O pelotense Luiz Carlos Lessa Vinholes foi escolhido patrono da edição 2014 da Feira do Livro de Pelotas, que será aberta oficialmente esta quinta (30-10). No dia anterior, a UFPel inaugurou o novo espaço da Discoteca do Centro de Artes, agora batizada com o nome de L. C. Vinholes (v. notícia).
O nome do poeta concretista, pioneiro da música aleatória no Brasil, crítico musical e divulgador da cultura brasileira foi sugerido pela SECULT e aceito pela Câmara Pelotense do Livro.
O secretário Giorgio Ronna diz que Vinholes não se destaca somente na música, mas também na cultura em geral e na literatura em especial, como criador de poesia concreta, como tradutor e como organizador de antologias literárias (v. notícia da Prefeitura).
O orador oficial da 42ª Feira do Livro é outro músico pelotense, o professor Mário de Souza Maia, pesquisador em música antiga e conhecedor da obra de Vinholes, a partir de sua dissertação de mestrado em História (PUC-RS, 1999) "Serialismo, Tempo-Espaço e Aleatoriedade: a obra do compositor Luiz Carlos Lessa Vinholes" (v. abstract). Outra pesquisa sobre o trabalho de Vinholes é a tese de doutorado em Música de Valério Fiel da Costa, Vinholes e Cage: teorias, indeterminação e silêncio (UNICAMP, 2005).
Na programação cultural da Feira (v. lista de atividades), o patrono Luiz Carlos Vinholes ministrará duas palestras, abertas ao público interessado:
Vida e obra de Vinholes
Luiz Carlos Vinholes nasceu em abril de 1933. Aos 16 anos iniciou os estudos de composição com o maestro José Duprat Pinto Bandeira, enquanto se desempenhava como tenor no Coro da Catedral e estudava canto com a professora Lourdes Nascimento, no Conservatório de Música. Aos 18, em 1951, quando participava na Orquestra Sinfônica de Pelotas, conheceu o maestro Hans Joachim Koellreutter e foi trabalhar com ele em São Paulo.
Entre 1952 e 1957 estudou canto, teatro e dança com diversos professores, em São Paulo, e começa sua primeira fase como compositor, mediante a técnica dodecafônica (de doze notas em vez das clássicas sete). Na mesma década, escreveu crítica musical para os jornais Diário Popular, A Opinião Pública, de Pelotas, e o Diário de São Paulo. Como compositor, ganha bolsa de estudos para a Universidade de Tóquio, no Japão, onde pesquisa música oriental (japonesa, chinesa e coreana). Iniciando como adido cultural no Japão, segue carreira diplomática desde anos 60, até a década de 1990 (v. biografia completa).
No final da década de 1990, Vinholes retornou ao Brasil, onde dedica parte do seu tempo ao projeto de informatização de sua técnica composicional Tempo-Espaço e à compilação de sua antologia poética “Retrato de Corpo Inteiro”, recentemente concluída, e que reúne poemas de 1947 a 2007.
Vinholes foi articulador do tratado que geminou Pelotas e Suzu, em 1963, ligando por primeira vez uma cidade japonesa com uma brasileira. Em 2013, o diplomata pelotense doou ao Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo peças de cerâmica e gravuras japonesas, reunidas por ele nas décadas em que viveu no Japão.
Também o Museu do Colégio Pelotense recebeu doações de 83 peças, incluindo objetos de uso caseiro, religioso e artefatos utilizados como decoração que compuseram a coleção pessoal de Vinholes (v. notícia no Diário da Manhã, agosto 2014).
Outras referências
Sobre o trabalho de Vinholes há duas teses e uma dissertação: PUC-RS 1999, UNICAMP 2005 (citadas acima) e UNICAMP 2011 (citada abaixo). Confira também a reportagem resumida Tradutor fala sobre conexão poética entre Brasil e Japão (Correio Braziliense, junho de 2013) e o artigo de Vinholes 80 minutos para comemorar 80 anos (v. o anúncio do concerto realizado em 26 de abril de 2013, e detalhes do programa). Entrevistas com o compositor no canal de vídeos lcvinholes.
A professora Thaís Rochefort, mestre em Letras, publicou no Diário Popular (16-06-11) o seguinte artigo sobre Vinholes, obviamente sem suspeitar que ele seria, dois anos depois, o patrono da Feira do Livro.
L. C. Vinholes aos 80, entrevistado pelo Correio Braziliense |
O secretário Giorgio Ronna diz que Vinholes não se destaca somente na música, mas também na cultura em geral e na literatura em especial, como criador de poesia concreta, como tradutor e como organizador de antologias literárias (v. notícia da Prefeitura).
O orador oficial da 42ª Feira do Livro é outro músico pelotense, o professor Mário de Souza Maia, pesquisador em música antiga e conhecedor da obra de Vinholes, a partir de sua dissertação de mestrado em História (PUC-RS, 1999) "Serialismo, Tempo-Espaço e Aleatoriedade: a obra do compositor Luiz Carlos Lessa Vinholes" (v. abstract). Outra pesquisa sobre o trabalho de Vinholes é a tese de doutorado em Música de Valério Fiel da Costa, Vinholes e Cage: teorias, indeterminação e silêncio (UNICAMP, 2005).
Na programação cultural da Feira (v. lista de atividades), o patrono Luiz Carlos Vinholes ministrará duas palestras, abertas ao público interessado:
- “Retrospectiva do fazer e divulgar poesia: a ponte Brasil-Japão”, sábado 1 de novembro, 20h, na Bibliotheca Pública Pelotense.
- “Retrospectiva do compor e criar em música: a música como liberdade”, quarta 5 de novembro, 19h, no Centro de Artes da UFPel, Auditório 2 (Álvaro Chaves 65).
Vida e obra de Vinholes
Luiz Carlos Vinholes nasceu em abril de 1933. Aos 16 anos iniciou os estudos de composição com o maestro José Duprat Pinto Bandeira, enquanto se desempenhava como tenor no Coro da Catedral e estudava canto com a professora Lourdes Nascimento, no Conservatório de Música. Aos 18, em 1951, quando participava na Orquestra Sinfônica de Pelotas, conheceu o maestro Hans Joachim Koellreutter e foi trabalhar com ele em São Paulo.
Entre 1952 e 1957 estudou canto, teatro e dança com diversos professores, em São Paulo, e começa sua primeira fase como compositor, mediante a técnica dodecafônica (de doze notas em vez das clássicas sete). Na mesma década, escreveu crítica musical para os jornais Diário Popular, A Opinião Pública, de Pelotas, e o Diário de São Paulo. Como compositor, ganha bolsa de estudos para a Universidade de Tóquio, no Japão, onde pesquisa música oriental (japonesa, chinesa e coreana). Iniciando como adido cultural no Japão, segue carreira diplomática desde anos 60, até a década de 1990 (v. biografia completa).
Vinholes no Museu do Colégio Pelotense |
Vinholes foi articulador do tratado que geminou Pelotas e Suzu, em 1963, ligando por primeira vez uma cidade japonesa com uma brasileira. Em 2013, o diplomata pelotense doou ao Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo peças de cerâmica e gravuras japonesas, reunidas por ele nas décadas em que viveu no Japão.
Também o Museu do Colégio Pelotense recebeu doações de 83 peças, incluindo objetos de uso caseiro, religioso e artefatos utilizados como decoração que compuseram a coleção pessoal de Vinholes (v. notícia no Diário da Manhã, agosto 2014).
Outras referências
Sobre o trabalho de Vinholes há duas teses e uma dissertação: PUC-RS 1999, UNICAMP 2005 (citadas acima) e UNICAMP 2011 (citada abaixo). Confira também a reportagem resumida Tradutor fala sobre conexão poética entre Brasil e Japão (Correio Braziliense, junho de 2013) e o artigo de Vinholes 80 minutos para comemorar 80 anos (v. o anúncio do concerto realizado em 26 de abril de 2013, e detalhes do programa). Entrevistas com o compositor no canal de vídeos lcvinholes.
O compositor, músico e poeta pelotense Luiz Carlos Lessa Vinholes, radicado em Brasília, está satisfeito por haver recebido, há dias, a versão final/oficial da tese que a professora Lilia de Oliveira Rosa [v. sítio profissional] defendeu na UNICAMP, dia 24 de fevereiro de 2011 [Três peças aleatórias de L. C. Vinholes numa abordagem pedagógica para criança].
O trabalho de Lilia, que fica além de todas as expectativas, apresenta, discute e explora as possibilidades oferecidas por três obras de 1961, 1962 e 1979 do mestre pelotense e cria o sítio L. C.Vinholes para divulgar o trabalho que, há muitos anos, o compositor vem desenvolvendo principalmente no campo da música. O espaço virtual pode ser visitado e recebe comentários e críticas, principalmente, daquelas pessoas envolvidas com o complexo e fascinante estudo da produção musical.
Mário Maia, L.C. Vinholes e Úrsula da Silva, em 2011 |
Antigo colaborador do Diário Popular, Vinholes iniciou seus estudos no Conservatório de Música de Pelotas, continuou-os em São Paulo, com o apoio de uma bolsa concedida pela prefeitura (gestão de Mário Meneghetti), e lhes deu seguimento no país e no exterior, onde exerceu missões culturais e diplomáticas em diversas embaixadas.
Pioneiro da música aleatória no Brasil e introdutor da poesia concreta no Japão, Vinholes é conhecido pela obra produzida e consagrado por sua cultura. [...]
Há poucos meses, Vinholes doou sua biblioteca particular de dez mil volumes a diversas instituições brasileiras, como o Arte na Escola (Pelotas), o Instituto de Cultura Japonesa da PUC (Porto Alegre) e a Casa das Rosas [v. nota].
Thaís de Almeida Rochefort
Fotos: CB (1), DM (2), PAE (3)
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