Este domingo (8), na sede do Centro Português, começou a programação do Projeto Sul do Sul: Memória, Patrimônio e Identidade.
A atividade, em forma de seminário aberto ao público, foi organizada pelo Instituto Histórico e Geográfico de Pelotas, que reuniu interessantes trabalhos sobre a presença portuguesa em nossa cidade, a ser expostos segunda e terça, no auditório da nova sede da Escola João XXIII (antigo Fórum).
Na abertura, a banda do 4º Batalhão de Polícia Militar tocou o hino de Portugal e o do Brasil. Encontrava-se presente a nova Corte da Fenadoce, e as jovens tituladas do Centro Português, além de autoridades e pouco público.
Palestra de Abertura
O doutor em História Miguel Frederico do Espírito Santo (na foto com a professora Célia Jachemett) falou sobre a migração portuguesa do Continente e dos Açores para nossa zona. Em somente 40 minutos, o professor descreveu a chegada e o dificultoso assentamento das famílias colonizadoras, a contar de 1680. Com a separação total de Portugal e Espanha, os comerciantes portugueses instalados em Buenos Aires tiveram que retirar-se, e fundaram a Colônia do Sacramento.
Discutia-se na época em que ponto o Tratado de Tordesilhas dividia o território português do espanhol - supostamente Laguna (SC) ou Rio Grande (RS) - mas a separação territorial, feita no papel, não tinha dado certo e já se travava uma "guerra de Tordesilhas". Formaram-se linhas de defesa e combate, ainda sem a povoação com colonos europeus na América, até que um novo tratado, já no século XVIII, estabeleceu uma troca: os portugueses sairiam de Colônia do Sacramento e os Sete Povos das Missões seriam entregues pelos espanhóis aos portugueses.
Foi somente então que chegaram as primeiras levas de famílias de colonos, ingressando pelo porto de Rio Grande, recém fundado. Com a resistência indígena nas Missões e os ataques espanhóis pelo sul, essa colonização não foi possível durante uns vinte anos. Ao findar o século XVIII, os portugueses se espalhavam por Pelotas, Porto Alegre e Rio Pardo, principalmente.
Leia o trabalho A colonização açoriana no Rio Grande do Sul (1752-1763), de Luís Henrique Torres.
Segundo dia
A programação de segunda-feira (9) começa às 8h30min, com credenciamento e café (não haverá intervalo no meio da manhã).
9h30min: As Charqueadas e a Família Rodrigues Barcelos, palestra de Ester Judite Bendjouya Gutierrez.
10h10min: A Preponderância da Influência Luso-Açoriana sobre a Influência Espanhola no Uso de Adágios pela População Pelotense, comunicação de Marisa Cedrez Bittencourt.
10h25min: Hygino Correa Durão: A Herança Portuguesa no Saneamento de Pelotas, comunicação de Janaína Silva Xavier.
10h40min: A Escola e Sua História: o caso da Escola Ferreira Vianna, painel com Gabriela Damé e Rejane Santos.
11h10min: A Casa e o Torres, comunicação de Diná Viviane Duarte Lourençon.
11h25min: A Importância de Manoela Amália Ferreira para Pelotas, comunicação de Pedro Luiz Brum Fickel.
11h40min – Intervalo para almoço.
14h: Filme sobre o Continente.
14h10min: O Legado Português no Patrimônio Imaterial Pelotense: a Cultura Doceira, palestra de Fábio Vergara Cerqueira.
15h: A Influência Portuguesa na Doçaria Pelotense, palestra de Maria Alzira Carreira.
15h40min – Intervalo (café).
15h55min: Minha Alma é Lusitana, comunicação de Arlinda de Carvalho Magalhães Nunes.
16h10min: Os Frades de Pedra, comunicação de Alberto Rosa Rodrigues.
16h40min: Manifestação da Cultura Portuguesa na Música e na Dança, palestra de Régis Albino Marques Gomes.
17h20min – Confraternização.
Terceiro dia
A manhã de terça-feira (10) terá um intervalo para café.
9h – Filme sobre os Açores (Ilha de São Miguel).
9h10min: Formação do Sistema Flúvio-Lagunar Patos-Mirim-São Gonçalo no Processo de Ocupação e Povoamento Lusitano no Território Meridional do Rio Grande do Sul, palestra de José Costa Fróes.
9h50min: De Pedro a Z3 - construindo um sonho com um Toque em Português, comunicação de Nara Elisa Perez Vaz.
10h05min – Intervalo.
10h20min: A Influência Portuguesa no Desenvolvimento da Cidade de Pelotas, palestra de Vera Abuchaim e Leandro Betemps.
11h: Padre Pereira de Mesquita: Relato de sua Estadia como Prisioneiro, ano 1777, palestra de José Antonio Mazza Leite.
11h40min – Intervalo para Almoço.
14h: Espaço Construído nos Caminhos dos Tropeiros, exposição de imagens de Maria Roselaine da Cunha Santos.
14h10m: A Contribuição Portuguesa para as Fábricas de Compotas de Pêssego na Colônia de Pelotas, palestra de Alcir Nei Bach.
14h50min: A Herança Portuguesa em Pelotas através do Azulejo, palestra de Regina Lucia Reis de Sá Britto Fiss.
15h20min: A Presença Açoriana na Cidade de Pelotas: Contribuição para as Fachadas do Patrimônio Histórico Edificado, comunicação de Viviane Moraes Moreira.
15h35min – 15h50min: Intervalo.
15h50min: No Rastro dos Luso-Açorianos: a Devoção ao Divino Espírito Santo, painel com Célia Jachemet e Maria Roselaine da Cunha Santos.
16h30min: Mãos Portuguesas nas Rendas Gaúchas, palestra de Gilberto Demari Alves.
17h10min – Encerramento.
Veja atualidades luso-brasileiras no blogue Embaixada de Portugal no Brasil.
Há uma programação artística paralela, com o apoio da Secult e do Museu do Charque. Apesar de todo este evento transcorrer durante a 37ª Feira do Livro de Pelotas, nenhum dos dois se mencionam mutuamente.
Imagens da web (2-3) e F.A. Vidal (1)
Oi, sou Magda da Escola Machado de Assis e tive a honra de participar deste projeto tão rico em informações sobre nossa cidade e sua história. Gostaria de parabenizá-los pela seriedade e a importância com que foi tratado esse assunto. Acho que todos professores, principalmente de currículo deveriam ter participado uma vez que,este assunto faz parte do conteúdo a ser visto nas séries iniciais.
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