Segundo nota do Diário Popular (leia), trata-se de um dos prédios mais antigos de Pelotas, construído entre 1832 e 1835 pelo Visconde de Jaguari. Foi vendido à família Cunha, que teria feito uma reforma em 1880.
O Conservatório de Música de Pelotas foi fundado em 1918, como instituição particular, e municipalizado em 1937. O prefeito Albuquerque de Barros executou nova reforma em 1940, quando o prédio foi estendido até a rua de trás (Padre Anchieta), mudou-se a fachada, e ampliou-se o Salão Milton de Lemos.
Há outros dados históricos do casarão no livro "História Iconográfica do Conservatório de Música da UFPel" (Isabel Nogueira, 2005), no prefácio e no cap. 6.
Em 1965 foi criado o SANEP, ficando aqui instalado, e o Conservatório passou em 1969 à recém criada Universidade Federal de Pelotas, sem mudar de sede. O prédio seguiu pertencendo ao município, e até hoje o andar de cima é utilizado pela entidade federal. A divisão se mantém, mas bastaria um acordo político para que a casa completa ficasse para a UFPel - segundo me contou o reitor Antônio César Borges, em setembro de 2008 (leia post neste blogue). Como o prédio é tombado, provavelmente não haja a intenção de transferi-lo.
Por enquanto, a cor azul seguirá identificando o SANEP, que não deve ter perguntado aos usuários do piso superior se a música se relaciona com a água em algum sentido (no vídeo abaixo, uma versão da Música Aquática, de Haendel).
Janaína Xavier, coordenadora do Museu e Espaço Cultural do SANEP, informa em email que a Prefeitura "cede gentilmente, sem nenhum ônus para a universidade, o andar superior para abrigar as instalações do conservatório" (eu havia escrito inicialmente que seria alugado). "A pintura do prédio está sendo realizada pelo SANEP e o conservatório foi sim comunicado antes que ela começasse".
ResponderExcluirTambém observa que o Conservatório funcionou inicialmente no térreo (provavelmente até ser municipalizado). A informação de ter funcionado no andar de cima provém do livro de Isabel Nogueira (p. 83). Ao parecer os dois dados não se contradizem, mas falta confirmação por fotos e documentos.
Há mais informação sobre o prédio na seguinte monografia (disponível para consulta no SANEP, Félix da Cunha 653):
O Palacete do Visconde: uma vocação ao serviço público. Autores: Leandro Betemps e Janaina Xavier. UFPel, 2008.
Louvável a atitude de pintar o prédio, mas achei a escolha da cor bastante infeliz. Acredito que se tivessem seguido um padrão de combinações de cores mais clássicas teriam realçado mais a arquitetura do prédio. Essa tonalidade de azul tornou o entorno mais frio.
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