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sábado, 25 de julho de 2009

Belo violão, do erudito ao popular

O Instituto de Artes e Design da UFPel organizou esta semana, em seu auditório, dois espetáculos musicais para mostrar o trabalho de alunos e ex-alunos: o segundo destes foi o recital de violão "Do erudito ao popular", realizado na quinta 23 de julho.

Apresentaram-se como solistas cinco alunos do curso de Licenciatura em Música, em alguns casos acompanhados por colegas. Com coordenação da professora Isabel Hirsch, o concerto contou com cenografia especial e uma locutora que anunciou os números - uma novidade introduzida pelos próprios estudantes.

João Alexandre Gomes começou interpretando uma sonatina de Moreno Torroba, seguido de Bruno Soares, que trouxe a "Valsinha" de Chico e Vinícius (com acompanhamento rítmico de Roberto Pohlmann) e "Romanza", do argentino Carlos Aguirre.

Com impressionante agilidade, Leonardo Ximendes tocou "Veterano", de Vítor Teixeira, e "Missioneiro", de Tio Bilia. Nos últimos compassos desta última, realizou uma proeza que nem os mestres ousam tentar: fez os acordes finais - bem golpeados e separados por breve pausa - girando em malabares o instrumento. Consegui, casualmente, uma imagem do violão no ar, entre os acordes (esq.).

Alzevir Maicá, em violão de oito cordas, tocou com firmeza o "Chamamé" de Yamandú Costa e "Brejeiro" de Nazareth, dando a impressão de tocar dois instrumentos, dada a amplitude sonora conseguida com as cordas mais graves e mais agudas.

Eduardo Moreira conseguiu o melhor momento da noite, com três trechos hispânicos: "Guajiras", de Paco de Lucía, "Mediterranean Sundance", de Al di Meola, para dois violões (acompanhado por Ximendes), e "Entre Dos Aguas", de Paco de Lucía [veja abaixo o vídeo da Televisión Española], para dois violões (acompanhamento de Fagner Moura), baixo (Ottoni de Leon) e percussão (Luís Britto no cajón).

Verônica Freitas, também da Licenciatura em Música, anunciou os números ao microfone, o que não é costume em recitais eruditos. Com simpatia e boa pronúncia, marcou com leve exagero uma condução mais típica de um programa de TV.

A intenção comunicativa é um bom início de caminho para quem quer levar a melhor música às plateias mais variadas, que requerem exatamente isto: uma centralização que focalize as atenções e explique coisas que a maioria desconhece. Neste caso, houve só uma leitura do programa - desnecessária para quem o tinha à vista, e que poderia ser enriquecida com detalhes interessantes, num tom mais repousado.
Imagens de F. A. Vidal

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