Ele vinha com a expectativa de esclarecer o que era a Estética do Frio, mas encontrou-se com 35 graus de calor, o que para ele foi indício de uma acolhida calorosa nesta terra de poetas solitários. Esses três que ele conheceu pessoalmente são pelotenses que voltaram, após anos em grandes capitais, ficaram entocados em suas casas, e em 2012 aparecem em público para mostrar novas criações:
- o álbum de Vítor "Foi no Mês que Vem",
- o livro de poesias de Angélica "Um Útero é do Tamanho de um Punho",
- o romance gráfico de Angélica "Guadalupe",
- mais as ilustrações de Odyr para "Guadalupe" e uma HQ dele que sairá numa coletânea (mais detalhes na reportagem).
Sobre a cidade, esta foi sua primeira impressão de Bressano:
Ramil me busca no hotel e, antes de apanharmos Angie e Odyr, damos um giro pelas ruas de calçadas largas com casarões neoclássicos centenários — uns desertos, outros restaurados, muitos decrépitos.
"Um amigo chileno se encantou com a cidade. Disse que nunca viu nada tão decadente", sorri o magro e barbado grisalho, que daria um belo e diminuto Cristo nas "Paixões"de Nova Jerusalém. Decadência é virtude em sua obra: remete à paisagem urbana que condensa passado e presente, em diálogo com seus fantasmas.
O encontro ocorreu num dia, e concluiu com um jantar na casa de Vítor e a esposa Ana. O prato principal foi português (bacalhau com batatas) mas a sobremesa foi um diálogo sul-sul: pastéis-de-santa-clara e doce de leite uruguaio. Tudo regado a absinto. Daí saiu a longa reportagem (v. texto completo com fotos), que detalha a obra desses três artistas nossos, que pouco conhecemos.
Ilustrações de Odyr Bernardi para a Folha
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