João Simões Lopes Neto nasceu em Pelotas em 9 de março de 1865. O Instituto que leva seu nome prepara atividades para celebrar a data, esta segunda-feira, aniversário nº 144 de nosso ilustre conterrâneo.
Um dos motivos de alegria para os simonianos terá relação com uma reportagem, publicada no Diário Popular em novembro passado, sobre a casa onde viveu alguns anos o conhecido contador de histórias. Sob o título "Uma casa, tantas histórias", rendeu uma menção honrosa a sua autora, a jovem jornalista pelotense Bianca Zanella Ribeiro. Transcrevo aqui a parte que se refere à recuperação do prédio, construído em 1891 e situado na rua Dom Pedro II, 810.
Até o final da década de 1990 o local estava caindo aos pedaços. O imóvel, abandonado, por pouco não teve sua destruição decretada. Se isso tivesse ocorrido, os escombros do casario teriam enterrado uma história que, por sorte, alguém se interessou em investigar.
Esse alguém era o pesquisador Carlos Sicca Diniz, que através de registros nos cartórios de Pelotas comprovou as suspeitas de que a casa havia pertencido ao mais célebre dos escritores pelotenses. No período em que viveu ali, de 1897 a 1907, João Simões escreveu a lenda O Negrinho do Pastoreio.
A descoberta deflagrou uma batalha judicial que mobilizou a comunidade, desde a imprensa até os historiadores e admiradores da literatura simoniana. Sete anos mais tarde a aprovação de um projeto de lei do então deputado Bernardo de Souza transformou a casa em Patrimônio Cultural do Estado. A demolição não aconteceria, mas nada impedia que o prédio ruísse irremediavelmente - no final de um processo de degradação longo, solitário - apenas com a ajuda do tempo e da umidade.
Foi então que um grupo de pessoas disposto a devolver a casa ao seu antigo e mais notável dono apareceu. Esse grupo fundou o Instituto João Simões Lopes Neto, e através dessa instituição civil conseguiu captar recursos, restaurar o prédio e, principalmente, devolver a vida ao lugar.
Leia todo o texto.
O texto homenageia Simões e os seus admiráveis admiradores - valha o trocadilho. A casa é um lugar interessante do ponto de vista arquitetônico e histórico, mas sobretudo é um espaço cultural da melhor qualidade, que presta à comunidade serviços gratuitos de museu, escola e lugar de estudos e debates. Tomei as fotos ontem, com a luz natural das 19h.
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