Em janeiro, viajou ao Chile e fotografou a Cordilheira dos Andes, uma fonte de detalhes visuais que no Brasil não temos, mesclando cores, texturas, sombras, profundidades, além das sensações de vertigem e atmosfera seca, fria e rarefeita.
Essas fotos vieram constituir sua primeira amostra individual, exposta até 15 de abril no Corredor Arte do Hospital-Escola da UFPel-FAU.
As imagens merecem uma observação cuidadosa, muito mais pela impressionante situação natural registrada pelo artista do que por alguma técnica especial. As montanhas andinas têm tal grandiosidade que o observador perde o sentido das proporções. O fotógrafo precisa colocar algum ponto de referência, para dar uma ideia das dimensões verdadeiras, pois, para alguém que não conhece, tudo aquilo é impensável.
Domingo estive no Corredor Arte, quando - pelo menor trânsito de pessoas - algumas luzes do corredor são apagadas. O efeito da penumbra não é estético nem terapêutico, mas ocorre pela necessidade institucional de bem utilizar os dinheiros públicos.
Outros fatores que dificultam a apreciação: o tamanho relativamente pequeno destas fotos e os reflexos nos vidros. Mas basta pedir na portaria que se acendam todas as luzes, e a exposição ganha um aspecto muito mais nítido e até esperançador. As reproduções neste post são fotos minhas sobre as imagens expostas no Corredor, exceto a 1, que me foi enviada.
Outra opção que melhoraria o trabalho de Rafael seria aproveitar a conexão com o Chile, país de poetas, e citar algum verso ilustrativo sobre as montanhas, rios, lagos e vulcões. Como, por exemplo, o soneto 18 de Neruda (1959):
Por las montañas vas como viene la brisa
o la corriente brusca que baja de la nieve
o bien tu cabellera palpitante confirma
los altos ornamentos del sol en la espesura.
Toda la luz del Cáucaso cae sobre tu cuerpo
como en una pequeña vasija interminable
en que el agua se cambia de vestido y de canto
a cada movimiento transparente del río.
Por los montes el viejo camino de guerreros
y abajo enfurecida brilla como una espada
el agua entre murallas de manos minerales,
hasta que tú recibes de los bosques de pronto
el ramo o el relámpago de unas flores azules
y la insólita flecha de un aroma salvaje.
o la corriente brusca que baja de la nieve
o bien tu cabellera palpitante confirma
los altos ornamentos del sol en la espesura.
Toda la luz del Cáucaso cae sobre tu cuerpo
como en una pequeña vasija interminable
en que el agua se cambia de vestido y de canto
a cada movimiento transparente del río.
Por los montes el viejo camino de guerreros
y abajo enfurecida brilla como una espada
el agua entre murallas de manos minerales,
hasta que tú recibes de los bosques de pronto
el ramo o el relámpago de unas flores azules
y la insólita flecha de un aroma salvaje.
Parabéns aos "dois" fotógrafos já que estamos vendo "foto sobre foto", o que não chega a prejudicar a qualidade das imagens! Lindas!
ResponderExcluirBoa escolha da poesia, também muito linda!
Bj, Tê!