Expostas por poucos dias nas salas do Centro Adail Bento Costa, os vinte trabalhos ganharam divulgação e, com sua diversidade e originalidade, abrilhantaram o encontro de magistrados.
Os artistas - não somente pelotenses - pesquisaram nos textos de Simões e encontraram inspiração dentro de seus gêneros plásticos (pintura, criação de objetos e uma performance). Não se limitaram a reproduzir imagens, mas fizeram elaborações sobre o conteúdo literário e simbólico, algumas mais sérias, outras com alguma dose de bom humor.
A tela "Tantíssimos rumos" (esq.), de Giane Casaretto, cheia de vertentes, camadas, direções e volumes, sugere a existência de riquezas visíveis e invisíveis, conscientes e inacessíveis à análise.
Por sua verdade simples e trágica, a lenda do Negrinho do Pastoreio (leia o conto) é a que mais desperta associações, em imagens, emoções ou ideias de tipo social, histórico, religioso. Com inspiração nesse texto, Junior Asnoum enfatizou a sensação vertiginosa e angustiada da "Eterna procura" (dir.).
Paulo da Silva Correa destacou mais a relação espiritual do Negrinho com os animais, os insetos e a natureza. Felipe da Silva usou nanquim e duas cores para expressar um sentido menos doloroso e solene. Os dois artistas usaram o mesmo título - O Negrinho do Pastoreio - para denominar seus quadros (ausentes neste post).
Em arte digital, Leonardo Azevedo imprimiu movimentos à relação quase coreográfica entre o Negrinho, sua Madrinha e os cavalos (esq.).
Com sentido da síntese e da geometria, Alice Bender atualizou a busca idealista de uma pessoa e de uma nação, em "Luz à liberdade" (dir.).
A riqueza literária, que já parecia inesgotável, se associa às técnicas plásticas e multiplica seus sentidos e interpretações.
Fotos de F. A. Vidal.
Não está fácil a relação obra e autor no post.
ResponderExcluirTodos muito bons, especialmente o último.
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