Há cem anos, num contexto de riqueza cultural e econômica (simultâneo à Belle Époque europeia), Pelotas tinha bispado, ensino médio para ambos os sexos, escolas superiores (Agronomia, Direito e Odontologia), clubes sociais e esportivos, porto fluvial e estação ferroviária. Em 1912 a cidade celebrava seu centenário talvez de forma adiantada, pois sua real autonomia político-administrativa somente chegou com a elevação a Vila, bem depois da fundação da freguesia de São Francisco de Paula, em 1812, data da primeira urbanização.
Segundo o Correio do Povo, os preparativos do centenário estavam encaminhados um mês antes (veja nota deste blogue). A notícia da semana passada, pesquisada no jornal de 1912, incluía uma foto da nossa popular "Esquina 22" (Quinze com Sete), onde, até a década de 1950, ficava a Livraria Universal, de Guilherme Echenique, que editou diversos autores pelotenses (veja nota sobre livrarias em Pelotas e significados de sobrenomes bascos).
Acima, o postal colorido artificialmente, editado ao redor de 1910 pela Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson. A imagem foi reproduzida do sítio comercial EBAY, por meio do qual uma livraria argentina vendeu o impresso por 40 dólares. Casualmente, os irmãos Echenique, donos da Universal, também descendiam de argentinos.
No mesmo postal, vê-se no fundo a arborização da Praça da República (Coronel Pedro Osório, hoje). A foto foi tomada numa tarde de sol forte, provavelmente perto das 15h.
Na foto da Universal (dir.) pode-se distinguir — numa inscrição horizontal em cor clara, abaixo da cobertura da esquina — o lema da livraria: SINE LABORE NIHIL (sem trabalho, nada se consegue).
Nesta crucial esquina, onde cresceu a literatura e a intelectualidade, hoje se encontra a frequentada Doçaria Pelotense, fazendo jus ao título pelo qual a cidade é conhecida: Capital Nacional do Doce.
Segundo o Correio do Povo, os preparativos do centenário estavam encaminhados um mês antes (veja nota deste blogue). A notícia da semana passada, pesquisada no jornal de 1912, incluía uma foto da nossa popular "Esquina 22" (Quinze com Sete), onde, até a década de 1950, ficava a Livraria Universal, de Guilherme Echenique, que editou diversos autores pelotenses (veja nota sobre livrarias em Pelotas e significados de sobrenomes bascos).
Acima, o postal colorido artificialmente, editado ao redor de 1910 pela Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson. A imagem foi reproduzida do sítio comercial EBAY, por meio do qual uma livraria argentina vendeu o impresso por 40 dólares. Casualmente, os irmãos Echenique, donos da Universal, também descendiam de argentinos.
No mesmo postal, vê-se no fundo a arborização da Praça da República (Coronel Pedro Osório, hoje). A foto foi tomada numa tarde de sol forte, provavelmente perto das 15h.
Na foto da Universal (dir.) pode-se distinguir — numa inscrição horizontal em cor clara, abaixo da cobertura da esquina — o lema da livraria: SINE LABORE NIHIL (sem trabalho, nada se consegue).
Nesta crucial esquina, onde cresceu a literatura e a intelectualidade, hoje se encontra a frequentada Doçaria Pelotense, fazendo jus ao título pelo qual a cidade é conhecida: Capital Nacional do Doce.
Olá, Francisco, gostei muito desta matéria sobre a Esquina 22. Saberias me dizer por que este nome? E, principalmente, terias condições de identificar as duas estátuas colocadas junto à porta principal da Livraria Universal? Me ajudaria muito numa pesquisa.
ResponderExcluirFábio, o apelido numérico da esquina é uma brincadeira com os nomes das ruas Quinze e Sete (somando 22).
ResponderExcluirLamentavelmente não tenho como identificar aquelas esculturas, mas posso perguntar.