sábado, 8 de fevereiro de 2014

Susto amigável

O cronista Rubens Amador, colaborador deste blogue desde 2010, participou na coletânea "Dark City", sobre personagens típicos de Pelotas, com 7 textos seus, anteriormente publicados em jornais e na internet. Organizado pelo historiador Márcio Ezequiel, o livro teve a contribuição de 18 autores, entre jornalistas e pesquisadores da história da cidade, e foi apresentado na Feira do Livro 2013. 

O lançamento reuniu 12 autores, entre os quais estava Amador, emocionado porque era sua primeira experiência autografando, mesmo após alguns milhares de textos já publicados na imprensa. Essa novidade fez surgir mais uma crônica (leia a seguir),onde a emoção do escritor é o centro da notícia. O homem maduro se faz menino ante a experiência única da primeira vez, fazendo remover pensamentos de toda uma vida.

A tiragem inicial do livro esgotou em dezembro, mostrando como os pelotenses se interessam por falar em si mesmos. Ante o sucesso, o editor Marcos Macedo já aprovou uma segunda edição (estará disponível na Livraria Mundial, provavelmente em março), e o organizador está pensando num segundo volume, com mais figuras e figuraças de Pelotas. O anúncio será feito proximamente, no ato de doação dos lucros ao Albergue Noturno. 




Antologia de personagens pelotenses
esgotou primeira tiragem em 3 meses.
Meu amigo Francisco Antonio Soto Vidal já publicou neste blogue várias coisas minhas, como eu gosto: sem modificar nada de meu texto. Senti-me muito satisfeito por ver que alguém apreciava alguns de meus escritos.

Cerca de um ano atrás, recebi um telefonema de Vidal, pedindo-me autorização para que eu permitisse que alguns trabalhos meus sobre tipos de Pelotas fossem publicados em um livro que estava sendo organizado pelo porto-alegrense/pelotense Márcio Ezequiel. Seria uma obra em benefício de uma entidade de pessoas carentes. Prontamente acedi e confesso que me esqueci do assunto.

Em outubro de 2013, fui surpreendido por novo telefonema de Vidal, convidando-me a comparecer na Feira do Livro para cumprimentar e ser cumprimentado pelas pessoas que colaboraram para o livro, que se chamava Dark City, excelente produção da Livraria Mundial, do diligente Marco Macedo, que está se destacando no cenário editorial pela qualidade e bom gosto dos livros que edita com perfeição.

Em lá chegando, fico conhecendo alguns dos demais colaboradores do livro, pessoas altamente qualificadas. De repente, um susto! Sou convidado para sentar-me em uma mesa onde estavam os coautores e eu teria de autografar também, às pessoas que solicitassem meu autógrafo.

Tremi. Jamais me passou pela cabeça viver um momento assim, não obstante eu ter produzido em outro jornal da cidade por cerca de 35 anos, onde escrevi várias reportagens, por mim assinadas, com foto e tudo, além de artigos, crônicas e contos. Atualmente, assino uma coluna que leva meu nome, às quintas e domingos, no Diário da Manhã, já há quase dois anos. Inclusive por isso vários amigos estão sempre me perguntando por que não edito um livro. E eu sempre lhes respondo:
“Meus modestos escritos têm a efemeridade de uma edição. São cadentes sinais que riscam o céu de vez em quando, para logo se apagarem. Para eu chegar a um livro falta-me percorrer um longo caminho. As leituras que tenho feito de autores verdadeiros me inibem de me aventurar numa obra editorial.”
Assim penso há muitos e muitos anos, e continuo pensando.

Rubens Amador (E) autografou por primeira vez na Feira.
Escreve em jornais desde os anos 70, mas só em 2013 saiu em livro,
em companhia de historiadores e estudiosos da cidade.
Mas de repente vi-me autografando! Que susto, repito. Ficava encabulado quando as pessoas vinham em minha direção com seu exemplar e seu nome. E mais ainda quando descobriam que eu era Rubens Amador e me cumprimentavam, dizendo que me liam sempre no Diário da Manhã todas as semanas.

Olha, a gente fica momentaneamente vaidoso. De repente, um coronel, que até há pouco comandava a nossa briosa Brigada Militar, acerca-se de mim perguntando-me se eu era Rubens Amador e,  ante minha confirmação, abraçou-me, e confessou-se meu leitor; e pediu para que tirássemos uma fotografia juntos. A foto foi feita. Das 18h até as 20h, eu e meus companheiros demos dezenas de autógrafos de “Dark City”, que, segundo fui informado, está vendendo muito bem.

Naquele dia 8 de novembro último foi uma tarde que brinquei de autor de um livro. Será um dia inesquecível. Levei um susto, pela surpresa – insisto – que me foi dada pelo meu amigo Francisco Antonio Soto Vidal. O mais agradável susto que jamais pensei poderia ter me acontecido.
Rubens Amador
A crônica sobre Miloca havia saído neste blogue em 2011 e foi para o livro.
Em 2009 e em 2013 Rubens Filho publicou Mario A-Cores.

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