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quinta-feira, 2 de julho de 2009

Crepúsculos da Índia

Na segunda quinzena de junho, o artista Jesus Delossantos expôs na Galeria de Arte da UCPel a amostra "Crepúsculos da Índia" (veja a nota no site da Universidade). Os quadros não representam o sol se pondo, mas seduzem pela semipenumbra típica do entardecer.

A escolha do tema da Índia foi pela religiosidade mágica do país e pelas colorações acostumadas, em roupas, alimentos e na vida em geral; na arte, os dois fatores podem dialogar de modos interessantes.

As escolhas do pintor são guiadas pelo misticismo e pela espiritualidade. Para ele, cada crepúsculo é momento de um espetáculo grandioso, "quando o dia encontra a noite e a palheta do céu revela as cores da natureza".

O nome artístico também é religioso e provém da crença em passadas encarnações. Um dos documentos de divulgação joga com as palavras e a teologia mediante o título "A volta de Jesus".

Nestas telas, o artista representa bosques, rios, pontes, cidades, praias, montanhas – tudo iluminado e pigmentado pelo conceito do crepúsculo, que pode ser visto como a perda da luz do dia, o começo da noite, ou o destaque das cores mutantes do lusco-fusco.

Em agosto de 2001, quando a Universidade fazia as exposições na Biblioteca Central do Campus I, o mesmo pintor trouxe óleos sobre tela com espátula com o título "Luminosidade dos sonhos". O tema onírico, em comparação com os crepúsculos, também joga com a fronteira entre o dia e a noite e com a imprecisão do limite entre realidade e fantasia.

Jesus De Los Santos – como seu nome artístico era escrito na época – se declarava impressionista, concentrado na captação da luz e do movimento e "desconsiderando critérios técnicos, condicionamentos estéticos e simetria".
Fotos: F.A. Vidal

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