quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O que esperar deste primeiro shopping?

Construção pronta, após 2 anos de espera
Os pelotenses ainda não conseguem acreditar: esta quarta (2-10) foi inaugurado oficialmente o primeiro grande shopping center da Metade Sul do Estado, com uma promessa inicial de 200 pontos comerciais (já baixou para 160), entre lojas e megalojas, restaurantes e salas de cinema. Foi em novembro de 2011 que o Diário Popular surpreendeu a população com o anúncio de um gêmeo do Via Verde de Rio Branco (v. post de 2012 Modelo do futuro shopping).

Após amargar décadas de empreendimentos interrompidos, a cidade somente tinha pequenos centros comerciais, como o Mar de Dentro, o Zona Norte Artes e Ofício, o Calçadão, o Fragata, a Rodoviária, o Pop Center e diversas galerias no Centro Histórico. E ainda conserva os esqueletos abandonados dos fracassos (o edifício Praça XV no Calçadão e mais dois em ruínas na Avenida Bento Gonçalves) e terrenos baldios que foram pensados mas ficaram na ideia (um defronte ao Anglo, outro na Anchieta com Francisco de Paula, e na Voluntários com JK).

90 marcas confirmadas

A cidade que aposentou os cinemas de calçada
agora entra no mundo dos cinemas de última geração.
Com 3 salas funcionando, o Cineflix anuncia para esta quinta (3) "O Tempo e o Vento" em duas cópias e "Elysium". Na semana a partir de sexta (4), entra o filme "Tá chovendo hambúrger 2" em 3D (veja a programação).

Entre as empresas grandes e pequenas que desde agora operam no Shopping Pelotas, estão marcas locais e outras de fora, algumas delas por primeira vez na cidade.

Neste mês inicial não se encontram todas elas, mas se espera que a maioria consiga instalar-se até novembro (ou dezembro). Veja as que já estão confirmadas, por ordem alfabética:
  • Aki na Praia, Amitié, Arezzo, Atelier Mix, Authentical,
  • Bela Gula, Bocattino, Brasil Fitness, Burger King,
  • C&A, Cacau Show, Café Armazém, Carmen Steffens, Casa das Alianças, Casa do Pão de Queijo, Centauro, Chilli Beans, Chu Restaurante, Cineflix, Clube da Criança, Colcci, Colchões Ortobom, CVC,
  • Damyller, Della Tutini,
  • Empório Gelei, Extravaganza, Fast Burger,
  • Gaúcho&Prenda, Gaston, Giraffas, Graciosa,
  • Hering, Imaginarium,
  • Jóias Rochedo, JMC Bijoux, Jorge Bischoff, Kefingston,
  • Laboratório Sancti, Livraria Vanguarda, Lojas Americanas,
  • Magic Games, Mandarin, Mania de Usar,
  • McCafé, McDonald's, Mine Kalzone, Míng Lì, Mixirica, Mobifans, Morana, Mr. Cat,
  • O Boticário, Oi, Ótica Pupila, Overend,
  • Panvel, Paquetá, Patroni Pizza, Pompeia, Ponto Frio, Prawer,
  • Rabusch, Raphaela Booz, Renner, Renzo, Revistaria Ler&Lazer, Riachuelo, Rochedo,
  • Samsung, Seu Boteco, Sik Sushi, Spoleto, Subway, Super HotDog, Superlegal,
  • Tevah, Tim, Tok, Trópico, Turispel,
  • Unicred, Uva e Verde,
  • Victória Câmbio e Turismo, Vitória Diva, Vivara
  • World Tennis, Yoshake, Yunes Câmbio e Turismo, Zero Jeans.
Livraria Vanguarda, marca local, em espaço ampliado para a cultura
Shopping Pelotas: o que esperar?

O blogue Caminhos da Zona Sul, de Marcelo Nogueira, vem antecipando informações sobre o progresso da região e tem posto atenção na abertura deste empreendimento. Há um mês, ele publicou uma análise sobre o que se poderia esperar do Shopping.

Mesmo achando que o espaço terá grande sucesso, ele cita argumentos estatísticos, que ele mesmo considera questionáveis, os quais, na verdade, nada esclarecem e somente confundem. Por exemplo, que Pelotas tem 121 mil habitantes nas classes A/B (seis vezes menos que Porto Alegre), enquanto nas classes D/E a diferença populacional é bem menor. Comentários desse tipo, que supostamente mostrariam um possível fracasso comercial de um shopping, foram feitos por muito tempo e ainda são ouvidos, negando a realidade ou tentando desanimar o que resta de iniciativa e criatividade na população.

O blogueiro também se pergunta se haverá público para as lojas que já estavam no Calçadão e que estarão também no Shopping. Ele acredita que o público comprador não diminuirá, mas haverá um movimento no perfil social, com a florianização das lojas mais nobres da Quinze de Novembro (ele criou o termo para se referir a uma tomada do Centro Histórico por parte dos segmentos D/E).

Como sempre, o pelotense paga pra ver.
O artigo ainda recorda que o prefeito Eduardo disse, recentemente, que “as pessoas gostam destes ambientes (os shoppings) pois eles são como a população gostaria que fossem as cidades, organizadas e limpas”.

Marcelo conclui remarcando seu entusiasmo com a novidade e o positivo comentário do prefeito: se os shoppings têm tanto apelo popular é porque, ao contrário das cidades, oferecem um espaço de convivência seguro, organizado e limpo.

Leia o artigo completo aqui e acompanhe no Facebook o Caminhos da Zona Sul.

Fica a pergunta de sempre:  se Pelotas e região (mais de um milhão de habitantes em 28 cidades, segundo estimativa de 2003) já desejavam ter um centro comercial moderno, têm poder financeiro suficiente e, ainda mais, suas cidades não entregam limpeza e seguranças nas ruas, por que este shopping demorou tanto a fazer-se confiável e real?

A novidade fará que milhares de pessoas sem dinheiro visitem as brilhantes lojas e os limpos corredores para poder depois dizer "hoje fui ao Shopping". O que antes se temia como fracasso transbordará de gente todos os dias, como a FENADOCE, onde a entrada é paga mas a maioria da população já entrou mais de uma vez.

Em 2014 e em 2015 serão inaugurados mais dois modernos centros em Rio Grande (v. notas sobre o Praça Rio Grande Shopping Center, na área do antigo Jockey Club, e sobre o Parque Shopping Rio Grande, no trevo do Cassino). Portanto, o Shopping Pelotas (v. no Facebook e seu portal próprio) é o primeiro de uma série, e no futuro a discussão será se a Princesa do Sul comporta um segundo ou terceiro shopping.

Zero Hora, quinta-feira 2 de outubro de 2013

3 comentários:

Professor Pedro A. C. Teixeira disse...

Fora pessimismo!
Olhos no futuro e entusiasmo é o que falta. Infelizmente muitas pessoas são derrotistas, pessimistas e extremamente adeptas do fracasso. Isto é um fenômeno encontrado em todo o Brasil. Pelotas, minha amada cidade precisava de um belo e aconchegante estabelecimento com este. Moro em Canoas e Canoas caminha célere para o seu segundo Shopping,ali no Capão do Corvo, área nobre da cidade, pois o atual, que já foi ampliado e está hoje abarrotado, e aos domingos é quase impossível estacionar em seu mega estacionamento a céu aberto que para melhor atender o público construiu uma super garagem de cinco pavimentos, já se tornou pequeno,
Vamos dizer não ao pessimismo e acreditar que é possível modernizar. É possível querer e fazer. Canoas faz e acontece e hoje seu Shopping, que é referência na região atende um público não só da cidade como de Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Nova Santa Rita, Gravataí, Cachoeirinha e outras cidades e até mesmo de Porto Alegre.
Parabéns meus conterrâneos otimistas, parabéns aos que acreditam em nossa cidade.

Francisco Antônio Vidal disse...

Como costuma ocorrer em Pelotas nos últimos 200 anos, quem age pelo nosso progresso é quem vem de fora e quem nasce aqui fica de observador. Nós temos os sonhos e as artes mas os outros sabem como construir empreendimentos e fazer acontecer. Uma cara é oposta à outra e podem apoiar-se.

Mas é preciso dizer que o pessimismo é um terceiro fator, propriamente negativo, que tenta impedir as iniciativas. Na área comercial, são os interesses dos conservadores que já dominam o mercado local. Em áreas do interior provinciano, a tendência é do chamado coronelismo, mas numa metropolitana é o capitalismo que se impõe.

Como voz da cultura pelotense, este blogue não quer favorecer o capitalismo ou o comércio em si, mas faz notar que, haja progresso ou não, nossa cultura não deve ficar em segundo plano. Por isso destaquei neste post a existência de cinemas e livrarias. Nesses espaços de pensamento poderá haver debates e palestras, se valorizarmos a cultura.

Anônimo disse...

Perfeito, prof. Teixeira e Vidal. Fora o pessimismo que corroi o entusiasmo e a criatividade.
Vemos em várias reportagens o hábito de procurar o negativo, de expor ou criar situações negativas. Isso não constrói, não colabora para o desenvolvimento da região.
Há muitas coisas boas acontecendo, e, se não há mais, certamente é porque muitos estão sentados ou criticando em vez de trabalhar pela cidade.
Isso lembra as duas cestas de caranguejos, estorinha contada por L.A.Ficher: uma delas com tampa, a outra não. O que há dentro? Resposta: a com tampa, é de caranguejos paulistas. Um sobe em cima do outro e saem da cesta. Tem que tampar. A outra, sem tampa, é de caranguejos gaúchos. Se um tenta subir, os outros puxam para baixo. E Pelotas está infestada desse tipo de caranguejos. Infelizmente. Mas, os que amam a cidade, apontam o que é preciso melhorar e aplaudem o que é feito.
A crítica pela crítica não é jornalismo, não merece respeito.
Prof.ª Loiva Hartmann