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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Três formas de escrever Uruguai

É comum encontrar, na sinalização urbana, diversas formas de se grafar o nome da mesma rua, mesmo que sejam formas oficiais e mais ou menos rígidas. Essas diferenças inesperadas podem ter várias causas; vejamos exemplos com as ruas de Pelotas:
  • quando os nomes são muito difíceis, cheios de agás e letras duplas, como Mário Meneghetti, Júlio Fehrenbach ou Otto Pommerening;
  • quando há controvérsias sobre a grafia: Morais ou Moraes, Luís ou Luiz;
  • quando algum acordo ortográfico reforma as palavras que conhecíamos tão bem (em 1971, Porto Alegre perdeu o circunflexo);
  • quando os saudosistas querem resgatar a escrita original do século XIX: Barão de Butuhy, Barão de Tramandahy, Cypriano Barcellos;
  • por distrações ou desinformação dos encarregados: Bevilacqua - Bevilaqua - Beviláqua, ou Cury - Curi - Cúri.

Sabendo da mutabilidade das palavras, me surpreendi ao ver duas grafias de URUGUAI, a duas quadras uma da outra.

Por que escrever, segundo o uso antigo, com Y final? Era costume preferir o Y em palavras do tupi-guarani. Também se conservava a mesma forma do espanhol, sem necessidade de aportuguesá-la.

Em que momento foi feita esta mudança nas placas, se o Y foi abolido do abecedário em 1943?

Por que convivem duas formas tão distantes no tempo e próximas no espaço? Parece uma alusão a que o Uruguai é realmente um país próximo no espaço mas distante no tempo.

O que me deixou mais intrigado foi a omissão da palavra onde a placa foi retirada (não deve ter caído de velha).

Por que retirá-la (algum colecionador)?
Que informação está sendo dita nesse espaço vazio?
E a pergunta indefectível: ali antes dizia URUGUAI ou URUGUAY?
Fotos de F. A. Vidal.

Um comentário:

  1. Ah, meu caro Francisco, o psicanalista, nesta matéria, parece estar falando mais alto ... Apagamentos da memória coletiva?

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