Nico também criou a ópera cômica "As Sete Caras da Verdade" e o recital para piano solo "Música de Camelô", com releituras românticas de sucessos atuais (v. o clipe de Ser feliz é complicado e "Eu quero tchu" no vídeo abaixo). Veja programa completo do Jô Soares em abril de 2013 (35 min) com os dois humoristas falando da Sbórnia como nação e Nico tocando o piano de cauda do estúdio da Globo.
Hoje é um dia triste. Perdemos o Maestro Plestkaya, perdemos o Nico, perdemos um gênio da arte para esta doença que como os leões nas arenas poucas vezes nos dá chance de lutar contra ela. Quero ficar para sempre com a imagem da alegria debochada que ele me passou em cada vez que o assisti e o fotografei. Quero dividir esta foto e a história da primeira vez que o vi.
Fotografei o espetáculo Tangos e Tragédias pela primeira vez no ano de 1994 quando eu era fotógrafo do Diário de Canoas. Junto com a jornalista Raquel Kothe, na época em início de carreira, chegamos cedo no auditório da Associação da REFAP para entrevistá-los sobre o show de comemoração pelos dez anos do Tangos e Tragédias.
Nós, repórteres de um pequeno jornal ainda em início de carreira (nós e o jornal), fomos, nervosos, até o camarim para uma entrevista especial com o Hique e com o Nico. Só que, naquele momento, eles já tinham incorporado os personagens do Maestro Plestkaya e Kraunus Sang.
Raquel, ainda muito "foca", elaborou aquela pergunta histórica que só os jornalistas em início de carreira fazem:
– Como vocês estão VENDO estes dez anos de estrada?
E o Maestro, com seu sotaque esborniano, mira os olhos da minha colega, coloca o dedo indicador na fronte, o polegar no queixo, como quem vai iniciar uma grande explicação, respira fundo, e larga:
– Com os olhos.
A amiga Raquel se desconcertou um pouco, mas seguiu a entrevista e publicamos uma bela reportagem sobre a dupla nas páginas dominicais do DC, editada pela Lila Rizzon. Depois disto eu fotografei a dupla uma infinidade de vezes e ri muito com cada apresentação que assisti do Tangos e Tragédias.
Sempre guardei com carinho esta foto da primeira vez que os vi. Lá se vão 20 anos. Hoje fui até o sótão de minha casa e procurei entre caixas de fotografia até encontrar a velha cópia em preto e branco que nunca tinha sido publicada. Hoje eu divido o meu olhar de alegria com todos.
Nauro Júnior
O humor cultural de Kraunus no violino (Hique) e Pletskaya no acordeão (Nico) em 1994. Guardada desde então, a foto impressa é agora compartilhada por Nauro Jr. |
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