Cassius André Prietto Souza participou com dez desenhos no primeiro ciclo de mostras de artes plásticas organizado pela SeCult. Sua primeira exposição individual teve o título “Necrorgânicos, uma visita ao inferno”, e em suas obras ele se utilizou de caneta esferográfica, pincel atômico e pastel seco sobre papel.
As imagens necrorgânicas, como ele as chama, são figuras de personagens sinistras, por ele pesquisadas, desde a infância, em escritores antigos e modernos, histórias em quadrinhos, jogos de vídeo, RPG, videoclipes e cinema.
Se necro é morte e orgânica é vida, os necrorgânicos são demônios assumidamente malignos, que perseguem o ser humano desde os mais antigos tempos, desde dentro da mente das pessoas, numa espécie de mundo paralelo. Em "Sucubus" (acima), diabos com chifre, cola e asas crucificam e aterrorizam a existência normal.
Sem pudores morais, Cássius pressente, constrói e expõe, a quem for passando, os temas mais apavorantes, como rituais profanos de magia negra, depravação, selvageria e carnificina. Seu sentido não está posto em assustar, mas em pôr ordem e detalhismo em elementos inconscientes, rejeitados e temidos por todas as culturas em todas as épocas.
Este mundo de mortos-vivos é seu mundo pessoal, mas também é o mundo escondido da humanidade. Segundo ele, suas imagens personificam o mal: um mal literário, artístico e popular com padrões que estão numa ordem entre o faustoso, com sua beleza, e o sexualmente depravado.
Fotos de F. A. Vidal
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