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domingo, 17 de agosto de 2014

Dia do Patrimônio 2014: a herança africana em Pelotas


A segunda edição em Pelotas do Dia do Patrimônio Histórico – em 16 e 17 de agosto de 2014 – celebra a diversidade étnica na região e a contribuição africana e afro-descendente na construção da história da cidade. O Dia Nacional do Patrimônio Histórico é celebrado no Brasil em 17 de agosto, data marcada pelo IPHAN em relação a seu iniciador Rodrigo Melo Franco de Andrade (v. nota de 2010).

Pode-se falar de um megaevento, com uma centena de atividades culturais em mais de 30 locais, em zona urbana e rural, e a participação de milhares de pessoas em minieventos: visitação a prédios históricos, manifestações artísticas, oficinas étnicas, ações de educação patrimonial, e outras propostas que surgiram da comunidade pelotense para esta data.

Carruagem funerária para crianças foi restaurada (v. postagem de 2012) e exposta no Casarão nº 6
(v. álbum Carruagens fúnebres e vídeos da chegada  parte 1 e ingresso parte 2)
O interesse do público já mostrou, em 2013, que se trata de um acontecimento cultural comparável ao carnaval, pela quantidade de público que mobiliza (perto de 10 por cento da população da cidade). As vantagens deste megaevento o fazem superior ao carnaval (tradição de mais de um século), quanto a: requerer baixos custos, promover o autoconhecimento e a unidade cultural, funcionar durante manhã e tarde incluindo crianças e idosos, buscar finalidade educativa complementar às escolas, e não produzir poluição visual e sonora.

Atividades no Distrito do Quilombo buscam abordar
o esquecimento histórico das memórias quilombolas.
A Secretaria Municipal de Cultura emitiu o Caderno do Dia do Patrimônio, com a programação de sábado e domingo e treze artigos de 14 pesquisadores pelotenses em História, Arte e Antropologia sobre o tema "Herança Cultural Africana": Louise Prado Alfonso, Lúcio Menezes Ferreira, Caiuá Al-Alam, Marília Floôr Kosby, Lúcio Xavier, Fábio Gonçalves, Rosane Rubert, Vinícius Pereira de Oliveira, Cristian Salaini, Álvaro Barreto, Vagner Borges, Felipe Martins, Adão Monquelat e Clotilde Victória.

A RBS divulgou o evento dirigindo a atenção ao patrimônio material (prédios e objetos físicos). A nota de 3 minutos deixou 16 segundos para que o Secretário de Cultura Giorgio Ronna citasse a ênfase na herança cultural negra. Nos 30 segundos finais da matéria, a jornalista aludiu indiretamente à existência de um patrimônio imaterial, mas referindo-se às artes e à paisagem natural como formas de divertimento (v. vídeo). Deste modo a mídia reflete os interesses do público mas não desperta na mentalidade popular os aspectos menos visíveis da cultura.

Grupo carnavalesco Chove Não Molha, criado em 1919;
desde 1966 denomina-se Clube Cultural (foto de 1924)
Imagens: ASCOM (1), Facebook (2), ZH (3)

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