quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Eduardo e Paula, um ano

Há um ano, assumiu a Prefeitura Municipal um projeto de continuidade política com avanço em qualidade administrativa. Além de sua talentosa juventude, o novo prefeito trouxe como característica a presença constante do inseparável casal de governo (Eduardo e Paula), marca que atraiu os eleitores em 2012 e segue servindo como amenizador das tensões naturais do cargo.

O lema de campanha "a cidade em boas mãos" não aludia à continuação mas à requalificação do governo. Esta administração deveria ser "do nosso jeito", sem se popularizar demais. No primeiro ano, houve um ajuste das novas equipes, com algumas inaugurações e maior fiscalização de normas, mas no geral se percebe uma caída na qualidade dos serviços. Na Cultura, pode-se dizer que melhorou muito a relação do Executivo com o CONCULT; por outro lado, espera-se uma solução para os crescentes atritos com os carnavalescos e com os livreiros.

Leia outras duas opiniões: a paciente e diplomática crítica O primeiro ano de Leite e a mais radical Um ano só de pompa e circunstância. Recorde a sonhadora letra do jingle de campanha da coligação de Eduardo e Paula (abaixo). Em 2016 teremos a avaliação final.


Eu quero uma cidade diferente, um lugar pra morar que tenha a minha cara
Eu quero um prefeito coerente, que seja da nossa gente, uma cidade que não para
Eu quero um porto seguro, um descanso verdadeiro, eu quero a renovação
Eu quero acordar pra mais um dia, confiante que a cidade está em boas mãos

Eu quero ver acontecer, menos perguntas, mais respostas
Eu quero poder dizer que eu sou feliz por viver em Pelotas

Eduardo, nosso prefeito,
Eduardo e Paula, do nosso jeito
Eduardo 45 com você,
Eduardo e Paula juntos vamos vencer

Eduardo é a voz que destoa da mesmice, tem ideias e está pronto pra transformar
É a renovação pra mudar nossa cidade, a vida vai melhorar
Eduardo é um cara simples, ele pensa diferente, com coragem vai cuidar da nossa gente
Com Eduardo ganho em tudo, eu não perco nada

5 comentários:

Anônimo disse...

Pois é... eu também acreditei na possibilidade de uma nova administração. Mas, ao que parece, o Homem é prisioneiro da Máquina Pública, que o ajudou a se eleger. São os mesmos nomes que se lê no Jornal, dizendo o que sempre disseram sobre por que falta luz, falta água, etc. Se as 'lentes' são as mesmas e viciadas as mentes que olham as saídas, como poderíamos nós (e as autoridades eleitas), esperar a saída do grande labirinto que é a maquina administrativa pública?

Francisco Antônio Vidal disse...

Sim, muitos acreditaram e creio que muitos seguem acreditando em renovações. O sinal disso foi dado em 2012, nas baixas votações para nomes antigos e boas votações para nomes novos.

Outro sinal pode ser que o público votante quer diferenciar o "jeito de administrar a máquina pública" do "jeito de ser" da pessoa do político.
O primeiro não muda muito, e até requer nomes repetidos para guiar um barco velho e colapsado (faz lembrar os astronautas antiquados no filme Space Cowboys, que vieram do passado para salvar a pátria).
O segundo jeito é a personalidade da figura pública, que o povo busca desesperadamente numa massa de palhaços, vaidosos e corruptos. é aqui que vale a pena esperar e valorizar o estilo Leite (como também o estilo de outros políticos jovens). Aí lembra o que se vê no filme Ender's Game, ainda em cartaz.
Algumas marcas que Eduardo já mostra são o uso das aparições públicas, o forte sentido de união com a vice-prefeita, o desejo de conciliação de conflitos, cortes em gastos internos, e o apego às formalidades éticas e legais.
Importante falha a ser corrigida: falta de sintonia entre os diversos secretários e assessores, num conjunto heterogêneo demais.

Anônimo disse...

Analisando os comentários que me antecederam, percebo a maturidade de constatar que apenas a eleição não conseguirá realizar mudanças.
Mas, o fato de Leite seguir as normas legais (que, na maioria das vezes apenas atrasam as soluções, a burrocracia, com dois rr, é a grande chaga em todo o país), evitará inúmeros processos. A dupla competente e determinada que comanda o paço municipal, mostra grandes qualidades, observadas nas cidades que avançam em direção ao progresso: os bons projetos do governo anterior têm seguimento normal, como deve ser! O grande problema são as indicações políticas. Passou da hora dos partidos serem responsabilizados pelo despreparo de seus indicados.
Temos uma nova direção na Câmara Municipal: a maioria dos eleitos, têm vasta experiência. Que isso seja usado para aconselhar, apontar falhas e acertos nos projetos para nosso desenvolvimento. E não para picuinhas, oposição por oposição. Isso é atraso, mediocridade.
E que, para as eleições que se aproximam, os partidos tenham a inteligência e a dignidade de selecionar a "abundância" de candidatos. O povo nas ruas mostrou claramente que está enojado e farto de negociatas.
Que o ano que se inicia, consolide alguns avanços, traga energia para mais mudanças e realizações. Temos tudo para forjarmos brilhante futuro!
Grande ano aos caríssimos dirigentes de nossa querida e ímpar cidade, que merece o que temos de melhor.
Abraço fraterno a todos. Prof.ª Loiva Hartmann

Francisco Antônio Vidal disse...

Eis o texto do primeiro link (a crítica diplomática).

O primeiro ano de Leite

Rubens Filho
Amigos de Pelotas 02.01.2014 - 08H58


Pensei em fazer uma análise sobre o primeiro ano da Administração de Eduardo Leite. Não por mal, perdi a vontade... Como cidadão, cheguei naquele ponto em que torço para que o bacharel em Direito ou qualquer outro em sua posição tenha um ótimo desempenho. É só o que posso desejar, mesmo trabalhando em jornalismo, esta atividade compreensivelmente, com frequência, incompreendida.

É certo que não depende só dele. Depende também de vereadores e da sociedade, que, na maioria, infelizmente, não parece interessada em participar do processo decisório.

A passeata de junho de 2013, que reuniu 10 mil pessoas na rua em Pelotas e poderia se ter convertido em movimento organizado, refluiu para o vazio. No dia da passeata, por ex., entregaram ao prefeito um documento reivindicando licitação no transporte público e benefícios adjacentes, mas até aqui não tivemos concorrência no setor, um adiamento que atravessou o Governo Fetter e alcançou o primeiro ano do governo atual.

O tempo biológico do cidadão é mais acelerado do que o das autoridades públicas. Esse descompasso desanima e faz descrer dos políticos, mesmo dos bem-intencionados, como parece ser o jovem Eduardo, que ainda tem tempo para nos surpreender com uma gestão acima da mediocridade, como Pelotas merece.

A atividade de jornalista obriga-nos a desconfiar da própria sombra, fazer o exercício saudável da paranoia, sobretudo em relação à instância pública, correndo o risco de soar antipático, até injusto. Tento não ser injusto nem relapso profissionalmente. Sendo assim, poderia ao menos resumir minha 'não-avaliação' dizendo que, nesse primeiro ano, a realidade ficou aquém da expectativa. Talvez seja sempre assim, a realidade sempre ficará aquém dos nossos sonhos e necessidades. O certo é que aquele prefeito que iniciou com grande disposição, reagindo rápido com medidas locais ao incêndio na boate kiss, com o tempo parece se ter contido diante das limitações do cargo e demais instâncias públicas das quais depende, adotando ritmo menos impetuoso, mais prudente. Arriscando além, diria que sua gestão se fez notar mais por ações de impacto lúdico e sensorial, como as águas dançantes do chafariz, e menos por ações estruturantes em áreas essenciais, como Educação e Saúde, embora nesta tenha obtido avanços no setor de Atenção Básica.

Há quem pense que não é possível fazer muito diante da baixa receita do município. Como os prefeitos anteriores e os que virão, Leite estaria condenado a correr atrás de verbas federais, estaduais e de organismos de fomento para tentar fazer o impossível, mesmo porque a demanda por soluções é superior às possibilidades de resolvê-las satisfatoriamente. Como um Sísifo moderno, estaria sentenciado a enxugar gelo por todo o mandato.

É cedo para santificá-lo ou demonizá-lo. Provavelmente não seja caso nem de uma coisa nem de outra. Creio que algo podemos dizer com certeza: Leite ainda está devendo realizações à altura da modernidade que inspirou em sua campanha, como, para ficar num exemplo citado, a licitação do transporte coletivo, abrindo, enfim, uma caixa-preta que se arrasta por décadas.

Francisco Antônio Vidal disse...

A análise impaciente de Manoel Magalhães:

Um ano de pompa e circunstância
2-1-14

A simpática dupla Eduardo Leite e Paula Mascarenhas, respectivamente prefeito e vice-prefeita de Pelotas, estão à frente da "máquina" administrativa do governo municipal há um ano. Atenderam as expectativas do eleitorado? Alguns aprovam e outros desaprovam. Estou no time daqueles que desaprova. Eles não conseguiram, neste ano, cumprir o que prometeram. Por exemplo: a queda nos serviços prestados pelo Paço Municipal é acentuada. O que mudou, na verdade, foi o jeitão diferente de governar do prefeito, aparentemente mais próximo do povo. Só aparentemente. O sorrisão de galã ajuda a enganar. E sobrevém a ilusão de que estamos sendo bem geridos. Não estamos, na verdade.

No campo cultural, por exemplo, a "grana" do Procultura foi cair nas mãos de algumas figurinhas carimbadas. Muito projeto interessante foi recusado a pretexto de não haver atingido a média exigida. Que média é essa, afinal? Nunca ficou claro os critérios de seleção. E a Feira do Livro no Mercado?! Nada contra o Mercado Central, que está um primor. Mas foi um desastre! Um capítulo que precisa ser esquecido na história da feira.

Portanto, não fiquei satisfeito com o primeiro ano da dupla no Paço Municipal. A cidade esperava mais. Afinal, chegaram à vitória com pompa e circunstância, deixando boas expectativas no ar. Esperamos 2014.