Vejam o que acontecia em Pelotas há somente sete anos e meio, segundo informava o Diário Popular:
- Pelotas sediará Seminário Regional de Professores de Francês (leia).
- Depois de quase dez anos Pelotas volta a sediar mostra de cinema francês (leia).
- Pelotas sediará Seminário Regional de Professores de Francês (leia).
- Depois de quase dez anos Pelotas volta a sediar mostra de cinema francês (leia).
De 23 a 25 de agosto de 2001, realizou-se em Pelotas o 1º Seminário Regional de Professores de Francês, encontro organizado pelos cursos de Letras da UFPel, da UCPel e da FURG, com apoio municipal e da Embaixada Francesa.
A programação de trabalhos, conferências e mesas redondas incluiu a exibição de três filmes franceses, especialmente conseguidos para o evento, fora do circuito comercial.
A gestão foi feita pela Secretaria de Cultura - primeiro ano do governo Marroni - na pessoa do coordenador das Artes da Palavra e da Imagem, João Manuel dos Santos Cunha (dir.), professor de literatura com pós-doutorado na França.
Na época, o antigo Cine Pelotense já estava desativado, mas se prestou de modo ideal, pois a sala e seus equipamentos ainda não haviam sido desmantelados. Os preços foram de 6 e 3 reais, mas para alunos dos colégios que ensinavam francês (D. João Braga e N. S. de Lourdes) cobrou-se R$ 1,50.
A Mostra de Cinema Francês Contemporâneo apresentou:
- "Hotel das Américas" (Hôtel des Amériques, 1981), com Catherine Deneuve e Patrick Dewaere (esq.). Diretor: André Techiné.
- "Ninguém me ama" (Personne ne m'aime, 1994), com Bernadette Lafont e Jean-Pierre Léaud. Diretora: Marion Vernoux.
- "A vida é um longo rio tranqüilo" (La vie est un long fleuve tranquille, 1988), com Benoît Magimel e Valérie Lalande. Diretor: Etienne Chatiliez (abaixo).
João Manuel contatou a Embaixada da França e iniciou na SeCult uma área sobre cinema e formação de platéia. "É um projeto a médio prazo que prevê a formação de um público educado e crítico, que vá além do cinema comercial norte-americano", informava a matéria de jornal. A atividade começou com filmes franceses, encaixando-se na programação do encontro de professores.
João Manuel ainda sonhava com uma sala municipal de cinema, para que os ingressos pudessem ser subsidiados. Ao parecer o projeto não teve continuidade, mas hoje, oito anos depois, há mais meios em Pelotas para exibir-se filmes em salas fechadas; inclusive existem alguns cineclubes e um curso de Cinema na UFPel.
A Secretaria de Educação também deu apoio ao seminário, e um dos resultados do encontro - que teve relativa continuidade - foi a implantação de oficinas de francês em algumas escolas municipais. Na mudança de governo, em 2005, houve reformulações e algumas atividades continuaram, na SME e na SeCult.
Em 1995, tinha havido um evento semelhante. Em 2005, um artigo de três professoras informou sobre este encontro de 2001 e outro de 2004 (leia). De acordo a esse nosso ritmo de "longo rio tranquilo", talvez vejamos uma iniciativa parecida nos próximos anos. As pessoas já não estão nos mesmos lugares, mas ainda há universidades e secretarias municipais.
O poliglotismo interessa a linguistas e pedagogos, mas também tem a ver com políticas culturais. A França é nesta área um modelo de referência mundial; todas as instituições francesas defendem seu idioma e suas expressões artísticas, especialmente contra a hegemonia norte-americana que ocupa as culturas nacionais com sua terminologia inglesa e com sua mentalidade comercial e matemática. No entanto, os franceses não deixam de estudar o idioma inglês, como se vê nesta cena do filme La vie est un long fleuve tranquille, exibido em 2001 em Pelotas, por única vez.
Et bien, Maurice, vous rêvez? [Então, Maurice, está sonhando?]
ResponderExcluirYes! [Sim, sonhando em inglês!]
O prof. João Manuel também proporcionou o acesso a excelentes filmes brasileiros a nós, pelotenses...
ResponderExcluirHouve uma excelente mostra dos filmes de Glauber Rocha, vários filmes que, bem provável, não teríamos como assistir nos cinemas da nossa cidade.
Valeu, prof. João Manuel! Passei a admirar a obra do Glauber depois disso. Antes, não tinha visto um filme sequer do nosso grande cineasta.
Mas isso já faz bastante tempo,he,he!
ouvi dizer que o Fanopéia, cine clube do cefet, está preparando um evento de ciclo de cinema francês. é ficar atento nos caras de lá.
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