A artista santa-vitoriense Donatilde Corrêa Pereira apresenta duas obras plásticas no Salão Nobre da Biblioteca Pública Pelotense.
Ali se realiza até 14 de novembro a exposição "Imagens de fronteira", com banners turísticos e outra série de fotografias de Jaguarão (registros de Luís Vaz com texto de Aldyr Schlee).
Donatilde pintou com tinta acrílica sobre juta um grupo de dinâmicas capivaras em seu meio natural, os banhados rodeados de vegetação. Os roedores aparentam traços de sociabilidade por seus sugestivos movimentos e proximidade uns dos outros. Por outro lado, o próprio chão habitacional ganha o aspecto de uma capivara-mãe em relação a seus filhotes.
As duas ideias têm muito a ver, especialmente se nos situarmos como humanos e parte do sistema ecológico. A tela funciona como uma bonita proclamação da vida e da necessidade de valorizarmos nosso habitat como uma verdadeira casa, onde nascemos, vivemos e morreremos.
A segunda obra é de um pica-pau, em texturas vegetais (cascas e folhas) sobre juta. Com dinamismo diferente das capivaras, mais agressivo e ruidoso, o pássaro vem satirizar nosso próprio comportamento destrutivo ante a natureza e a sociedade. Achamos divertido bater e perfurar, sem perceber os danos causados à comunidade.
O mesmo pica-pau nos diz, mais seriamente, que ele somente tira as lascas necessárias para confeccionar seu artesanato; ele é um trabalhador que devolve à natureza o que esta lhe fornece. É formiga e cigarra, mas não um maltratador de seu ambiente.
Imagens: F. A. Vidal
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