Zezinho desde sua infância foi um apaixonado pelo mundo das artes, quer pela música como pelo desenho e pintura. Nas artes plásticas, teve aulas com seu tio, Rui Ramos, com o grande Nestor Marques Rodrigues (Nesmaro) e com Ibrahima Duquia Ribeiro. Na UFPel, cursou Educação Artística e graduação em Pintura; em Florianópolis, fez Mestrado na área Educação e Trabalho. De volta em Pelotas, exerceu o Magistério no CAVG.
Na década de 70, foi guitarrista e vocalista no conjunto Os Santos. A música lhe tornou possível profissionalizar o lazer da juventude, transitar por diversas categorias sociais, fazer muitos amigos, aprender a base das relações humanas: o reconhecimento e o afeto!
Hoje a música ainda é parte de sua vida, porém não é mais um músico profissional, toca para si mesmo e para seus amigos quando o visitam. Zezinho continua aberto a re-encontrar seus velhos amigos, a receber quem queira conhecer a ele, seu trabalho, seu espaço ecológico... enfim, considera essencial essa possibilidade de trocas entre as pessoas, considerando isto como sendo o essencial à vida!Em sua trajetória outras portas foram sendo abertas, como a pintura e a escultura.
Hoje aposentado, Zezinho Santos vive num verdadeiro paraíso ecológico que constrói a cada dia: o Trilha Jardim, que reflete muito bem sua filosofia de trabalho e simplicidade como forma de viver plenamente, com amor à natureza e ética nas relações humanas. Busca na vida simples, organizando seus jardins, uma forma de interagir com a beleza e se permitir ver o tempo e as coisas de uma forma sagrada e, assim encontrar sua verdadeira essência e felicidade.
No mundo das Artes Plásticas, transita livremente dando formas a sua imaginação prodigiosa. Tem feito uma série de esculturas em concreto celular, com a intenção de homenagear os antigos moradores de seu sítio, as vítimas da escravidão, os negros dos Quilombos. São belíssimas esculturas que traduzem toda uma cultura negra e que se integram maravilhosamente ao local.
Esta filosofia zen de viver amadureceu seu olhar para a arte que foi se tornando mais sintética, enxuta, livre de conceitos e princípios estéticos para observar e externar como ele vê e sente este mundo imensamente rico que nos cerca e que está ao alcance “daqueles que tem olhos de ver”.
Helena Badia
Fotos de J. C. Badia
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