Seis artistas foram autorizados pela Prefeitura Municipal para pintar painéis de graffiti (2,2 x 2,2 m) em paredes da Passarela do Samba, para os desfiles de carnaval, este ano realizados fora de época. Os selecionados foram: Anderson Fim Treze, Guilherme Nunes da Rosa, Júnior Asnoum, Luiz Marcel Ferraz, Luiz Minduim e Gabriel Alves (v. fotos dos artistas pintando).
O resultado da seleção (v. notícia) foi publicado na terça (24-02) e os grafiteiros tiveram algumas horas para executar seus trabalhos, na quinta de noite (26). A Secretaria de Cultura forneceu o material (doze frascos de tinta colorida em spray) e um pagamento de 700 reais por pintura.
A figura escolhida por Luiz Minduim Vasconcelos mostrava um mascarado (esq.), um tipo simples de fantasia popular, muito usado no carnaval de rua em Pelotas, nas décadas de meados do século XX.
O painel de Minduim, pintado com spray e finalizado com pincel, se inspirou num desenho feito por ele mesmo nos anos 80, em nanquim e aquarela Ecoline. Naquela época os mascarados começaram a sumir, um dos sinais da decadência do antigo carnaval pelotense.
Em nossa cidade, hoje só resta o carnaval oficial dos desfiles e os bailes organizados por alguns clubes sociais. Os grupos carnavalescos sobrevivem mas o clima não é o mesmo. O único lugar de rua para viver o carnaval é uma passarela com entrada paga. Há menos turistas e nenhum mascarado.
As outrora famosas máscaras, usadas somente naquelas noites em que havia carnaval de rua, eram feitas de pano e cobriam toda a cabeça do folião, deixando três pequenos orifícios, para enxergar e respirar. Para comer, era preciso desapertar e levantar a máscara.
Quem quisesse fazer palhaçadas de modo anônimo vestia um macacão e uma máscara como estas e saía gritando com voz esganiçada. Ocultando a cara e mudando a voz, os mascarados dissimulavam idade, raça e sexo, mas se sabia que a maioria deles eram homens.
Outras características da festa popular nas ruas eram: desfiles pelo centro da cidade, bancas de churrasquinhos ao redor da praça, cadeiras no lugar de arquibancadas, homens travestidos de mulher, conjuntos instrumentais uniformizados e baixo índice de criminalidade. Jamais foi realizado depois da Quarta-Feira de Cinzas.
Imagens: ASCOM, Facebook (2-3)
O resultado da seleção (v. notícia) foi publicado na terça (24-02) e os grafiteiros tiveram algumas horas para executar seus trabalhos, na quinta de noite (26). A Secretaria de Cultura forneceu o material (doze frascos de tinta colorida em spray) e um pagamento de 700 reais por pintura.
A figura escolhida por Luiz Minduim Vasconcelos mostrava um mascarado (esq.), um tipo simples de fantasia popular, muito usado no carnaval de rua em Pelotas, nas décadas de meados do século XX.
O painel de Minduim, pintado com spray e finalizado com pincel, se inspirou num desenho feito por ele mesmo nos anos 80, em nanquim e aquarela Ecoline. Naquela época os mascarados começaram a sumir, um dos sinais da decadência do antigo carnaval pelotense.
Em nossa cidade, hoje só resta o carnaval oficial dos desfiles e os bailes organizados por alguns clubes sociais. Os grupos carnavalescos sobrevivem mas o clima não é o mesmo. O único lugar de rua para viver o carnaval é uma passarela com entrada paga. Há menos turistas e nenhum mascarado.
As outrora famosas máscaras, usadas somente naquelas noites em que havia carnaval de rua, eram feitas de pano e cobriam toda a cabeça do folião, deixando três pequenos orifícios, para enxergar e respirar. Para comer, era preciso desapertar e levantar a máscara.
Quem quisesse fazer palhaçadas de modo anônimo vestia um macacão e uma máscara como estas e saía gritando com voz esganiçada. Ocultando a cara e mudando a voz, os mascarados dissimulavam idade, raça e sexo, mas se sabia que a maioria deles eram homens.
Outras características da festa popular nas ruas eram: desfiles pelo centro da cidade, bancas de churrasquinhos ao redor da praça, cadeiras no lugar de arquibancadas, homens travestidos de mulher, conjuntos instrumentais uniformizados e baixo índice de criminalidade. Jamais foi realizado depois da Quarta-Feira de Cinzas.
Olha, não sei de onde procede a informação que nunca a festa ultrapassava a quarta-feira de cinzas. Pelos meus estudos, desde os seus primórdios, no século XIX, havia a Pinhata no carnaval pelotense, a retomada da festa no primeiro final de semana após a quarta-feira de cinzas - o que em outros lugares chamam de "enterro dos ossos".
ResponderExcluirAlvaro Barreto
Verdade que o povo sempre admitiu a entrada da festa pagã na Quaresma com o pretexto do "enterro dos ossos", nas ruas e em bailes de clubes, mas o carnaval oficial respeitava o costume e a tradição de convivência entre cristãos e não cristãos. Em nossa região parece ter sido Rio Grande a cidade que primeiro organizou desfiles patrocinados pela prefeitura após a terça-feira gorda.
ResponderExcluirObrigado pela opinião.
Verdade que o povo sempre admitiu a entrada da festa pagã na Quaresma com o pretexto do "enterro dos ossos", nas ruas e em bailes de clubes, mas o carnaval oficial respeitava o costume e a tradição de convivência entre cristãos e não cristãos. Em nossa região parece ter sido Rio Grande a cidade que primeiro organizou desfiles patrocinados pela prefeitura após a terça-feira gorda.
ResponderExcluirObrigado pela opinião.
Vidal, eu não sei se o texto é teu. Vou tomar a liberdade de transcrever um texto colhido na Internet:
ResponderExcluir“Começou (o temporal) no sábado de carnaval, no primeiro sábado. Foi tão forte que acabou atrapalhando o carnaval. Não pôde ser realizado o carnaval nos dias normais, no tríduo. Então, o carnaval teve que ser empurrado ali pra quinta, sexta-feira, porque também a cidade não podia ficar sem carnaval!
As águas baixaram e o prefeito mandou que se compensasse o carnaval no fim de semana seguinte. Então, as escolas em vez de desfilar normalmente no sábado de noite, domingo, segunda e terça - quarta-feira de cinzas, descansavam - as escolas foram desfilar quinta, sexta, sábado. Dali de 56 pra cá, se tomou inclusive a tradição de desfilar sexta e sábado, pegou daquele ano, por causa desse problema, dessa tragédia que foi essa enchente.”
(Memória de Carnavais Passado por compositores Pelotenses de canções carnavalescas: Concurso ao festival Mascara de ouro nas Décadas de 50 a 70. Iansã Elste.)
Sábado, 11 de fevereiro, 1956. Tudo preparado para mais um Carnaval na Princesa do Sul. Por volta do meio-dia, uma tromba d'água caiu sobre o município, acabando com qualquer clima de folia. O transbordamento do arroio Santa Bárbara levou à calamidade pública. Em poucas horas, pelo menos quatro mil pessoas ficaram inundadas. Foi considerada a mais violenta inundação da história de Pelotas.
A partir desse ano, passou-se a comemorar em Pelotas o “Domingo da Pinhata”, o último domingo do Carnaval.
Segundo Caldas Aulete, s. f. || designação de uma festa dançante que se realiza no primeiro domingo da Quaresma: O baile da pinhata. F. cast. Piñata.
Sim, o post é meu, mas agradeço a contribuição. Vejo que me expressei mal, pois mais de uma vez já houve festa em Pelotas dentro da quaresma. Eu quis remarcar que Carnaval após a quarta de cinzas é uma infração (até mesmo inerente ao carnaval) ou pelo menos algo não normal, fora da definição da festa.
ResponderExcluirPor chuva, atraso ou falta de alvará, o carnaval não pode faltar, seja quando for, pois o povo "não pode ficar sem folia". E o menos importante é a existência de uma quaresma ou de uma religião, ou o significado do carnaval.
Sim, o post é meu, mas agradeço a contribuição. Vejo que me expressei mal, pois mais de uma vez já houve festa em Pelotas dentro da quaresma. Eu quis remarcar que Carnaval após a quarta de cinzas é uma infração (até mesmo inerente ao carnaval) ou pelo menos algo não normal, fora da definição da festa.
ResponderExcluirPor chuva, atraso ou falta de alvará, o carnaval não pode faltar, seja quando for, pois o povo "não pode ficar sem folia". E o menos importante é a existência de uma quaresma ou de uma religião, ou o significado do carnaval.