O primeiro livro de André "Deco" Rodrigues vem sendo anunciado pelo Facebook desde outubro de 2012 e agora já pode ser lido completo. Em fevereiro de 2013 ele já estava pronto, segundo o Diário Popular. Haverá um pré-lançamento com autógrafos no Restaurante Madre Mia, hoje (25-9), e um lançamento formal na próxima Feira do Livro.
Em novembro de 2012, o autor liberou as primeiras 37 páginas (v. Facebook), que são pouco mais de um terço da obra, num saboroso adiantamento aos fãs. A ideia era contar um romance fora do comum e num formato atual, algo assim como um folhetim virtual. O mais "moderno" seria relatá-lo em tweets, mas o formato tradicional em papel se mostrou mais adequado: a história tem três narradores, que são os mesmos personagens que se enrolam num romance triangular.
O escritor entrou na roda e terminou a história em cerca de um mês. Os capítulos são brevíssimos e os fatos que enredam Rafaela, Eduarda e Lucas deixam o leitor enredado com eles desde a primeira página, assim como começou a envolver virtualmente o público, meses antes da publicação.
Além dessas inovações de forma (na divulgação e no relato), Deco Rodrigues também lança seu primeiro livro com um conteúdo provocativo: o texto sugere, já no título, que o amor erótico, vivido com toda sua subjetividade emocional, passa a ser um ato político quando é praticado ante a sociedade. Quem namora dentro da tradição já briga com seus pais, mas quem desafia os padrões sociais começa uma guerra aberta contra todos, algo assim como a Revolução das Flores nos anos 60.
Na pós-modernidade do século XXI, o ousado é oficializar o triângulo, integrando o amante ao casal estabelecido. O terceiro, portanto, não é excluído, pois deseja aos outros dois (e não somente a um) e ao mesmo tempo é desejado por eles (e não somente por um). Complicado? Se Freud o lesse, veria aí o complexo do bebê que se sente afastado pelos pais... e que, na fantasia, deixa o voyeurismo e realiza a aproximação amorosa com ambos. Nessa leitura, trata-se de um casal e um filho.
Manoel Soares Magalhães, que já descreveu o lado obscuro de nossa cidade, anunciou que "Três contra todos" promete revelar (desnudar) a noite pelotense (v. nota do Cultive Ler). Em "Vampiros" (2008) e "O homem que brigava com Deus" (2002), o escritor mostrou os sérios dramas emocionais de personagens noturnos e subterrâneos de Pelotas.
Sobre o livro de Deco, Nauro Júnior comentou que "Cinquenta Tons de Cinza é coisa do passado". Nauro é editor e fotógrafo do livro.
À venda nas livrarias: Mundial (Quinze de Novembro 564), Vanguarda (Gonçalves Chaves 374), Cia. dos Livros (Quinze de Novembro 559) e no restaurante Madre Mia (Santa Cruz 2200), na Isa Cestas (Dr. Cassiano 196) e na Danny Joias (Gonçalves Chaves 659 loja 4).
Fotos: Nauro Jr
Em novembro de 2012, o autor liberou as primeiras 37 páginas (v. Facebook), que são pouco mais de um terço da obra, num saboroso adiantamento aos fãs. A ideia era contar um romance fora do comum e num formato atual, algo assim como um folhetim virtual. O mais "moderno" seria relatá-lo em tweets, mas o formato tradicional em papel se mostrou mais adequado: a história tem três narradores, que são os mesmos personagens que se enrolam num romance triangular.
O namoro a três contém 3 casais: 1 legal e 2 clandestinos. Por sua alta dose "homo", há mais narcisismo do que união. |
Além dessas inovações de forma (na divulgação e no relato), Deco Rodrigues também lança seu primeiro livro com um conteúdo provocativo: o texto sugere, já no título, que o amor erótico, vivido com toda sua subjetividade emocional, passa a ser um ato político quando é praticado ante a sociedade. Quem namora dentro da tradição já briga com seus pais, mas quem desafia os padrões sociais começa uma guerra aberta contra todos, algo assim como a Revolução das Flores nos anos 60.
Na pós-modernidade do século XXI, o ousado é oficializar o triângulo, integrando o amante ao casal estabelecido. O terceiro, portanto, não é excluído, pois deseja aos outros dois (e não somente a um) e ao mesmo tempo é desejado por eles (e não somente por um). Complicado? Se Freud o lesse, veria aí o complexo do bebê que se sente afastado pelos pais... e que, na fantasia, deixa o voyeurismo e realiza a aproximação amorosa com ambos. Nessa leitura, trata-se de um casal e um filho.
"Vicky Cristina Barcelona" (Woody Allen, 2008) mostra dois triângulos consecutivos: no primeiro, Juan Antonio seduz as amigas Vicky e Cristina por separado (homem bígamo). Na trama central, o casal de Juan Antonio e María Elena seduz e é seduzido por Cristina (trio amoroso). Quando dois deles se reúnem, aparecem os conflitos; quando os três convivem juntos, reina a harmonia (v. trailer).
Para isso se requer a postura homossexual das "amantes", motivo pelo qual é mais "fácil" que esse trio ocorra com duas mulheres. Uma reflexão pelo lado masculino é feita pelo gaúcho Nei Van Soria na recente música Tolerância. Já aludi às complicações de reunir dois homens atraídos por uma mulher, no post Jules e Jim, uma para dois, três para três).
Deco Rodrigues faz a narração a três vozes. |
Sobre o livro de Deco, Nauro Júnior comentou que "Cinquenta Tons de Cinza é coisa do passado". Nauro é editor e fotógrafo do livro.
À venda nas livrarias: Mundial (Quinze de Novembro 564), Vanguarda (Gonçalves Chaves 374), Cia. dos Livros (Quinze de Novembro 559) e no restaurante Madre Mia (Santa Cruz 2200), na Isa Cestas (Dr. Cassiano 196) e na Danny Joias (Gonçalves Chaves 659 loja 4).
Fotos: Nauro Jr
MUITO BEM escrito (este artigo). Me faz esperar que o livro também seja. (Não sou nenhum Schlee - apenas aluno e fã dele -, mas eu diria que a próclise no "me faz" é, ao mesmo tempo, um brasileirismo macunaímico e um hispanicismo gaúcho ("hispanicismo" é um espanhol cismando (vide "Martín Fierro"), como diria Monteiro Lobato - idéias da Emília, se não me falha a memória de há mais de cinquenta anos: "ostracismo é uma ostra cismando", "filósofo é um sujeito que não toma banho").
ResponderExcluirFrancisco, podes acompanhar as primeiras páginas do livro clicando naquele link do Facebook no segundo parágrafo.
ResponderExcluirConcordo que essa próclise é muito brasileira e muito gaúcha. Só que, mesmo enclítica, a forma contém um duplo sentido: ou é 3ª pessoa sing. no Presente do Indicativo, ou é 2ª sing. no Imperativo Afirmativo.
O sujeito deixa entender que é Presente. Mas agora me dei conta de que no espanhol não existe essa ambiguidade: na próclise é Indicativo, e na ênclise é Imperativo.