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domingo, 28 de outubro de 2012

Eduardo ou Marroni? Continuar ou reiniciar?

Nestas eleições, somente 50 municípios no Brasil (cerca de 1% do total) precisaram passar ao segundo turno. Pelotas é um deles, e tem uma segunda razão para ter, neste domingo (28) a atenção dos partidos mais fortes do país: aqui a confrontação é precisamente entre PT e PSDB (no fundo, privatização vs. socialização). Das 26 capitais brasileiras, 17 foram ao 2º turno, e somente 3 vivem o clássico 13 x 45 (São Paulo, João Pessoa e Rio Branco).

Em nossa cidade, a confrontação Lula & FHC é distante e não muito considerada. Apesar de serem invocadas as figuras de Dilma e Aécio, o pelotense considera isso artificial, pois não percebe a ideologia e sim os perfis pessoais de Fernando Marroni e Eduardo Leite.
  1. Por um lado, o caubói defensor dos pobres, que insiste desde 1996 em ser o único caudilho regional dos trabalhadores. O ex-prefeito tenta voltar ao poder para consertar o que deixou incompleto. Não necessariamente repetirá os erros do passado, mas é certo que governaria, se eleito, com seus poucos partidos de apoio e teria enorme oposição na Câmara.

  2. Por outro lado, o menino bonito e educado, que cresceu rapidamente como político à sombra de uma ampla e duradoura coalizão sem coerência ideológica. Se ganhar já na primeira vez, confirmará sua boa imagem e seu talento para a articulação política. Pouco tem ele a ver com a pessoa de Fetter (líder centrado na pessoa dele mesmo e com forte conteúdo ideológico); o que Eduardo sim representa é a coligação comum, muito mais pragmática que teórica.  
    No primeiro turno, o eleitor já distinguiu esses polos e deixou transparecer a preferência pelo segundo (o de continuidade), em alguns sinais sutis (veja detalhes em Os novos vereadores de Pelotas):
    • margem favorável a Eduardo Leite,

    • preferência pelos perfis de juventude e menor experiência,

    • importante voto de protesto socialista dirigido ao candidato do PSOL,

    • grande e inusual renovação na Câmara,

    • significativa maioria de vereadores da aliança de continuidade, com poucos vereadores de esquerda (4 PT, 2 PSB, 1 PMDB e nenhum PSOL ou PC do B).

     Hoje saberemos se o pelotense prefere continuar com a coligação tipo ônibus (com novo motorista), ou prefere retomar o projeto petista com o mesmo líder da década passada.

     A análise de futuro já foi feita nesta postagem e fica para ser comparada com os resultados reais das eleições.

     Nos vídeos, as entrevistas individuais de meia hora com cada candidato, realizadas pela TV UCPel.

    POST DATA
    17h50min Com 30% das urnas apuradas, Eduardo Leite tem 58% dos votos e Fernando Marroni 42% dos votos válidos (porcentagens aproximadas).
    18h Com 52% das urnas, mantém-se a proporção Eduardo 58%, Marroni 42%. A esta hora, o candidato em desvantagem ligou privadamente para o outro, cumprimentando-o pela vitória.
    18h10min Com 61% das urnas, Eduardo tem 57,5% e Marroni 42,5%. 
    18h20min Com 73% das urnas, Eduardo tem 57,3% e Marroni 42,7%.
    18h30min Com 86% das urnas, Eduardo tem 57,2% e Marroni 42,8%. A esta hora, o candidato perdedor discursou para a imprensa dizendo que seguirá como deputado federal. Agradeceu a seus familiares e partidários, sem mencionar o adversário.
    19h05min Resultados finais: Eduardo Leite 57,154% e Fernando Marroni 42,846%. 

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