Cem mil palavras
Eddie Murphy foi um astro dos anos 1980. [...] Seu mais recente filme, A Thousand Words (As mil palavras), será lançado no Brasil em dezembro deste ano [trailer legendado).
Nele, Murphy faz um agente literário que nunca lê as obras que publica. É do tipo falastrão que acha mais importante falar do que ouvir. Sua vida transforma-se quando uma misteriosa árvore aparece em seu jardim e ele percebe que, para cada palavra que fala, uma folha cai da árvore e quando não restar mais nenhuma, ambos morrerão. Seu personagem passa, então, a economizar palavras até descobrir uma maneira de cessar o “encanto”. [...]
Reza a sabedoria popular que nascemos com duas orelhas e uma boca, portanto, deveríamos falar menos e ouvir mais. Imagine se cada um de nós tivesse uma árvore como essa do filme, não com mil folhas, mas, digamos, com cem mil. Teríamos, portanto, cem mil palavras para proferir até o nosso último dia de vida. Cem mil. Não são muitas. Só este texto tem quase 500.
Falar o quê
Como você as usaria? Guardaria algumas para injuriar o seu time de futebol quando ele perder para o rival, que nem é tão bom assim? Reservaria uma ou duas, dentre essas cem mil palavras, para espinafrar o motorista que anda devagar a sua frente, justo no dia em que vai passar o último capítulo da novela que você adora? Ou quem sabe sacaria dois ou três palavrõezinhos para praguejar contra seu vizinho só porque ele resolveu comemorar o aniversário e exagerou um pouco no volume da música?
Ouvir o quê
Criticar é bem mais fácil do que elogiar, a gente sabe. Do mesmo modo que expressar a raiva, a malquerença e a cólera em palavras é tão mais simples do que manifestar o amor, a admiração e o afeto a um parente querido, a um amigo, um colega. Agora, difícil mesmo é saber ouvir.
Escola Alfredo Dub, Rua Zola Amaro 379 (Três Vendas) |
Há 155 anos foi fundada no Rio de Janeiro a primeira escola para deficientes auditivos no país (Instituto Nacional de Educação de Surdos). Por isso, se instituiu o dia 26 de setembro como o Dia Nacional do Surdo, data que relembra a luta por melhores condições de vida, trabalho e educação para os deficientes auditivos.
Na quinta-feira (27) quem sopra velinhas é a Escola Especial Professor Alfredo Dub, aqui de Pelotas, a única em toda a região sul que atende essas pessoas que entendem que, muitas vezes, melhor do que falar é demonstrar.
Parabéns aos alunos, à direção, aos professores e funcionários da Escola Especial Professor Alfredo Dub pelos 66 anos de dedicação.
Maurício Pons
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