A atual reitoria da UFPel tem feito investimentos importantes em prédios, está abrindo novos cursos e tem iniciado projetos ambiciosos, como a mudança do Campus Capão do Leão, criação de um centro de saúde e transformação do antigo Anglo em campus central, com shopping e cinemas. A compra do Teatro Guarani e a construção de um novo aeroporto são ideias ainda no ar. Paralelamente, faltam inversões maiores em pessoal e em serviços à comunidade.
Destaco dois exemplos de reformas inconclusas: o prédio da antiga Escola de Belas Artes, na Marechal Floriano com Barão de Santa Tecla, e o salão de concertos do Conservatório de Música, que apresentei num post anterior.
Em março, quando se completaram 60 anos de fundação da Escola, o reitor confirmou a continuação desta reforma e anunciou sua intenção de devolver à EBA (hoje Instituto de Artes e Design) o antigo nome de Carmen Trápaga Simões, que doou o prédio à Escola (veja histórico).
Atualmente, as obras avançam pelo lado da Floriano (acima), com notória diferença do aspecto pela rua transversal (dir.). Os pedestres se veem obrigados a mudar de calçada.
O prédio do Conservatório de Pelotas é emblemático por ser um casarão do século XIX e por um antigo enredo administrativo. O local físico depende da Prefeitura, a gestão educacional está ligada à UFPel, e as questões trabalhistas se resolvem em Brasília. Na sua fundação em 1918, o Conservatório foi uma entidade autônoma, passou depois à Prefeitura e desde 1969 é unidade universitária.
O Salão Milton de Lemos data de 1940, e seu mobiliário original foi conservado até 2008. No aniversário nº 90 da instituição, foi anunciada a compra de novas cadeiras. No verão passado, elas foram aposentadas para sempre. Hoje o espaço está limpo e vazio, à espera dos móveis (esq.). Em função disso não se realizam recitais desde dezembro, e possivelmente a burocracia nos faça esperar mais alguns meses.
Se há 70 anos, com a reforma do prédio, aulas e concertos se transferiram para a Biblioteca Pública, por que hoje não se faz algo parecido, para manter a produção e o estudo musical?
Fotos de F. A. Vidal.
Assisti sexta feira excelente recital no Conservatório.
ResponderExcluirColocaram provisoriamente cadeiras de plástico, destas que usam ao redor de piscinas e bares de rua, com propaganda de bebida.
Funcionou, apesar da agressão estética.
Os artistas eram os violonistas Daniel Wolff e João Pedro Borges. Ambos muito bons.
Destaco o Daniel a quem não conhecia e foi uma grata surpresa.
Após a apresentação adquiri seus discos, que recomendo:
Concerto à Brasileira (mais erudito);
Coisas da Vida (mais popular);
The Right Seasons.
O espaço do palco do Milton de Lemos está congestionado pela presença dos três pianos de cauda: o velho Bechstein, relíquia histórica na qual tocaram muitas mãos famosas, hoje apenas utilizado para aulas; o Yamaha, piano oficial de concertos há pelo menos quinze anos, e o no novo Kawai, excelente última aquisição, necessária para a execução de peças a dois pianos com igual nível de qualidade. Eu sugeriria a este blog o lançamento da idéia de uma mobilização para uma parceria entre UFPel e Bibliotheca Pública, em vista da transformação do Salão Nobre desta em sala de concertos, com a transferência para lá do Bechstein - levando-se em consideração a excelente acústica, beleza da sala e localização do prédio. A cobrança de valores simbólicos pelo ingresso em concertos patrocinados por um projeto adequado, poderia ser revertida à conservação da BPP.
ResponderExcluirUma boa e ousada ideia, pois no Salão Nobre da Biblioteca cabem até mais cadeiras que no Milton de Lemos. Quando da reforma no Conservatório em 1940 foi na Biblioteca que se realizaram as aulas e recitais.
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