O Salão Mundial de Artesanato é uma feira internacional itinerante, em parceria de brasileiros e estrangeiros, atualmente em sua 10ª edição no Brasil. Em sua primeira passagem por Pelotas, o grupo se instalou no centro de eventos da Praça Vinte de Setembro, lado sul (esq.), defronte ao monumento ao Bombeador.
O organizador é Miguel Arturi, argentino radicado no Brasil, dono da Arturi Empreendimentos. O grupo vai se renovando e faz turnês mensais, com bancas de vários Estados, ficando em cada cidade uma ou duas semanas. A primeira edição foi em Santa Catarina em 2009, e esta parece ser a terceira no Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre, a divulgação utilizou um blogue Wordpress e o Twitter, mas em Pelotas a página do Blogger foi fechada.
Neste Salão Mundial, encontram-se tapetes, pulseiras, bijuteria, espelhos, enfeites religiosos, roupas de seda ou lã, figuras artesanais de adorno para mesas e paredes, novidades orientais e até mesmo alguns produtos industriais da zona paulista. O ambiente é de negócios, com vendedores dispostos a mostrar produtos e preços; não se trata de um evento cultural, para conversar sobre costumes e mentalidades, se bem estas surgem de modo implícito, na interação comercial.
A divulgação cita 24 países e 11 Estados; no entanto, a realidade deve estar abaixo da metade. Por exemplo, não se viram aqui os doces portugueses ou as plantas carnívoras do Camboja, que estiveram em Porto Alegre. Em compensação, somente aqui temos produtos de Pelotas, em stands coordenados pela Prefeitura Municipal, com artesanato em madeira, brinquedos, adornos domésticos e doces.
O público tem mostrado interesse nestas feiras, pois não é comum ver juntos artesanato africano, asiático, do Oriente Médio e latino-americano. Em nossa cidade, mesmo 20 expositores geram um bom movimento de vendas (em contraste com os 90 da Capital).
Os produtos peruanos, por exemplo, são de diversos tipos, como figurinhas em barro da Santa Ceia (foto acima à esq.), minipresépios, gorros de lã, e até dois quadros religiosos, identificáveis como o Sagrado Coração de Jesus (esq.) e a Virgem com o Menino (dir.). Se a invasão europeia deixou suas marcas com o sincretismo em toda a América, o exemplo a seguir dá a impressão de buscar maior purismo cultural.
O maior espaço de venda é ocupado, no fundo do salão, por uma organização étnica brasileira, apresentada como os Índios Pataxós da Amazônia. Vestidos a caráter, meia dúzia de indígenas mostram boa vontade para vender seu artesanato, mas com uma expressão de estar pouco à vontade com ser o centro das atenções.
Seminus e com o corpo tapado de enfeites coloridos (dir.), eles podem estar incômodos com o artifício da exposição ou com a contradição cultural, que eles vivem permanentemente, entre os costumes ancestrais (vestimentas, linguagem e crenças) e a vida moderna. Eles são na verdade baianos, mas pertencem à etnia pataxó, que é amazônica.
A entrada geral custa R$ 5, não há praça de alimentação e o estacionamento é o mesmo do Supermercado Peruzzo, vizinho a este pavilhão. Somente até este domingo (12).
Fotos de F. A. Vidal
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