um grupo de eufônios (também conhecidos como bombardinos) nos corredores e na entrada do Hospital Escola da FAU-UFPel (dir.).

O jornalista Max Cirne relatou o fato (leia reportagem), fotografou e filmou para o Diário Popular (vídeo acima e abaixo).

O eufônio é um dos instrumentos de metal mais recentes, muito utilizado em bandas e orquestras norte-americanas e europeias. Na América Latina também está presente em agrupações, mas por aqui não se fazem concertos de eufônios (veja um solo com a inglesa Kim Holly Thorpe). Portanto, o que alguns pelotenses presenciaram ontem (um sexteto de eufônios) é um raro privilégio em nosso país e no mundo.

Os próximos concertos desta série, exclusiva do Festival SESC, serão nos seguintes horários e locais:
  • Sexta (13), 14h: Saxofones no Hospital Escola.
  • Segunda (16), 11h: Grupo de chorinhos no Asilo de Mendigos.
  • Terça (17), 11h: Hospital da Beneficência Portuguesa.
  • Quinta (19), 10h: Centro Social Filadélfia.

Fernando Deddos (veja sua página no MySpace), professor de Eufônio (veja uma nota sobre seu trabalho no Paraná), explica abaixo a sua participação no 2º Festival Internacional SESC de Música.


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

3 anos, 950 notas sobre o capital cultural de Pelotas

Hoje (9) este blogue começa seu 4º ano de pesquisa crítica sobre Pelotas, seus costumes, história e criações culturais. Aproximando-se da postagem nº 1000, este sítio está mapeando o capital cultural de Pelotas nas mais diversas áreas. Conta com alguns colaboradores eventuais e o trabalho criativo do designer Nathanael Anasttacio, autor dos cartões, adesivos e cabeçalhos (a partir de hoje fica publicado o mais recente).

O primeiro post, Reinaugurada Biblioteca antes do Natal, publicado em 8 de janeiro de 2009, falou sobre a apresentação da Orquestra e do Coro Música pela Música no Salão Nobre da Biblioteca Pública. Ao longo do primeiro ano de existência, o blogue funcionou como um arquivo de notas críticas sobre a cultura em Pelotas. Em 2010, introduzimos uma agenda dos espetáculos e exposições, para estimular a participação dos pelotenses em sua própria vida cultural.

No terceiro ano, o objetivo foi que a comunidade não somente observasse mas também esboçasse uma atitude ativa, escrevendo sobre essas atividades ou gerando eventos culturais. Esta fase é mais longa, e manteremos essa meta em 2012, ano do bicentenário de fundação da Freguesia de São Francisco de Paula. Ao completar a milésima postagem, os leitores serão convidados a dar sua opinião sobre o blogue.

Fotos abstratas

Em novembro passado, o estudante de Artes Visuais Daniel Konrath expôs na Galeria da UCPel a série de sua criação "Desenho, Linha e Cor”, fotografias abstratas sem intervenção digital, elaboradas em torno à subjetividade (leia a notícia).

E como é possível elaborar fotos abstratas, se a fotografia supõe-se consistir no registro objetivo da realidade?
"Fotos subjetivas" significa que o fotógrafo busca levar ao espectador experiências pessoais (lembranças, desejos) que ele imagina contidas nas imagens. Também pode ocorrer que ele queira, como artista plástico, despertar no público sensações internas, ao modo de um espelho.
"Fotos abstratas" são trabalhos - com ou sem manipulação por computador - em que a composição da imagem (ou escolha do ângulo, jogo de luz, aproximação, cromatismos, superposição, profundidade) transmitem uma ideia formal como uma pintura ou desenho. Às vezes um pequeno detalhe, tomado de uma cena global, pode dar uma imagem abstrata, e não deixa de originar-se na assim chamada "realidade objetiva".
Segundo declarações do artista, que também trabalha com pintura abstrata, sua intenção é conseguir abstrair os objetos e, ao mesmo tempo, que o observador encontre alguma associação ou lembrança ao ver essas abstrações. Sua anterior exposição individual também foi feita nesta sala, em fevereiro de 2011 (veja nota).
Foto: W. Lima (UCPel)

Alguns convidados do 2º Festival SESC

O Festival Internacional SESC de Música organiza, em poucos dias, uma série de recitais com o trabalho de professores e alunos (veja a programação na agenda cultural deste blogue). Para alguns concertos, o encontro também convida artistas de destaque internacional, entre instrumentistas, regentes e solistas líricos.

Na edição 2012, um dos convidados é o violinista chinês Yang Liu (abaixo), atualmente com 35 anos, e radicado nos Estados Unidos desde 1998. No Teatro Guarani, ele tocará o Concerto para Violino de Tchaikovski, acompanhado pela Orquestra Acadêmica deste 2º Festival.
Um dos grupos convidados é o quarteto argentino Cuatro Vientos, hoje com 24 anos de existência, tem repertório variado (popular, folclórico, jazz e clássico), em estilo humorístico. Os integrantes Leo Heras, Diego Maurizi, Jorge Polanuer e Julio Martínez (veja informações) tocam saxofones, flauta e clarinete. Suas apresentações serão hoje (9) e amanhã (10) no Guarani.
Outro grupo destacado é o Quinteto Persch, cinco acordeonistas interpretando repertório erudito, único grupo brasileiro com essa formação. Fundado há 12 anos, em Porto Alegre (RS), é integrado por: Adriano Persch, André Machado, Daniel Castilhos, Fernando Ávila e Luciano Rhoden. Mais imagens no blogue Quinteto Persch. Apresenta-se no Teatro Guarani esta quarta (11). Abaixo, nota do Programa SuperMix, do canal 20 de Santa Cruz do Sul, sobre apresentação naquela cidade em julho de 2010.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Jornal da Várzea chega ao número 100

O Jornal da Várzea chegou à edição centenária na primeira semana de 2012, com signos de renovação e otimismo. Quase todos os 5 mil exemplares gratuitos foram distribuídos ontem (7) em pontos diversos da cidade (Várzea, Centro, Zona Norte, Barro Duro e Monte Bonito).
A comunicadora Josiane Maciel começou este projeto em 2003, com edições mensais, e tem obtido o apoio da comunidade desde então, inclusive chegando ao ritmo semanal, sempre com notícias, artigos de opinião e divulgação, e destaques a pessoas da Várzea, esse grande bairro oficialmente denominado São Gonçalo (incluindo as vilas Navegantes, Fátima, Balsa, Cruzeiro e Humuarama).
Estão de parabéns os varzeanos, os colaboradores e anunciantes, sem esquecer a quase centena de pessoas - entre jornalistas, empregados, sócios, familiares e amigos - que nos últimos nove anos ajudou a escrever, diagramar, divulgar e financiar este órgão jornalístico artesanal e hiperlocal.
No Facebook do Jornal da Várzea podem ser lidas as 16 páginas da Edição Centenária, além de albuns com fotos e reproduções de outros números. As notas também podem ser acompanhadas no blogue do Jornal da Várzea.
Em 2005 comecei a colaborar como colunista, escrevendo principalmente sobre relacionamentos psicológicos, e meu espaço hoje leva o título simples de "Divã" (clique na imagem à esquerda, para ler a página 3).

Cães nadadores

Deu no Facebook: Cinco cães nadavam este fim de semana no Laranjal, a boa distância da orla. O que os teria levado a aventurar-se em águas abertas? O estilo cachorrinho de natação não é o melhor para distâncias longas.
Parece que os cachorros vagos de Pelotas estão tomando conta também do território aquático. Nâo basta tirá-los das ruas; será preciso também uma vigilância sanitária pela lagoa. Note-se o retardatário branco, que assume a liderança em segundos.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Evandro Matté, diretor artístico do Festival SESC

O maestro Evandro Matté já se encontra em Pelotas para participar no Festival Internacional SESC de Música. Natural de Caxias do Sul e regente da Orquestra UNISINOS, ele considerou que Pelotas seria a cidade mais adequada para sediar este encontro de músicos, e sua expectativa se cumpriu desde o início, em 2011, quando a comunidade pelotense acolheu com entusiasmo esta iniciativa do SESC.

O 2º Festival SESC começa esta segunda (9) e se estende por 13 dias, com média de 3 apresentações diárias, todas gratuitas, algumas com espaço limitado (veja a programação). Somente os concertos no Teatro Guarani requerem cadastro no SESC (Gonçalves Chaves 914), com nome, endereço, nº de CPF e identidade.

Participe de uma grande FENADOCE (anúncio)


Confirme sua presença até segunda-feira (9): 53 3284 8699 ou marketingcdl@cdlpelotas.com.br