"Só quem mora na aldeia conhece os caboclos", dizia antigo treinador de futebol, que não nasceu em Pelotas mas conhecia as doçuras da cidade [Mano Menezes].
Hoje, quem percorre as ruas desta maravilhosa concentração de riquezas culturais sabe o quanto seus habitantes contribuíram para o engrandecimento do Estado.
Mas também é sabido que a região foi esquecida pelos sucessivos governos, que representaram - desde o final da Revolução Farroupilha [1835-1845] - um certo sentimento mesquinho dos "imperiais" com relação a tudo o que [significasse] um possível sentimento de independência (ou separatismo rio-grandense).
Tais diferenças e 170 anos de injustiças acabaram por gerar [nos pelotenses] um justo desejo de reconhecimento, que nunca a capital praticou e jamais o Rio de Janeiro ou Brasília, sedes dos governos do Império e, depois, da República.
Mas Pelotas não perdeu a sua doçura aristocrática - mesmo com as dificuldades que o campo acabou por sofrer - e sua importância cultural não pode ser esquecida ou menosprezada.
Assim, quando há oportunidade de ir até a cidade que recebeu o batismo de Princesa do Sul, o melhor é ir voando, ou melhor rodando, que a melhor empresa de ônibus do Estado tem aqui a sua sede. [Expresso Embaixador]
[...]
Tenho, pois, também a minha receita de doçura: visite Pelotas e ajude-a na luta pela preservação dos seus valores, na reconstrução de seus bens materiais e na propagação dos seus feitos e da sua História.
O Rio Grande agradece. O desenvolvimento da Região Sul é a maior resposta positiva que se pode dar a um sonho de crescimento do Estado, uniformemente distribuído, atendendo a todos - desde a Fronteira, a Campanha, a Serra, o Litoral, passando pela capital e chegando à única cidade que já ousou se igualar, disputar ou dividir com Porto Alegre os sonhos de grandeza do nosso Estado.
Walter Galvani
Diário Popular, 21-06-09
Imagens da web (1-2) e Manoel Magalhães (3).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar esta postagem.