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quarta-feira, 9 de abril de 2014

Casarões não têm direito a eutanásia

A velha casa na esquina da Almirante Barroso com Sete de Setembro já sofreu abandono, destruição, incêndios, furtos, invasões, mas suas paredes ainda resistem. Ninguém a destrói nem a conserva, como doente terminal. Devido à sua antiguidade semissagrada, não está permitido tocá-la nem demoli-la, somente restaurá-la (das cinzas) ou observar seu lento desaparecimento.

Após princípios de incêndio, foram colocadas proteções, que não impedem a entrada de delinquentes e usuários de drogas. Em agosto de 2013, um rapaz roubava fios de cobre no meio da fumaça e foi detido (v. foto). Devido à falta de telhado, já nem moradores de rua usam o espaço.

O aspecto quase infernal de castelo queimado atemoriza vizinhos e passantes. Esta segunda (7-04), o fotojornalista registrou a cena que demonstra a insegurança cotidiana e o descaso geral ante mais uma ruína urbana.

Na redondeza, situa-se um hotel de luxo, uma sede da Brigada Militar, o INSS, uma lotérica, um posto de gasolina, restaurantes e residências, mas nada foi nem será feito, como já ocorre com antigas casas de esquina: o casarão Mendonça, na Gonçalves Chaves com Sete de Setembro (v. nota), o Castelo do Major na Quinze de Novembro (v. nota), a antiga residência da família Assumpção Nascimento, na Barão de Butuí com Santa Cruz, e a velha casa da rua Anchieta com Tamandaré (v. nota).
Foto: M. Ávila

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