Normalmente, as telhas de cerâmica somente têm a função de cobrir casas. Para Nely Affonso Rodeghiero, elas se transformam num suporte para ideias, sentimentos e tudo o que a criatividade permitir. A artista expôs no Corredor Arte do Hospital da UFPel/FAU até 16 de setembro último.
As mesmas telhas que poderiam servir na construção passam a ser meios para a terapia de quem pinta e, posteriormente, de quem observa os novos objetos de arte.
Primeiramente o alaranjado típico das telhas é substituído pelo branco, e este serve de pano de fundo para as pinceladas de tinta acrílica que trarão figuras e formas de ambientes urbanos e rurais - o que em Pelotas não falta.
A forma alongada das telhas facilita a associação com paisagens. Mas também há telhas mais quadradas, que dão mais liberdade à imaginação.
A telha não é o único material atípico usado por Nely. Pedras, vidros, espelhos, caixas, disco de vinil e até caixas de pizza são utilizados pela artista para compor seu trabalho. E ela produz com rapidez, como artesã entusiasta e disciplinada. Para esta exposição, ela trouxe 34 telhas pintadas, que encheram logo as paredes disponíveis.
Como elas estavam à venda por somente 15 reais, muitas pessoas que gostavam das obras do Corredor - mas não podiam adquiri-las, pelos preços em geral altos - começaram a se interessar rapidamente. A artista, desejosa de colaborar e de seguir produzindo, permitiu que as vendas fossem feitas de imediato e trouxe mais e mais telhas pintadas. Após as duas semanas da exposição, ela já havia produzido 64 pinturas com este mesmo conceito.
Nely começou a pintar há dez anos, ao ficar viúva. A dor e a tristeza com a perda do companheiro foram aos poucos sendo contornadas pela arte. Hoje, aos 77 anos, ela conta que o que a motiva a seguir pintando é, simplesmente, estar viva: “Através da arte juntam-se linhas, formas, cores para ocupar espaços, embelezar, embalar e enriquecer nosso espírito”.
Pelotense com orgulho, nesta ocasião a pintora atua como assumida divulgadora dos pontos turísticos da cidade. “Temos que prestigiar e valorizar nossa cultura”, comenta.
Imagens: Corredor Arte
Imagens: Corredor Arte
lindas, suas obras, parabens, celia.
ResponderExcluirGostei bastante das suas obras, eu tambem pinto e decoro telhas aqui em salvador pena que a arte na telha aqui não é tão valorizada como deve ser ai parabens.
ResponderExcluirGraciele