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domingo, 27 de março de 2011

Novo holocausto


Three Mile Island, ilha fluvial no Estado da Pensilvânia (EUA)

Crônica de Rubens Amador, especialmente para este blogue
Não bastou Chernobyl em 1986 nem Three Mile Island em 1979 (acima)... com tanta fonte de energia que Deus dotou o mundo, como as águas, o ar, o petróleo, a energia solar. O homem, depois de Hiroshima e Nagasaki, tristes exemplos para a humanidade, sem contar os que já matou, ainda hoje trata de vítimas daquela hecatombe. Sim, aquela energia formidável causou outro holocausto, que, como o judaico, também jamais deveria se repetir.

Mas não, antes de que tal energia pudesse ser útil ao homem, os governantes pensaram na força bélica, tanto assim que a primeira coisa a ser feita, tanto pelos EUA como pela antiga União Soviética, foi aprisionar a energia atômica para criarem arsenais incríveis – que ainda sabemos que existem entre os dois ex-figadais inimigos – e que depois estendeu-se para outros pontos, quando dirigentes possuidores da bomba ameaçam provocar um cataclisma geral, de acordo com suas idiossincrasias.

A energia atômica tornou-se objeto de troca política, e até países como a Índia – em cujo rio principal boiam corpos insepultos junto às piores imundices imagináveis – possuem usinas nucleares. Agora, o caso do Japão ameaça tornar-se uma tragédia quase universal, dado que se desconhece ainda o potencial de energia mortal liberada, por causas outras que toda a tecnologia nuclear e instrumentos de “segurança” usados não previram, como o Tsunami!

Chernobyl em 2006, cidade fantasma na Ucrânia
A humanidade atirou-se na busca de uma energia satânica, cujo perigo agora está vendo, mas, creio, tarde demais para se darem conta de que tal energia não vale a pena. Mas hoje, dado as implicações políticas existentes decorrentes do comércio, este mote de todas as guerras; e como a energia nuclear está espalhada por todos os recantos da terra, um com medo do outro, isto torna impossível resguardar os povos de uma tragédia final.

Eu, na idade provecta, temo pelas pessoas minhas, que estão começando suas vidas. Acho que a humanidade deixou passar toda a energia notável que Deus nos deu, ao trocar a Paz do mundo por esta insegurança proveniente de uma energia que envolve mais riscos que benefícios. Até os nossos mares estão ameaçados permanentemente, com os submarinos nucleares. A liberação da energia nuclear jamais será lembrada como amiga do homem.

Progresso desse tipo não é progresso, já pensava desde 1945 o povo japonês. Tendo sofrido na própria pele cicatrizes inesquecíveis, agora treme, ao lembrar-se de que todos os efeitos desse brinquedo mortífero são imprevisíveis. Tenho certeza de que dirão, como testemunhas incomparáveis:

— Não insistam: se puderem, fujam dessa destruição tão dolorosa! Enquanto é tempo!

Rubens Amador

O parque de diversões de Prypiat (foto 2) ia ser inaugurado dia 1 de maio; o acidente em Chernobyl foi 26 de abril. A roda nunca andou e até hoje concentra grande radioatividade. Veja aqui mais fotos da cidade abandonada, vinte anos depois.

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