O cubo mágico, a zebra da Loteca, personagens de desenhos animados, imagens de TV e videogames, e símbolos comerciais diversos são imagens visuais soltas que ficaram na memória de quem viveu a década de 1980.
Tantas imagens - centenas, talvez - ficaram arquivadas, sem uso nem destino, mas não esquecidas por quem foi criança ou adolescente naquela época, e hoje conta entre 25 e 40 anos de idade.
O artista Daniel Keglis Konrath, nascido em 1981, é um desses adultos jovens que guarda essas lembranças que não ficaram em nenhum museu. Ele quis graficá-las no papel, sendo fiel aos traços originais mas sem deixar de imprimir seu estilo pessoal.
Na Galeria de Arte da UCPel ele apresenta 19 desenhos que representam "pedaços dos anos 80". A primeira mostra de 2011 neste espaço abriu com o início das aulas na Universidade e vai até 25 de março.Acadêmico de Artes Visuais (UFPel), cartunista autodidata e pesquisador em arte cemiterial, Daniel participou no ano passado em três coletivas: a mostra de desenho e humor da UFPel, a Recotada e o XXVII Salão Internacional de Humor do Piauí.
Para obter os efeitos desejados, o artista utilizou caneta à base de álcool, tinta acrílica, nanquim e anilina, materiais comuns ao desenho e à pintura, e que sugerem — com suas cores vivas e os traços de comics — aquele ar pré-infantil e hipnótico da padronização comercial que prenunciava os tempos da internet.
Esses novos públicos, hiperativos e superficiais, que nasceram já conhecendo computadores e celulares, mais tarde seriam apelidados de Geração Y (os nascidos entre 1980 e 1999). Eles mostrariam sua criatividade de várias formas, mas já haviam sido influenciados na base pela pseudoarte anódina da mídia dos anos 80.
À reportagem da UCPel, Daniel disse que escolheu o papel como suporte, que permite usar recursos como os traços mais livres e a tinta escorrendo, a fim de chegar a características de desenho de criança. Outro dos efeitos que ele espera ocasionar é que os desenhos façam os espectadores lembrarem coisas já esquecidas.
À reportagem da UCPel, Daniel disse que escolheu o papel como suporte, que permite usar recursos como os traços mais livres e a tinta escorrendo, a fim de chegar a características de desenho de criança. Outro dos efeitos que ele espera ocasionar é que os desenhos façam os espectadores lembrarem coisas já esquecidas.
— Já tive experiência com amigos meus, que olharam os quadros e disseram não lembrar mais de muita coisa da infância. A ideia é que, a partir das minhas recordações, possa despertar a recordação nos outros.
O acesso ao Campus I é pela rua Gonçalves Chaves e pela Dom Pedro II, com entrada franca, das 8h às 22h, sem fechar ao meio-dia (sábados só pela manhã).
Imagens: F. A. Vidal (1-3) e W. Lima-UCPel (4)
O acesso ao Campus I é pela rua Gonçalves Chaves e pela Dom Pedro II, com entrada franca, das 8h às 22h, sem fechar ao meio-dia (sábados só pela manhã).
Imagens: F. A. Vidal (1-3) e W. Lima-UCPel (4)
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