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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Esses bonés... (crônica)

O cronista Rubens Amador traz uma crítica de costumes escrita após as eleições de domingo, recordando valores que os tempos modernos nos fazem esquecer.

Confesso que não gosto desses bonés, copiados dos americanos - como os tênis, como a barriga de fora - entre vários outros hábitos que o cinema passa às demais sociedades, dado a sua força.

Até aprecio um jovem com o boné devidamente usado, com sua aba para a frente. A aba para trás, como o relógio na mão direita, para mim, sinalizam o desejo de seus usuários de chamarem atenção sobre si, entre os demais. Denota pessoa que não se adapta com serenidade aos bons costumes, ao stablishment.

De uns tempos para cá, passei a me sentir mal quando vejo certos rapazes que cobrem suas cabeças com esses bonés, dentro de igrejas, cultos, ambientes austeros, em salas de aula, e já vi: o neto de uma morta, à beira do caixão, trazendo em sua cabeça um desses bonés. Acho esses comportamentos sociais nesses ambientes uma completa falta de educação, de quem não aprendeu em casa, por quaisquer razões, que é um dever social tirar-se o chapéu ou quejandos, em lugares cobertos, especialmente os que merecem respeito, como os templos religiosos.

Vi, nesta última Semana da Pátria, vários jovens com bonés na cabeça durante o Hino Nacional, numa prova de falta de civismo, pela falha educação recebida de seus maiores. Parece mentira, mas esses pequenos maus comportamentos é que trouxeram a constante falta de respeito por tudo, inclusive contra os idosos e os professores. Assistir às aulas com a cabeça coberta é um desrespeito pelo mestre e pela Instituição que lhe prodigaliza ensinamentos. Parece que os diretores e diretoras de escola temem aos alunos, por sua agressividade, e deixam de corrigir esses despautérios.

Os da minha geração se chocam, num restaurante, ao depararem com vários moços e até adultos fazendo suas refeições com os bonés de que falo. Aprendemos em casa que, à mesa, se devem respeitar regras mínimas, como lavar as mãos, cabeça descoberta e não palitar os dentes, numa segunda refeição aos olhos dos demais. A hora da refeição tem algo de sagrado. Infelizmente esses pequenos rituais sociais foram se embrutecendo.

Nesta última eleição (e já fui presidente de mesa por mais de uma vez), havia uma certa solenidade, onde tanto os votantes quanto os companheiros mesários primavam por um ambiente sadio, condizente com o momento solene da escolha dos nossos dirigentes. O destino da Pátria ali era escolhido. Mas algo que vi nessa eleição de domingo último me estarreceu, e espero que o Meritíssimo Sr. Juiz Eleitoral, para as próximas - talvez já para o segundo turno de 31 de outubro - nos poupe o quadro de mesários trabalhando com bonés na cabeça. E vi mais de um com a aba virada para trás, como se estivesse num bar, num ambiente descontraído entre amigos e não colaborando com uma eleição de seu País.

Aquele era um momento austero e importante e exigia inclusive vestimenta adequada, sem camisas coloridas com dizeres em idioma estrangeiro, na maior descontração, como a de quem está participando de uma quermesse. Gostaria que S. Excia o Sr. Juiz Eleitoral mandasse bem orientar a esses jovens, que deram contribuição bonita e importante ao ajudarem na eleição. Mas que, por favor, vistam-se com a dignidade daquele momento tão significativo para a brasilidade.

Rubens Amador

Imagens da web

4 comentários:

  1. Permita-me discordar do enfoque dado pelo autor do texto. Também não gosto dos bonés, mas reconheço o direito da juventude de usá-los, pois faz parte do processo de afirmação da nova geração. Se não entendermos isso, vamos nos tornar muito conservadores e achar que só o que fazemos e aprendemos a considerar correto é, efetivamente, o certo. Mas, talvez, o "correto" seja apenas o traço que caracterizou a nossa geração. Assim, deixemos que a descontração, típica da juventude, invada o rito do voto, e que fiquemos como nossa sisudez.

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  2. olha li o topico e concordo que dentro dos templos religiosos e falta de respeito mas em casa na mesa do jantar e almoco facame um favor isso e idiotice pois entao eu devo falar para meus irmao que ficam sem camisa dentro de casa com esse calor que afeta todo planeta usarem terno dentro de casa a pelo amor de deus do geito que ta indo o preconceito as autoridades vai querer rapar a cabeca de rapazes com o cabelo medio ou grande os jovens hj e todos modernos nao estamos na ditadura mais pessoal tenha paciencia e o anonimo fala ai em cima que nao gosta de bones e quando vai a praia usa calcinha na cabeca ou ja ta careca e deixa o sol queimar

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  3. COMO O PROPRIO ANONIMO DISSE NAO GOSTA DE BONES ENTAO VOLTO A DIZER EM DIAS DE SOL QUENTE EU USO BONE POIS CABELO E COISA SERIA OS RAIOS ULTRAVIOLETAS ARRAZAM O COURO CABELUDO PODENDO FORMAR ATE ALOPECIA GERIATRA LEVANDO A QUEDA ISSO LOGICO BONES TEM LUGAR E HORARIO PRA USAR ISSO E CERTO DENTRO DE IGREJAS CONCORDO JA NAS ESCOLAS NAO TEM NADA A VER ENTAO VAMOS TER DE FALAR PARA AS MENINAS NAO AMARRAREM OS CABELOS POIS E DISRESPEITO AS PROFESSORAS AI MEU DEUS CADA COISA NAO IA SAIR DAK SEM FALAR ISSO PRA ESSE POVO LOUCO QUE QUER COMANDAR AS CABECAS DOS JOVENS EU SOU JOVEM E APROVO O USO DE BONES EM LOCAIS PERMITIDOS OK ABRACOS E CUIDEM DOS CABELOS PRA NAO FICAREM CARECAS

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  4. Não se preocupe, não há ditadura; é só a opinião do escritor do artigo. Ele fala a favor do respeito mútuo (não contra os bonés em si).

    Quando havia repressão, as opiniões diversas não eram ouvidas. Agora que há liberdade, cada um pode e deve dizer o que pensa, e ainda tem o direito de ser ouvido e respeitado. E o dever de respeitar quem diz o que pensa.
    Na internet tem-se como signo de respeito não escrever com maiúsculas.
    Obrigado pelo bom humor.

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