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segunda-feira, 20 de julho de 2009

Esperando as novas cadeiras

O primeiro concerto de 2009 no Salão Milton de Lemos foi no dia dos namorados, 12 de junho (veja o post), com importantes artistas brasileiros, trazidos por um projeto nacional do Arte-SESC. Na ocasião, ainda não haviam chegado as novas cadeiras, compradas pela Universidade para substituir os velhos móveis de madeira, em uso desde 1940. Nos seis meses anteriores, piso, paredes e teto foram limpos e encerados para a reforma do Salão (veja o artigo), iniciada com os 90 anos do Conservatório de Música.

A direção do SESC em Pelotas alugou da Brahma uma centena de cadeiras plásticas (esq.), que cumpriram sua função até melhor que as antigas, que eram duras e rangentes.

Foi o inquieto público que as fez soar, movendo-as contra o piso como se fossem instrumentos de percussão (as velhas cadeiras rangiam como idiofones e mereceram uma composição eletrofônica (nos termos da classificação internacional de Hornbostel-Sachs), que homenageou os 90 anos da Casa.

Seguindo suas atividades, o Conservatório programou mais três recitais, mesmo sem a chegada das cadeiras novas:

* o violonista baiano Vladimir Bonfim (leia entrevista), na quinta 18 de junho,
* a pianista gaúcha (dir.) Alessandra Feris (leia
currículo), na terça 30 de junho e
* o violonista belga Antoon Vandeborght (veja
seu site), na sexta 17 de julho.

Em e-mail de 19 de junho, Isabel Nogueira me esclareceu que tem insistido ante a reitoria sobre o andamento da aquisição das cadeiras. A burocracia universitária é habitualmente lenta, mas, preocupada com esta situação transitória, a diretora achou preferível que a comunidade pudesse ouvir boa música, mesmo que fosse em cadeiras alugadas.


Depois da Brahma, foi a vez de a Skol ver seu amarelo inundando o tradicional Salão (dir.). Não se pode dizer que estes assentos sejam incômodos; somente que as associamos com lancherias e restaurantes baratos.

As masterclasses (audições didáticas ante os mestres) têm sido feitas neste auditório, com as mesmas cadeiras.

A boa música só chega a esta cidade do interior pelos contatos feitos por instituições como o Conservatório e seus professores. Quem vai escutá-la - estudantes, músicos, professores, apreciadores - não repara muito nos móveis e até tenta compreender a dificuldade de conseguir uma renovação, sem cobrar entrada. No entanto, o sinal é negativo - do ponto de vista turístico e por mostrar quão lentamente caminha a arte em Pelotas.

O
Amigos de Pelotas publicou uma nota sarcástica sobre esta situação, e um leitor relacionou o fato com um detalhe interessante apreciado neste blogue (veja o vídeo neste post): na Europa os músicos também usam cadeiras plásticas (talvez sejam provisórias, mas não são de cerveja).
Fotos de F. A. Vidal

3 comentários:

  1. Fiz a relação das cadeiras, que comentas.
    Dizes que não são de cerveja.
    Não sei.
    Também tive esta dúvida.
    Se olhares as nossa pela frente, não se vê propaganda.
    Na filmagem dos violonistas só se vê de frente.

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  2. O importante não são as cadeiras.
    Os espetáculos tem recompensado a quem os tem assistido.

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  3. Verdade que a percepção auditiva se delicia com a boa música. Obrigado aos professores do Conservatório que conseguem estes concertistas.
    Mas a percepção visual segue atenta, como fechar os olhos? Não temos sempre um programa do recital para descansar a visão.
    Creio que as cores mais fortes são as preferidas pela publicidade, e este vermelho escuro não deve ter sido de alguma marca comercial. Mas vejamos se algum leitor europeu pode nos dizer se há por lá cadeiras desta cor usadas por cervejas ou gasosas.

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