quinta-feira, 16 de maio de 2013

Kleiton Ramil apresenta seu quarto livro

Kleiton autografa em Pelotas o novo livro
Hoje (16), Kleiton Alves Ramil vem a Pelotas para apresentar seu quarto livro, "Memórias de um Sonhador", publicado pela editora paranaense InVerso. A atividade é organizada pela Livraria Vanguarda no Instituto João Simões Lopes Neto, das 18h em diante.

O trabalho foi lançado em Porto Alegre há um mês (veja aqui trecho do programa "Tudo Mais" levado ao ar em 19 de abril pela TVCOM), com sessão de autógrafos na Livraria Cultura (v. resenha).

Esta postagem menciona os outros livros de Kleiton Ramil, pouco conhecidos em relação a suas músicas. Uma pesquisa pela rede virtual não permite achar com rapidez uma lista completa dessas obras, nem das de seus irmãos Kledir e Vítor, que também compõem, cantam e escrevem. Quantos e quais livros cada um deles já publicou?

Por ocasião do lançamento na Capital, a notícia do Correio do Povo observou entre linhas que o músico pelotense faz um esforço pessoal para desenvolver o seu trabalho literário, bem menos visível que o musical. Veja dois trechos da matéria, escrita pelo jornalista Marcos Santuário:
Escrito em um ano e meio e dividido em três partes, "Memórias de um Sonhador" faz parte do "lado B" do aplaudido músico e compositor, aqui sem a parceria frequente do irmão Kledir.
Feliz com o novo "filho", Kleiton Ramil comenta que o ritmo intenso segue sendo a marca de seus trabalhos. Apesar disso, e de vários compromissos, Kleiton fica em Porto Alegre para o lançamento do livro e, em seguida, volta para suas atividades no Rio de Janeiro, onde mora. [Leia a matéria completa]
Livro didático para crianças (UFPel, 1997)
Sobre esta obra mais recente, Kleiton fez uma longa apresentação, que se encontra numa página do Facebook (Kleiton Ramil Livros), único lugar da internet que cita todos os livros do músico-escritor.

Leia o trecho inicial:
Os sonhos sempre despertaram minha curiosidade e a partir da adolescência passaram a ter um lugar fundamental em meus interesses e pesquisas. Depois de entender o significado de um sonho emblemático que muito me impressionou, passei a ler grandes pesquisadores do mundo onírico, como Freud, Jung, Marie Louise von Franz, Artemidorus, Scott Cunningham, Joseph Campbell, entre outros, e tornei-me um autodidata no assunto.
Esse conhecimento teórico foi sedimentado durante décadas, em terapias que vivenciei com psiquiatras, psicólogos, grupos de estudos, assim como em debates acalorados com amigos e outros especialistas que manifestavam interesse pelos estudos da psique.
Memórias de um Sonhador é meu segundo livro sobre o assunto, sobre o qual pretendo, junto com a música, dedicar toda minha vida, seja pelo material inesgotável de pesquisa que oferece, como pela inegável riqueza que há no nosso inconsciente, um grande tesouro para o desenvolvimento pessoal e para criações artísticas. Grandes mestres beberam dessa fonte, como o pintor surrealista Salvador Dali e o cineasta espanhol Luis Buñuel.
Primeira incursão nos sonhos (Fivestar, 2007)
O irmão mais velho da dupla "Kleiton e Kledir" tem estudos superiores em engenharia e em música. Sua pesquisa sobre sonhos, área da Psicanálise, se alimenta em leituras, debates e em terapias pessoais.

Como autodidata no assunto, seus escritos equivalem ao de um estudante universitário de psicologia, informativo para o público leigo mas limitado a um nível introdutório. O divulgador é simpático e convincente, mas para aprender no ritmo dele é preciso consultar fontes científicas e passar por um processo terapêutico como o dele.

Os irmãos Kleiton, Kledir e Vítor são famosos, desde os anos 70, como cantores e compositores. Duas décadas depois, sem deixar a música popular, começaram a escrever e hoje  totalizam 9 livros publicados. O talento deles também se espalha pelos gêneros da escrita: ficção, crônica, didático e ensaio.

A fama musical dos já maduros artistas (Kleiton tem 61 anos, Kledir 60 e Vítor 51) permanece insuperável em relação à literária – em tempo, em volume e em espaço. São 40 anos de canções, mais de 30 discos e um milhar de shows ao longo do Brasil, com vendas até fora do país.

Confissões aos 3 filhos (Santa Cruz, 2011)
Os livros deles, no entanto, apesar de estarem bem escritos, são ainda poucos em quantidade e de alcance menos popular. A Wikipédia menciona a música e a literatura de Vítor Ramil mas não cita os livros da dupla no único verbete dedicado a Kleiton&Kledir.

Até mesmo os sítios oficiais dos artistas minimizam a existência de uma obra além da música, evidenciando o pouco interesse deles na divulgação da leitura. Os três parecem escrever para si mesmos, mais pelo prazer expressivo do que seguindo um projeto artístico.

A imprensa especializada se confunde com a multiplicidade de suas obras: os especialistas em música popular ignoram sua obra impressa, e os críticos literários simplesmente os consideram músicos. Como então os fãs se informarão desse "lado B" dos ídolos musicais, um lado que busca a profundidade que as canções não permitem? Afinal, estes livros são mais reveladores e mais verdadeiros que as centenas de músicas por eles cantadas ante milhões.

Os livros dos irmãos Ramil são os seguintes:
  • Vítor, o caçula: "Pequod" (1995), "A Estética do Frio" (2004), e "Satolep" (2008).
  • Kledir, o moreno: "Tipo Assim" (2003) e "O Pai Invisível" (2006). 
  • Kleiton, o de óculos: "O Voo do Dragão" (1997), "Sonhos e Sonhadores" (2007), "O Livro das Confissões: uma trilogia" (2011) e "Memórias de um Sonhador" (2013).

Jô Soares tinha na infância um sonho existencial mítico.

Um comentário:

Anônimo disse...

"Ando nos braços do mundo, mas sempre volto prá ti!"
Belíssima declaração de amor! Sempre penso em KleitonXKledir. Representam uma cidade em especial: a sua cidade. Apenasmente Pelotas inspiraria tal paixão, laços tão estreitos. E correspondidos! Os dois rapazes são ícones da cidade e todos os amamos. Sintam-se respaldados pelo carinho e ternura de quem sabe o quanto é importante a divulgação do próprio trabalho, do reconhecimento de seus pares poetas e músicos. Abraço no coração por mais este trabalho, o qual, certamente, levará o nome de Pelotas a outras plagas, mais uma vez.
Prof.ª Loiva Hartmann