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terça-feira, 13 de outubro de 2009

Abertura da Fábrica Cultural Música pela Música

A Sociedade Pelotense Música pela Música conseguiu este ano radicar-se numa casa própria, após 18 anos de sua fundação, e de peregrinar por locais alugados ou emprestados.

Batizou-a Fábrica Cultural e quer compartilhá-la com a comunidade, para que outros artistas tenham o apoio necessário, sejam iniciantes ou nomes consagrados.

Buscando lugares desocupados, a direção da Sociedade encontrou quase em ruínas o prédio nº 952 da Rua Félix da Cunha (esq.), mas pôde sentir ali a promessa de uma acolhida e um caminho de crescimento. Construída para uma fábrica de móveis e mais tarde ocupada por uma boate, qual seria a fase seguinte? A associação de ideias levou facilmente a um conceito integrador: a fabricação de espetáculos de arte.

A inauguração para a imprensa foi na quinta-feira 24 de setembro, com uma série de pocket shows, unidos por um relato sobre o entusiasmo que sempre guiou esta agrupação, no sentido de renovar e incentivar o ambiente cultural pelotense. A Sociedade sabe por experiência própria o que é construir seu espaço e seu material de trabalho sem apoio público e contra as expectativas pessimistas de alguns pelotenses, mas contando com o esforço e o idealismo de muitos outros.

A recepção começou com um coquetel, interrompido a cada 15 min com pequenas apresentações artísticas, que simbolizavam a variedade das artes que ali seriam bem-vindas, e não somente ligadas à Sociedade Música pela Música. O ator e produtor cultural Igor Simões, como mestre de cerimônias, foi o elo de ligação entre esses breves momentos, cada um com sua emoção particular.

Para obter uma grandiosidade sonora, o início foi dado por um imponente e ensurdecedor toque de timbales, apresentado por Marcelo Valente (esq.), baterista de música popular que participa como um dos percussionistas da Orquestra Filarmônica.

O maestro Sérgio Sisto (acima) escolheu, para dirigir sua mensagem carinhosa e otimista aos presentes, o trecho "The music of the night", do musical "The Phantom of the Opera". Com fundo gravado, ele cantou ao vivo - sob a luz de um pequeno holofote - todos os agudos do exigente solo, evocando a mística dos velhos teatros e dos mestres e amantes da arte.

Paulo Lima, outro músico popular que apoia a produção erudita em nossa cidade, tocou no contrabaixo, sem acompanhamento, uns compassos da Nona de Beethoven.

O cantor nativista Joca Martins, que já pertenceu ao Coro Música pela Música, entoou "Negrinho do Pastoreio", sem apoio instrumental.

Tatsy e Clim, do Grupo Tholl (dir.), participaram do coquetel e trouxeram aos presentes a arte mímica do espetáculo Exotique.

Seguiram-se apresentações de baile e de cinema, enquanto o artista plástico Gê Fonseca expunha três quadros, mostrando que a casa admite perfeitamente os eventos artísticos mais variados, incluindo lançamentos de livros, conferências, balês, desfiles de modas etc.

Enfim, a criatividade e a liberdade tomaram conta da noite, mostrando aos pelotenses que há espaço e vontade para que as diversas formas artísticas colaborem na construção de uma sociedade melhor. Quando se trabalha unido ao longo do tempo, os sonhos se realizam.

Veja (abaixo) o vídeo mostrado na ocasião, making of do filme realizado em Pelotas "Futebol, Sociedade Anônima", da produtora Moviola.
Fotos de F. A. Vidal


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