Batizou-a Fábrica Cultural e quer compartilhá-la com a comunidade, para que outros artistas tenham o apoio necessário, sejam iniciantes ou nomes consagrados.
Buscando lugares desocupados, a direção da Sociedade encontrou quase em ruínas o prédio nº 952 da Rua Félix da Cunha (esq.), mas pôde sentir ali a promessa de uma acolhida e um caminho de crescimento. Construída para uma fábrica de móveis e mais tarde ocupada por uma boate, qual seria a fase seguinte? A associação de ideias levou facilmente a um conceito integrador: a fabricação de espetáculos de arte.
A inauguração para a imprensa foi na quinta-feira 24 de setembro, com uma série de pocket shows, unidos por um relato sobre o entusiasmo que sempre guiou esta agrupação, no sentido de renovar e incentivar o ambiente cultural pelotense. A Sociedade sabe por experiência própria o que é construir seu espaço e seu material de trabalho sem apoio público e contra as expectativas pessimistas de alguns pelotenses, mas contando com o esforço e o idealismo de muitos outros.A recepção começou com um coquetel, interrompido a cada 15 min com pequenas apresentações artísticas, que simbolizavam a variedade das artes que ali seriam bem-vindas, e não somente ligadas à Sociedade Música pela Música. O ator e produtor cultural Igor Simões, como mestre de cerimônias, foi o elo de ligação entre esses breves momentos, cada um com sua emoção particular.
Para obter uma grandiosidade sonora, o início foi dado por um imponente e ensurdecedor toque de timbales, apresentado por Marcelo Valente (esq.), baterista de música popular que participa como um dos percussionistas da Orquestra Filarmônica.O maestro Sérgio Sisto (acima) escolheu, para dirigir sua mensagem carinhosa e otimista aos presentes, o trecho "The music of the night", do musical "The Phantom of the Opera". Com fundo gravado, ele cantou ao vivo - sob a luz de um pequeno holofote - todos os agudos do exigente solo, evocando a mística dos velhos teatros e dos mestres e amantes da arte.
Paulo Lima, outro músico popular que apoia a produção erudita em nossa cidade, tocou no contrabaixo, sem acompanhamento, uns compassos da Nona de Beethoven.O cantor nativista Joca Martins, que já pertenceu ao Coro Música pela Música, entoou "Negrinho do Pastoreio", sem apoio instrumental.
Tatsy e Clim, do Grupo Tholl (dir.), participaram do coquetel e trouxeram aos presentes a arte mímica do espetáculo Exotique.
Seguiram-se apresentações de baile e de cinema, enquanto o artista plástico Gê Fonseca expunha três quadros, mostrando que a casa admite perfeitamente os eventos artísticos mais variados, incluindo lançamentos de livros, conferências, balês, desfiles de modas etc.
Enfim, a criatividade e a liberdade tomaram conta da noite, mostrando aos pelotenses que há espaço e vontade para que as diversas formas artísticas colaborem na construção de uma sociedade melhor. Quando se trabalha unido ao longo do tempo, os sonhos se realizam.Veja (abaixo) o vídeo mostrado na ocasião, making of do filme realizado em Pelotas "Futebol, Sociedade Anônima", da produtora Moviola.
Fotos de F. A. Vidal
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar esta postagem.