Sobre as editoras e gráficas pelotenses na década de 1920, veja também o artigo de Nádia Miranda Leschko Estudo de mapeamento da indústria gráfica em Pelotas (publicado no 4º Seminário de Memória e Patrimônio, UFPel, 2010).
Carl von Koseritz |
Primeiro, porque das tipografias dos jornais foi que saíram os primeiros livros. É bastante provável que a mais antiga obra editada em Pelotas tenha sido Resumo de História Universal, também o livro de estreia do professor alemão Carl von Koseritz (dir.) [1830-1890; veja biografia segundo a ARL]. Foi impresso em 1856 na tipografia de O Noticiador, o segundo jornal em circulação na cidade (Tipografia Luiz José de Campos).
Antes, em 1852, o prof. Antônio José Domingues mandara imprimir vários poemas na Tipografia Imparcial, de Cândido Augusto de Melo, ou seja, nas oficinas de O Pelotense, o primeiro jornal de Pelotas. Só que, editados em folhas soltas, esses poemas não chegaram a constituir um livro [veja Relação de jornais existentes na Biblioteca Pública Pelotense, de Garcia e Loner, s/d].
Capa original (Livraria Universal, 1910) |
Temos um exemplo disso no final do século: de autoria de Paulo Marques, o folhetim Vênus ou O Dinheiro, veiculado no jornal Onze de Junho entre setembro e novembro de 1881, transformou-se em livro em 1885, editado sob a chancela da Biblioteca Pública Pelotense.
E sabe-se que duas das principais obras do maior escritor pelotense, João Simões Lopes Neto – Contos Gauchescos e Casos do Romualdo –, antes de assumirem o formato de livro foram publicadas na imprensa: respectivamente, no Diário Popular e no Correio Mercantil.
No ramo específico da indústria editorial, duas empresas dominaram o mercado pelotense - e praticamente o mercado rio-grandense - no último quartel do século XIX:
- a Livraria Americana: de propriedade de Carlos Pinto & Cia., foi fundada em 1875, estabelecendo filiais em Porto Alegre (1879) e Rio Grande (1885); e
- a Livraria Universal: de propriedade de Echenique & Cia., foi fundada em 1887, expandindo igualmente seus negócios até Rio Grande e Porto Alegre.
Foi a Universal [dir.; esquina da Sete de Setembro com Quinze de Novembro] que lançou as primeiras edições [em livro] do Cancioneiro Guasca, dos Contos Gauchescos e das Lendas do Sul, do citado Simões Lopes Neto (Casos do Romualdo só seria editado postumamente, pela Globo, de Porto Alegre).
Substituindo a Americana e a Universal, ainda na primeira metade do século XX, as principais livrarias de Pelotas passaram a ser a Livraria do Globo (filial da de Porto Alegre, então uma das maiores casas editoriais do Brasil) e a Livraria Mundial, fundada em 2 de agosto de 1935 e ainda em atividade.
Livraria Universal nos anos 20. A esquina da Quinze com Sete ainda é famosa, mas pelo café e pelos doces. |
Outras gráficas e tipografias são mencionadas no artigo "Litografia, uma genial invenção", de Marcelo da Silva Calheiros, especialista em Patrimônio Cultural (UFPel).
ResponderExcluirhttp://www.ufpel.edu.br/iad/memoriagraficadepelotas/pdfs/Litografia%20uma%20Genial%20Inven%C3%A7%C3%A3o..pdf