segunda-feira, 3 de junho de 2013

Valsa de fundo, no meio da cidade

Para ler esta nota de Nauro Júnior, clique antes no vídeo abaixo, para que sirva de fundo musical.


Quem mora, vive, ou já viveu em Pelotas, vai saber do que vou falar agora.

Hoje à tarde eu vinha caminhando pela rua 7 de Setembro, estava indo à Livraria Mundial. Quando cheguei quase na esquina da Félix da Cunha, no meio do burburinho do trânsito, ouvi um suave som de piano ao longe. Espichei o ouvido para sentir de onde vinha aquela música clássica. Poderia ser de dentro de um carro, mas como não se tratava de "Aviões do Forró", achei difícil esta possibilidade.

Parei um pouco, olhei para cima, e vi que vinha de um janela lá do alto. Analisei o prédio, e me dei conta que eu estava em frente ao Conservatório de Música, e que não tinha nada de estranho, pois ali funciona a faculdade de Música da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Só que, em um mundo poluído por tantos sons e músicas de mau gosto que invadem os nossos tímpanos, uma "Valsa Vienense" no meio da tarde, acalma a alma.

Só quem mora em uma cidade eclética como Pelotas, pode entender e sentir o que é ouvir um piano como trilha sonora de uma tarde de terça-feira.

Parei, me escorei na placa que identifica as ruas da esquina, e senti a música. Peguei minha Nikon e tirei um retrato. Infelizmente ainda não consigo oferecer sons junto junto com minhas fotos, mas posso contar o que senti. Olhem essas janelas, fechem os olhos, e procurem sentir a música.

Boa música a todos!

As aulas do Conservatório começaram em 1918, neste casarão do século XIX.
Durante a reforma do prédio em 1940, a escola se transferiu para a Biblioteca Pública.
Hoje (2013) o casarão precisa de reparos e os alunos têm aulas em 4 casas da UFPel.
Texto e foto: Nauro Júnior
Retratos da Vida, 15-9-2009
Vídeo: Vozes da Primavera, de Johann Strauss Filho
(pianista japonês não identificado)

3 comentários:

Anônimo disse...

Caríssimo Nauro Jr., caríssimo Soto Vidal, caríssimos pelotenses!
A poesia que acabo de ler, invadiu com sons belíssimos minh'alma, minha sensibilidade.
Assino em baixo: quem mora em Pelotas, por mais obtuso que seja, acaba afiando a sensibilidade para a beleza, a arte e a cultura.
Ver os casarões, ouvir as várias audições musicais, ir a exposições de arte, em Pelotas há profusão de ofertas culturais. Os gestores, professores, pais que amam realmente seus filhos, oferecem esse tipo de alimento aos jovens e crianças. Nós adultos, sabemos a diferença dentre as escolhas que fazemos.
Não nasci em Pelotas. Mas, afirmo, impossível viver em outro lugar de pois de conhecê-la. É um envolvimento duradouro, intenso, vívido e que nos obriga ao comprometimento em seu desenvolvimento. Grata Nauro, por fazer com que meu dia valha a pena!
Fazer valer a pena! Só depende de cada um. Abraço fraterno, prof.ª Loiva Hartmann

Anônimo disse...

Caro Nauro Jr.
Conversando com minha filha, soube que és filho do Dr. Nauro, ortodontista, que a tratou, ainda adolescente, meados dos anos noventa. Abração ao teu pai, preciosa criatura a quem estimamos muito. As conversas de teu pai com ela eram preciosas. Lembramo-nos dele com imenso carinho. Convido-os para jantar e conversarmos sobre livros, arte e filhos!
Abraço fraterno, prof.ª Loiva

Anônimo disse...

Professora Loiva. Emocionado fiquei eu com o seu comentário. Também não nasci em Pelotas, mas, reafirmo suas palavras: "é impossível viver em outro lugar depois de conhecê-la. É um envolvimento duradouro, intenso, vívido e que nos obriga ao comprometimento em seu desenvolvimento".
A senhora sabe que tenho um caso de amor com esta cidade tão grande que acabamos tendo uma filha em comum.
Se o meu texto fez o seu dia valer a pena, suas palavras me fizeram ver mais cores neste sol de inverno.

Quanto ao Dr. Nauro. Sou amigo do filho dele que também se chama Nauro Júnior. São pessoas maravilhosas. Mas cheguei em Pelotas há 17 anos vindo de Novo Hamburgo e meu pai Nauro ainda mora lá.

Por fim... Se mesmo não sendo filho do Dr. Nauro o convite para jantar, falar sobre livros, arte e filhos continuar de pé, eu aceito.

São assuntos que me enchem de prazer, assim como encheu minha vida de alegria seu comentário no Blog deste artista, e ativista cultural que mora em meu coração que é o Vidal.

Um abraço fraternal. Nauro Júnior